Na campanha eleitoral, o discurso do então candidato à Presidência da República foi costurado e centrado, de forma estratégica, com base no antissistema e viés bem definido contra a corrupção e a impunidade, sob o compromisso com a gestão liberal na economia, na certeza de que, seguramente, essas teorias basilares bem à direita haveria de garantir apoio não só de parcela significativa do eleitorado, mas principalmente de maciços segmentos do mercado financeiro, do empresariado e dos capitalistas.
Já
bem ante da metade do seu governo, o presidente do país demonstra, com bastante
clareza, que suas principais bandeiras não tiveram a prosperidade que se prometia
com o mesmo afinco na batalha da campanha eleitoral, sabendo que elas não foram
empunhadas na sua gestão, conforme evidenciam os fatos.
O
governo começou, por exemplo, com o que foi chamado de “superministro” da
Justiça e Segurança Pública, tendo origem na famosa Operação Lava-Jato, que teria
por finalidade fundamental construir o poderoso arcabouço instrumental contra o
câncer da corrupção, mas o ex-juiz, em claro sentimento de desmotivação, se
afastou bem cedo do cargo, sem conseguir realizar projeto algum nesse sentido,
tendo como argumento a inexistência de agenda política voltada para a anticorrupção,
diante dos visíveis apatia e desinteresse por parte do governo.
Na
outra extremidade do governo, que mereceu relevância na gestão, ganhou destaque
o Ministério da Economia, mas a falta de conexão daquele argumento liberal da
campanha eleitoral com a prática do dia a dia também perdeu motivação, fato
este que já causou a perda de importantes colaboradores em nível de secretários,
que preferiram abandonar o barco, diante do desgaste resultante do notório
distanciamento das políticas prometidas pelo então candidato, para se ganhar a eleição.
Para
complicar de vez o quadro político-administrativo do governo e torná-lo ainda
mais incompreensível, o presidente do país, depois de envolto em seguidos tumultuados
relações e distanciamentos com o Congresso Nacional, perdeu completamente a compostura
que defendia de anticorrupção e decidiu se aproximar, em definitivo, do
famigerado Centrão, bloco que tem como princípio a defesa do fisiologismo
clássico, no sentido de conceder apoio aos projetos do governo no Congresso, em
troca de cargos públicos e emendas parlamentares, na pior da compreensão do nefasto
sistema conhecido como o “toma lá dá cá”, que ele tanto recriminava na campanha
eleitoral.
Sobre
essa questão, o presidente chegou a declarar, na época da campanha eleitoral,
que, verbis: “Nenhum presidente é maior do que seu ministério. O segredo
para bem administrar o Brasil é você botar as pessoas certas nos ministérios
certos. O que vem sendo feito ao longo dos últimos anos? O presidente indica os
seus ministros de acordo com interesses político-partidários. Tem tudo para não
dar certo.”.
Outra
questão da maior importância foi conduzida pelo lado negacionista pelo
presidente, durante o combate à pandemia do coronavírus, que, induvidosamente, afetou
o pensamento conservadorista no Brasil e no mundo, diante da teimosa e desgastada
política da relativilização das medidas de combate à crise, encetada por ele, de
maneira irresponsável, à vista da gravidade do problema, que foi transformado
em algo de somenos importância, embora a monstruosidade da quantidade de óbitos,
que já ultrapassa dos cem mil, mostre a crueldade do episódio real, que exigia comportamento
bem condizente, em termos de prudência, com a tristeza mostrada pelos fatos.
Enfim,
verifica-se que o presidente do país nunca esboçou qualquer intenção ou reforço
para a aprovação de normas anticorrupção, abraçou, sem a menor cerimônia, a
condenável política fisiológica tradicional, tendo ignorado, por conveniência,
a séria política tradicional, além de se afastar das abrangentes reformas do
Estado, que fizeram parte das promessas de mudanças, tidas e reconhecidas como necessárias
ao verdadeiro desenvolvimento socioeconômico.
Ou
seja, o presidente foi bastante inteligente quando quis se passar pelo homem
público revestido do arraigado sentimento de moralidade, mas apenas na campanha
eleitoral, como forma de marketing estratégico, muito ao feitio da publicidade que
termina funcionando como meramente enganosa, feita apenas para agradar muitos
eleitores, mas, depois, obviamente por conveniência política, essa embalagem
que servia apenas de rotulagem e própria da roupagem da campanha, é posta de
lado e poucos nem percebem, porque os tempos são outros e a reeleição já passa a
merecer outras estratégias apropriadas aos novos tempos.
Nesse
caso, a estratégia também precisa ser ajustada, precisamente para se atingir novos
objetivos, porque as promessas da campanha passada são incompatíveis com a nova
mentalidade presidencial, que se apresenta com novos rótulos, já adaptados e amoldados
aos sonhos da reeleição, que é transformada em encanto de todos homens públicos
que se apoderam do trono presidencial.
A
ascensão da extrema-direita ao poder no Brasil reacendeu a esperança de
verdadeira e potencial mudança generalizada no porvir, porque foi essa a ideia
passada para a população, no embalo dos palanques, onde tem-se como o local apropriado
para a proliferação e metas e promessas de governo, as quais terminam se dissolvendo
com o calor da realidade do gestão propriamente, onde múltiplos são os caminhos
que se vislumbram para o novo horizonte político, contribuindo para frustrar
muitos daqueles que acreditaram nas promessas da campanha.
A
falta do efetivo cumprimento das metas de campanha, em se tratando de discurso
extremista, dando, em princípio, sinal de mudar o passado, fatalmente gera clima
de insegurança e certeza, podendo criar vulnerabilidade nas pessoas, diante do
juízo de que todos os políticos são iguais em capacidade de resistir à mudança no
seu norte, sem precisar justificar nem dar satisfação nem mesmo àqueles que
disseram sim às ideias anteriores.
Esse
comportamento é muito ruim, ante à imperiosa necessidade do aperfeiçoamento
político-democrático, à vista do que aconteceu com o governo, que não cumpriu o
prometido quanto às mudanças, principalmente com relação às estrutura e
conjuntura do Estado, que permanecem praticamente nas mesmas condições paquidérmicas,
em termos operacionais, ainda assoberbado pelo arcaísmo referente ao inchaço
próprio da máquina desatualizada, onerosa e ineficiente, extremamente carente
de aperfeiçoamento e modernidade, a tanto prometido pelo então candidato.
O
governo acaba de enviar ao Congresso minirreforma administrativo, que tem
abrangência pontual e limitadíssima e ainda por afetar apenas parte do
Executivo, sem tanger, como imprescindível precisa ser, o âmago da eficiência e
da qualidade da prestação dos serviços públicos, inclusive com a premência da desestatização
de empresas públicas desnecessárias, deficitárias e bastantes onerosas, que
somente se prestam ao anacronismo da administração pública, que, ao contrário,
precisa ser aperfeiçoada e modernizada, como forma de acompanhamento do sentimento
de evolução da humanidade.
Por
seu turno, é bem possível que há quem possa alegar, de maneira ufanista, que não
há marca ou exemplo de corrupção no governo, como se isso fosse algo
extraordinário, quando a administração normal precisa ser, necessariamente,
imune à desmoralização da coisa pública e isso passa a ser dever e não forma de
favor, sendo, de certa forma, algo surpreendente
em comparação a governos recentes, que demonstraram arredios aos princípios
republicanos da moralidade e da dignidade na gestão pública, conforme mostram
as investigações nesse sentido.
Pode-se
dizer que o governo não é totalmente afeito às mudanças, porque ele conseguiu
efetivar seu principal gesto nesse sentido, ao selar o pacto do interesse
pessoal, como tentativa de livrá-lo do processo de impeachment, com a formalização
do fisiologismo com o Centrão, algo que era absolutamente incompatível com a
pessoa dele, na campanha eleitoral.
Isso
implica descer do patamar da implacabilidade quanto ao respeito aos princípios
republicados da ética, da moralidade, da dignidade, entre outros que não
condizem com o sentimento de flexibilização, que tem muito com o ranço da
impunidade e do aproveitamento da coisa pública, porque é se dando que se
recebe, com a materialização do “famoso” e abominável balcão do governo, onde
se processa, com o sinete oficial, o deplorável “toma lá dá cá”.
Enfim,
em curto período de gestão, pode-se ter ideia bastante consistente sobre alguns
aspectos do estilo bolsonariano, onde as principais mudanças ficaram nas pranchetas
da campanha eleitoral, mas houve a implantação da vergonhosa aliança com grupo
político sem credibilidade moral, para “salvação”
do governo que se dizia imune aos conchavos, além do distanciamento das
mudanças prometidas de moralidade, que foram abortadas antes da concepção,
restando as perspectivas que estão gravitando em torna das mirabolantes
estratégias de marketing político, visando à tão ambiciosa reeleição.
Já
bem ante da metade do seu governo, o presidente do país demonstra, com bastante
clareza, que suas principais bandeiras não tiveram a prosperidade que se prometia
com o mesmo afinco na batalha da campanha eleitoral, sabendo que elas não foram
empunhadas na sua gestão, conforme evidenciam os fatos.
O
governo começou, por exemplo, com o que foi chamado de “superministro” da
Justiça e Segurança Pública, tendo origem na famosa Operação Lava-Jato, que teria
por finalidade fundamental construir o poderoso arcabouço instrumental contra o
câncer da corrupção, mas o ex-juiz, em claro sentimento de desmotivação, se
afastou bem cedo do cargo, sem conseguir realizar projeto algum nesse sentido,
tendo como argumento a inexistência de agenda política voltada para a anticorrupção,
diante dos visíveis apatia e desinteresse por parte do governo.
Na
outra extremidade do governo, que mereceu relevância na gestão, ganhou destaque
o Ministério da Economia, mas a falta de conexão daquele argumento liberal da
campanha eleitoral com a prática do dia a dia também perdeu motivação, fato
este que já causou a perda de importantes colaboradores em nível de secretários,
que preferiram abandonar o barco, diante do desgaste resultante do notório
distanciamento das políticas prometidas pelo então candidato, para se ganhar a eleição.
Para
complicar de vez o quadro político-administrativo do governo e torná-lo ainda
mais incompreensível, o presidente do país, depois de envolto em seguidos tumultuados
relações e distanciamentos com o Congresso Nacional, perdeu completamente a compostura
que defendia de anticorrupção e decidiu se aproximar, em definitivo, do
famigerado Centrão, bloco que tem como princípio a defesa do fisiologismo
clássico, no sentido de conceder apoio aos projetos do governo no Congresso, em
troca de cargos públicos e emendas parlamentares, na pior da compreensão do nefasto
sistema conhecido como o “toma lá dá cá”, que ele tanto recriminava na campanha
eleitoral.
Sobre
essa questão, o presidente chegou a declarar, na época da campanha eleitoral,
que, verbis: “Nenhum presidente é maior do que seu ministério. O segredo
para bem administrar o Brasil é você botar as pessoas certas nos ministérios
certos. O que vem sendo feito ao longo dos últimos anos? O presidente indica os
seus ministros de acordo com interesses político-partidários. Tem tudo para não
dar certo.”.
Outra
questão da maior importância foi conduzida pelo lado negacionista pelo
presidente, durante o combate à pandemia do coronavírus, que, induvidosamente, afetou
o pensamento conservadorista no Brasil e no mundo, diante da teimosa e desgastada
política da relativilização das medidas de combate à crise, encetada por ele, de
maneira irresponsável, à vista da gravidade do problema, que foi transformado
em algo de somenos importância, embora a monstruosidade da quantidade de óbitos,
que já ultrapassa dos cem mil, mostre a crueldade do episódio real, que exigia comportamento
bem condizente, em termos de prudência, com a tristeza mostrada pelos fatos.
Enfim,
verifica-se que o presidente do país nunca esboçou qualquer intenção ou reforço
para a aprovação de normas anticorrupção, abraçou, sem a menor cerimônia, a
condenável política fisiológica tradicional, tendo ignorado, por conveniência,
a séria política tradicional, além de se afastar das abrangentes reformas do
Estado, que fizeram parte das promessas de mudanças, tidas e reconhecidas como necessárias
ao verdadeiro desenvolvimento socioeconômico.
Ou
seja, o presidente foi bastante inteligente quando quis se passar pelo homem
público revestido do arraigado sentimento de moralidade, mas apenas na campanha
eleitoral, como forma de marketing estratégico, muito ao feitio da publicidade que
termina funcionando como meramente enganosa, feita apenas para agradar muitos
eleitores, mas, depois, obviamente por conveniência política, essa embalagem
que servia apenas de rotulagem e própria da roupagem da campanha, é posta de
lado e poucos nem percebem, porque os tempos são outros e a reeleição já passa a
merecer outras estratégias apropriadas aos novos tempos.
Nesse
caso, a estratégia também precisa ser ajustada, precisamente para se atingir novos
objetivos, porque as promessas da campanha passada são incompatíveis com a nova
mentalidade presidencial, que se apresenta com novos rótulos, já adaptados e amoldados
aos sonhos da reeleição, que é transformada em encanto de todos homens públicos
que se apoderam do trono presidencial.
A
ascensão da extrema-direita ao poder no Brasil reacendeu a esperança de
verdadeira e potencial mudança generalizada no porvir, porque foi essa a ideia
passada para a população, no embalo dos palanques, onde tem-se como o local apropriado
para a proliferação e metas e promessas de governo, as quais terminam se dissolvendo
com o calor da realidade do gestão propriamente, onde múltiplos são os caminhos
que se vislumbram para o novo horizonte político, contribuindo para frustrar
muitos daqueles que acreditaram nas promessas da campanha.
A
falta do efetivo cumprimento das metas de campanha, em se tratando de discurso
extremista, dando, em princípio, sinal de mudar o passado, fatalmente gera clima
de insegurança e certeza, podendo criar vulnerabilidade nas pessoas, diante do
juízo de que todos os políticos são iguais em capacidade de resistir à mudança no
seu norte, sem precisar justificar nem dar satisfação nem mesmo àqueles que
disseram sim às ideias anteriores.
Esse
comportamento é muito ruim, ante à imperiosa necessidade do aperfeiçoamento
político-democrático, à vista do que aconteceu com o governo, que não cumpriu o
prometido quanto às mudanças, principalmente com relação às estrutura e
conjuntura do Estado, que permanecem praticamente nas mesmas condições paquidérmicas,
em termos operacionais, ainda assoberbado pelo arcaísmo referente ao inchaço
próprio da máquina desatualizada, onerosa e ineficiente, extremamente carente
de aperfeiçoamento e modernidade, a tanto prometido pelo então candidato.
O
governo acaba de enviar ao Congresso minirreforma administrativo, que tem
abrangência pontual e limitadíssima e ainda por afetar apenas parte do
Executivo, sem tanger, como imprescindível precisa ser, o âmago da eficiência e
da qualidade da prestação dos serviços públicos, inclusive com a premência da desestatização
de empresas públicas desnecessárias, deficitárias e bastantes onerosas, que
somente se prestam ao anacronismo da administração pública, que, ao contrário,
precisa ser aperfeiçoada e modernizada, como forma de acompanhamento do sentimento
de evolução da humanidade.
Por
seu turno, é bem possível que há quem possa alegar, de maneira ufanista, que não
há marca ou exemplo de corrupção no governo, como se isso fosse algo
extraordinário, quando a administração normal precisa ser, necessariamente,
imune à desmoralização da coisa pública e isso passa a ser dever e não forma de
favor, sendo, de certa forma, algo surpreendente
em comparação a governos recentes, que demonstraram arredios aos princípios
republicanos da moralidade e da dignidade na gestão pública, conforme mostram
as investigações nesse sentido.
Pode-se
dizer que o governo não é totalmente afeito às mudanças, porque ele conseguiu
efetivar seu principal gesto nesse sentido, ao selar o pacto do interesse
pessoal, como tentativa de livrá-lo do processo de impeachment, com a formalização
do fisiologismo com o Centrão, algo que era absolutamente incompatível com a
pessoa dele, na campanha eleitoral.
Isso
implica descer do patamar da implacabilidade quanto ao respeito aos princípios
republicados da ética, da moralidade, da dignidade, entre outros que não
condizem com o sentimento de flexibilização, que tem muito com o ranço da
impunidade e do aproveitamento da coisa pública, porque é se dando que se
recebe, com a materialização do “famoso” e abominável balcão do governo, onde
se processa, com o sinete oficial, o deplorável “toma lá dá cá”.
Enfim,
em curto período de gestão, pode-se ter ideia bastante consistente sobre alguns
aspectos do estilo bolsonariano, onde as principais mudanças ficaram nas pranchetas
da campanha eleitoral, mas houve a implantação da vergonhosa aliança com grupo
político sem credibilidade moral, para “salvação”
do governo que se dizia imune aos conchavos, além do distanciamento das
mudanças prometidas de moralidade, que foram abortadas antes da concepção,
restando as perspectivas que estão gravitando em torna das mirabolantes
estratégias de marketing político, visando à tão ambiciosa reeleição.
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