Em crônica recente, foi dito que Israel liberou
geral a sua população, com relação às regras de isolamento e controle sobre a
pandemia do novo coronavírus, mas o tiro terminou saindo pela culatra, porque
houve recrudescimento, em escala alarmante, das infecções pela Covid-19 nas
pessoas.
Aquele país se tornou o primeiro do mundo a impor novo
confinamento a seus cidadãos, fato que deixa evidente o fracasso do governo do
premiê na gestão da pandemia de Covid-19, com a exposição de que houve precipitação
na liberação da sociedade, sem a devida base
científica para fazê-lo com a necessária segurança, dando a entender que foi
muito mais forma de decisão de cunho meramente política.
O bloqueio novamente imposto pelas autoridades de Israel,
que se tornou imprescindível, deverá durar pelo menos três semanas, de modo a
coincidir com os feriados religiosos mais importantes para os judeus: o Rosh
Hashanah (Ano Novo) e o Yom Kipur (Dia do Perdão).
Nesse segundo lockdown, será observado o fechamento
total para comércio, hotéis, restaurantes etc. e ninguém poderá se afastar mais
de 500 metros de casa, e as reuniões familiares, ritual típico da época do ano,
serão limitadas a dez pessoas em ambientes fechados.
Como não poderia ter sido diferente, a população israelense
recebeu o novo isolamento com fúria generalizada e isso foi exposto nas redes
sociais, a refletir a pouca disposição dos israelenses para cooperar com as
medidas restritivas da liberdade.
A imprensa local se refere ao combate da pandeia
como sendo uma guerra, que também é considerada como uma das mais dramáticas
que o país enfrentou desde o início da sua existência, em sete décadas.
Na última semana, o número de casos diários do novo
coronavírus ultrapassou 4 mil, sem que a doença dê sinais de trégua, com 40 mil
infectados ativos e a rede hospitalar do país está a caminho do colapso.
Na ânsia de reabrir a economia, a qualquer custo, anteriormente
o país retornou às atividades sem controle à normalidade, enquanto o premiê, agora,
é responsabilizado por ter declarado vitória de forma antecipada sobre o vírus,
sem organizar o país contra possível segunda onda violenta da incidência do
Covid-19.
O segundo confinamento significa voltar à estaca
zero, com grande insatisfação da população, que não se dispõe a cooperar com o
governo, como aconteceu no primeiro lockdown, em que houve solidariedade à causa.
Fala-se que, diante da resistência, inclusive com a
união de grupos de ideologias distintas, o grande desafio do governo será
manter os israelenses trancados em casa, respeitando as regras fundamentais do
isolamento pleno, porque isso é fundamental para o controle do vírus.
À toda evidência, o que aconteceu em Israel foi exatamente
a proclamação da liberdade generalizada e descontrolada, inclusive de idosos,
pessoas portadoras de comorbidades, com permissão para tudo, em conglomerações
e reuniões em geral, sem a observância de nenhuma norma de prevenção.
Talvez seja exatamente isso que o governo brasileiro
pretenda estabelecer no país tupiniquim, sem nenhuma regra prudencial a ser observada,
porque se imaginasse diferentemente já havia normatizado, estabelecendo padrões
mínimos de segurança das pessoas, como precisa que assim seja feito, em se
tratando de governo com o mínimo de responsabilidade diante da população.
Urge que os governantes se conscientizem de que o
combate à pandemia, com a gravidade do novo coronavírus, exige muitíssima
sensibilidade para o sentimento humanitário, que precisa ser prioritariamente sopesado,
acima mesmo das questões políticas e econômicas, porque estas são secundárias
em relação àquela, que está acima de quaisquer metas de governo ou de planos
políticos.
Brasília, em 14 de setembro de 2020
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