sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Sentimentos incivilizatório e desumano?

 

Pelo menos para quem tem sentimento antiesquerdista, é sabido que a Venezuela é país presidido sob ferrenho regime ditatorial e com a orientação de autodenominado socialista bolivariano, que cumpre à risca a filosofia socialista de dureza contra seus opositores, em cuja gestão já se contabiliza, em termos de proeza extremamente negativa, a progressiva destruição da economia e o estraçalhamento da estrutura social.

A par desse deprimente desastre administrativo, aquele país sofre, agora, enorme  revés apenas confirmatório sobre a decadência como nação, por meio de declaração vinda da Organização das Nações Unidas (ONU), na forma do relatório da lavra do Conselho de Direitos Humanos do órgão, que responsabiliza o presidente ditador e a cúpula de seus colaboradores por crimes contra a humanidade.

Por definição, entende-se por crimes contra a humanidade o assassinato, o extermínio, a escravidão, a deportação e qualquer outro ato desumano contra a população civil ou a perseguição por motivos religiosos, raciais ou políticos, quando esses atos ou perseguições ocorram em conexão com qualquer crime contra a paz ou em qualquer crime de guerra, ou seja, são todos os atos de violência contra o ser humano, a exemplo dos que têm havido contra a população daquele país.

Nos termos da conclusão da missão da ONU, é possível que seja autorizado, por esse órgão, a abertura de processos contra os mandatários venezuelanos, que poderão ser julgados pelo Tribunal Penal Internacional, no caso da confirmação dos crimes caracterizadores de fortes indícios da prática de violência contra pessoas.

O mencionado tribunal é o principal organismo global para o julgamento de crimes contra a vida humana, além de outros praticados contra a humanidade e os originários de guerra, genocídios e agressão entre estados.

O sanguinário ditador venezuelano e seus brutamontes são acusados, entre outros graves crimes, de execuções, torturas sistemáticas, prisões abusivas e desaparecimentos forçados de opositores, evidenciando estranhos sentimentos desumano e incivilizatório.À toda evidência, trata-se de graves acusações que causam estarrecimento e repugnância, diante da indicação feita pelo Conselho de Direitos Humanos de exacerbada violência praticada pelo governo venezuelano “contra a criminalidade”, tendo definida como sendo, “na verdade, de uma política de eliminação de membros da sociedade indesejados pelo poder estabelecido.”.

O aludido conselho concluiu que oficiais do Exército, do Serviço Nacional de Inteligência e da polícia da Venezuela cometeram uma série de execuções extrajudiciais.

O relatório em tela elenca casos de investigação para mais de 5 mil mortes, e apesar de nem todas terem sido classificadas como arbitrárias, muitas foram classificadas como tal.

De acordo com os levantamentos, a Venezuela tem, na atualidade, um dos maiores índices de mortes provocadas por agentes do Estado, na América Latina, tendo como justificativa a violenta repressão imposta pelo regime ditatorial.

Na tentativa de se evitar a revelação de tantos atos desumanos e criminosos, os membros da missão da ONU não tiveram permissão dos governantes venezuelanos para a realização das investigações sobre os crimes no país, fato este que foi alegado como argumento oficial da ditadura contra o resultado das investigações, embora a finalidade de vetar a presença na ONU no país tinha por escopo exatamente se ocultar a imunda transparência sobre os casos desumanos vindos à tona.

Não obstante, os membros do mencionado conselho conseguiram ouvir membros da Polícia Nacional Bolivariana e suas Forças Especiais, que “confirmaram ser prática comum o acobertamento de assassinatos pelas autoridades policiais.”.

Segundo relato constante do relatório apresentado pela ONU, as principais formas de tortura mais frequentes consistiam em choques elétricos, asfixia com água ou substâncias tóxicas, estupros, mutilações e espancamentos, tudo em sintonia com métodos torpes e extremamente desumanos, que conspiram diretamente contra os princípios dos direitos humanos.

A propósito das notícias sobre violência na Venezuela, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, uma ex-presidente socialista do Chile, criticou severamente a situação caótica daquele país, tendo condenado as “detenções arbitrárias, violações das garantias do devido processo legal e casos de tortura e desaparecimentos forçados”.

Embora se trate de algo absolutamente deplorável, estarrecedor e desumano, a revelação desses terríveis casos, por órgão que tem a maior credibilidade, em se tratando da exposição dos direitos humanos, tem o condão de mostrar a violência e o extermínio injustificável de seres humanos, em completa contrariedade aos salutares princípios democrático e humanitário.

Ou seja, trata-se de motivação para extremados repúdio e protesto contra governo extremamente desumano, cruel e insensível, conforme atesta o resultado das investigações em comento, demonstrando o insensato e nefasto desempenho do presidente ditador venezuelano, em estreita sintonia com o regime socialista ali vigente, que tem como orientação, em termos de parâmetros ideológicos, exatamente a filosofia simpatizada e defendida pelos esquerdistas brasileiros, o que bem mostra a insignificância da mentalidade de governabilidade onde se compreende ser normal se puder violar os direitos humanos e a exterminação da vida humana sem direito ao normal processo da ampla defesa e do contraditório, à luz dos fundamentos jurídicos, como é a maneira civilizada observada nos países com o mínimo de acatamento aos princípios evoluídos e garantidores dos direitos humanos, na sua essencialidade.

Tudo isso serve, como alerta da maior magnitude, para mostrar aos brasileiros, não importando a sua opção ideológica, de direita ou esquerda, o quanto acresce-se de fundamental importância, principalmente em termos humanitários, diante a certeza quanto à firmeza e à garantia dos direitos humanos e da vida, a consolidação dos princípios democráticos, que são pilares essenciais e resistentes contra as ideologias socialistas decadentes que se fortalecem com a destruição dos princípios da vida e da dignidade do ser humano, conforme a confirmação do relatório do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas.

Brasília, em 18 de setembro de 2020

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