quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Apelo à tolerância

Em crônica que comentei sobre a chapa da situação para os cargos de prefeito e vice-prefeito de Uiraúna, Paraíba, teci comentário sobre a singela apresentação dos candidatos, porém com destaque para a seguinte expressão: “AGORA PODE Soltar o Grito EU VOTO EM QUEM TRABALHA Meu Voto é 14”.

Entendi que o aludido texto dá margem à insinuação segundo a qual somente o titular dessa chapa trabalha e que a outra chapa não, deixado claro sobre a impossibilidade de comparação sobre o desempenho de ambos os candidatos, eis que a opositora ao Executivo é novata na vida pública.

Com base nas minhas análises, um atento conterrâneo houve por bem se expressar, em forma de mensagem, tendo afirmado que, verbis: “Só podemos avaliar parâmetros de gestão, se os proponentes tivessem ocupado o mesmo cargo na linha do tempo em períodos diferentes. Neste sentido, o parâmetro não tem fundamentação e nem sustentação! Portanto, só poderíamos avaliar as duas pretenções mediante plano de gestão que através de um plebiscito ou de uma pesquisa ação, levantando todos os pontos de carências apontados pelos procedimentos metodológicos da pesquisa ação em que a comunidade em questão apontassem, caso contrário, fica um julgamento empírico onde nas entranhas da estratificação dominante, inibissem os verdadeiros anseios ou outros instrumentos de manipulação do sistema dominante. Assim sendo, precisamos construir um formato de gestão comprometido, com mudanças de atitudes e de consciência política sem o formato de ideologias de um projeto de poder excluindo o processo de humanização! Inté!”.

Embora eu tivesse lido o texto acima, entendi que não tinha nada a acrescentar nem esclarecer, porque tudo foi discutido em tese e, no fundo, entendo do mesmo modo como consta no texto.

Não obstante, o meu silêncio à respeitável mensagem provocou a iniciativa contundente queixa, dando a entender que eu teria sido desatencioso em não fazer sequer menção ao texto supratranscrito, nestes termos: “Quem escreve ou publica algo, tem que ouvir o contraditório, ou moção de aplauso, pois, ninguém escreve ou pública para si mesmo, até no sermão da montanha, Jesus faz indagação aos seus discípulos das suas publicações!”.

Pelo que entendi, do que consta do parágrafo acima, trata-se de recado para mim, no sentido de que eu tenho obrigação de “ouvir o contraditório, ou moção de aplauso,”, à vista do teor da mensagem que ele se refere, mais precisamente sobre a viabilidade de avaliação sobre o desempenho do trabalho entre gestores públicos.

Pois bem, sobre essa justa queixa, digo que a li e a ouvi imediatamente quando ela apareceu no Facebook, mas não a respondi porque entendi que as afirmações ali colocadas estavam em conformidade com o que também penso, apenas em texto sobre tese e ainda bem abrangente.

Agora, a propósito, de outra feita, normalmente, tenho por hábito responder às mensagens opostas às minhas crônicas, sempre de maneira educada e objetiva e, na medida do possível, com clareza.

Não respondi à mensagem em causa, colocada noutra crônica da minha lavra, como já disse, porque entendi que os termos ali escritos confirmam o que eu disse que não tinha como avaliar o trabalho do atual prefeito com o da candidata da oposição, porque ela é estreante na política.

E continuo ainda entendendo dessa maneira e assim, por esse motivo, penso que não se exige esclarecimento da minha parte, salvo melhor juízo.

Mesmo assim, peço desculpas por possível falha minha, mais precisamente por meu silêncio, na minha singeleza de compreensão de que, ao questionamento em causa, assiste total procedência, conquanto também entendo que muitos questionamentos podem permitir melhor compreensão por parte das pessoas, quando fazem juízo de valor apenas com base no seu pensamento, que até pode ser supremo, mas convém também seja ponderado o que pode ser interpretado por outrem sobre o mesmo assunto.

Neste caso específico, acho que tem toda consistência o que foi escrito na mensagem, caso em que imagino que não me sinto na obrigação de dizer mais nada, porque o meu silêncio diz com a minha sintonia com ela, que foi o que aconteceu, no meu modesto entendimento.

Deixo claro que tenho o maior apreço por todas as pessoas que se manifestam educada e respeitosamente sobre minhas crônicas, à vista do meu sentimento democrático de respeito às opiniões colocadas em razão do assunto enfocado, onde há pessoas que são bem versadas sobre ele e podem oferecer melhor explanação ainda melhor do que eu expus, em forma de esclarecimentos úteis.

Faço o registro ainda no sentido de que, na qualidade de pessoa pública, não tenho direito de discriminar ou menosprezar a valiosa opinião de ninguém, salvo quando ela se tornar insensata ou agressiva, o que não é o presente caso, por se coadunar com o sentimento civilizatório.

Esclareço que tenho sempre o cuidado para ser atencioso e educado na correspondência com as pessoas, mas nem por isso um ou outro caso pode sim deixar de seguir o padrão habitual, exatamente na compreensão da tolerância de que o ser humano também estar passível ao erro.

Nessas condições, peço a compreensão por falhas que eu venha a cometer, comprometendo-me a me policiar, tendo por propósito reduzir ao máximo os meus erros.  

Brasília, em 30 de setembro de 2020


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