domingo, 20 de setembro de 2020

Uma lição de vida?

 

Na última sexta-feira, morreu, nos Estados Unidos da América, a juíza da Suprema Corte Ruth Bader Ginsburg, que se destacou como ardorosa defensora dos direitos humanos e, em especial, no que tange às mulheres, no país onde o preconceito e a discriminação contra grupos sociais são evidentes e acentuados.

Essa senhora marcou posição exponencial na conquista de causas femininas, principalmente no direito ao aborto, tendo trajetória digna como gigante da lei, além de ter sido considerada “fonte de inspiração para milhões de mulheres norte-americanas”.

A mencionada juíza foi brava na reafirmação da luta pelas causas de gênero, em defesa da igualdade entre homens e mulheres, tendo lutado como causa principal pela observância dos princípios da democracia, por entender que a consolidação desses fundamentos poderia assegurar o reconhecimento natural das pretendidas igualdades de direitos.

Uma líder feminista declarou, depois da morte dela, que “Ruth Bader Ginsburg foi um ícone, uma pioneira, uma heroína, uma lenda. O exemplo dela deve nos inspirar nos dias difíceis que virão.”.

A advogada passou a lutar pelas causas das mulheres depois que a mãe dela foi impedida de estudar e ela ter sido rejeitada por escritórios de Nova York, depois de formada na famosa e prestigiada Universidade de Columbia.

Ela disse que “Eu tinha três fatos contra. Um, eu era judia. Dois, eu era uma mulher. Mas o mais grave, eu era mãe de uma menina de quatro anos.”.

Em razão disso, ela resolveu lutar contra as leis que autorizavam toda forma de discriminação “em razão do sexo”, com implicação no salário, nos benefícios sociais e na contratação.

Como juíza da Suprema Corte americana, ela lutou pela igualdade das minorias sexuais e outras importantes causas progressistas, a exemplo da defesa dos migrantes e do meio ambiente, tendo sido comparada aos grandes juízes que lutaram contra a segregação racial.

A juíza era a mais antiga da Corte, a sua decana, que nunca hesitou em dizer o que pensava, tendo consagrada a contundente frase: “Eu discordo”, tornando parte do seu legado como mulher independente.

A vida da juíza inspirou o filme Suprema e teve a sua história de magistrada da Suprema Corte contada no documentário A Juíza (RBG), que chegou a disputar o Oscar da categoria, cujas películas hão de disseminar a trajetória de mulher corajosa e lutadora, tendo deixado importante legado que serve de exemplo, porque o mundo carece da sua inspiração para a luta contra os mais estúpidos e irracionais preconceitos e discriminações que grassam nesse universo de Deus, por obra e graça de brutamontes que somente enxergam seus projetos de dominação das classes sociais impotentes, oprimidas e indefesas.

Certa feita, ela declarou que “Por mais sombrias que as coisas pareçam, vi muitas mudanças em minha vida.”.

Em uma conferência, a então juíza declarou que “Oportunidades abriram-se para pessoas para qualquer raça, religião e, em última instância, gênero.”.    

À toda evidência, conforme mostram os fatos, as conquistas sociais somente acontecem por decorrência de ações sob a iniciativa de pessoas que se insurgem contra alguma discriminação ou a negação de direito ou causa que são considerados justos aos padrões e sentimentos combatíveis com os direitos humanos.

Nutre-se a esperança de que a humanidade possa se inspirar nos bravos, lutadores, corajosos e inteligentes cidadãos do mundo que conseguem mostrar caminhos, atrair atenções, destravar processos, soltar a voz e, enfim, ultrapassar as trincheiras e os quartéis do medíocre empoderamento do preconceito e da discriminação contra as minorias sociais.

É preciso que a humanidade se interesse em conhecer os feitos do legado dessa importante juíza que honrou, com o seu valioso trabalho persistente e produtivo, a Suprema Corte de Justiça norte-americana, de modo que a sua forma de empenho em defesa dos direitos humanos seja sempre proveitoso, em benefício do bem-estar da sociedade.

           Brasília, em 20 de setembro de 2020

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