terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Apelo irracional?

 

Vem circulando, nas redes sociais, mensagem de bolsonaristas dizendo que governadores e prefeitos de São Paulo e Rio de Janeiro estão arquitetando críticas ao presidente da República, por ocasião do Carnaval, conforme o texto a seguir.

          “ATENÇÃO: Já se sabe que governadores e prefeitos das cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo estão financiando as Escolas de Samba, pra fazerem sambas enredos CONTRA o Presidente Bolsonaro. Já se sabe que governadores das cidades do Rio de Janeiro e São Paulo estão pedindo para as Escolas de Samba fazerem uma ‘paradinha’ para GRITAR EM CORO ‘FORA BOLSONARO’. O que podemos fazer contra essa sujeira? Como o Covid aumentou ESTUPIDAMENTE depois do Réveillon, temos que pressionar para que NÃO HAJA Desfiles das Escolas de Samba. TEMOS QUE PRESSIONAR ATRAVÉS DAS REDES SOCIAIS, É ÓBVIO! Se você é Bolsonarista, compartilhe por favor.”. 

          Essa mensagem é a prova viva e autêntica da mentalidade das pessoas que aprenderam o pior da prática política e querem pôr em evidência, ao preferirem discutir como reação, em termos de agressividade, para o fim do combate nas redes sociais, tendo por propósito exclusivo tão somente a medição de forças no campo da mediocridade, que não leva a coisíssima alguma, salvo em acirramento da imaturidade e da irracionalidade, enquanto os eventuais desvios na gestão pública, por causa de possível deficiência,  continuam a prejudicar a população, por tempo indefinido.  

À vista dessa constatação, convém que os brasileiros, que realmente amam o Brasil, se conscientizem, o mais urgentemente possível, no sentido do respeito à liberdade de expressão e manifestação, no âmbito da importante permissividade democrática, onde os cidadãos são livres para criticar inclusive e especialmente o governo, apontando o que acharem que está errado, e, ao mesmo tempo, propugnarem por que se tenha a devida competência para o combate às acusações, às mentiras, por meio de trabalho competente que resulte em real benefício do povo.

Ou seja, é preciso se compreender que as críticas dirigidas ao governo nascem, normalmente, em razão de possíveis desacertos na gestão de políticas que precisam ser identificadas e tratadas com a devida competência, sem necessidade de discussão nas redes sociais, que somente levam à distensão dos problemas, muitas das vezes resultando em prejuízo para a sociedade.  

As questões sociais precisam ser levantadas e discutidas pelo governo, no interesse da viabilização do seu saneamento, mediante a compreensão sobre a necessidade do entendimento no sentido de que é importante se auscultar os reclamos da sociedade, no seu conjunto, independentemente de ideologias, para o fim da adoção das medidas pertinentes, quanto à demoção das causas que originaram as críticas formuladas contra o desempenho do presidente, que não basta ser considerado o melhor do mundo, sem que não se permita avaliação sobre a sua gestão.

O povo tem sim importante papel em se manifestar e exigir o óbvio, que é precisamente no sentido de querer competência governamental, para a reversão, o mais rapidamente possível, da alarmante rejeição ao desempenho da gestão pública.

Cabe primordialmente ao presidente do país, por meio dos órgãos competentes, identificar se realmente a sua gestão vem priorizando as políticas de cunho social e econômico, em benefício dos brasileiros, de modo que seja possível a adoção, em cada caso, das necessárias medidas saneadoras, porque isso faz parte dos compromissos do governante, na melhor compreensão de país sério e evoluído, em termos de administração moderna, competente e responsável.

É exatamente assim que se procedem os administradores com o mínimo de competência gerencial, tendo a preocupação com o melhor desempenho do governo, não importando de onde vêm as críticas, porque o povo sabe compreender o seu esforço e tudo que vier para prejudicá-lo não terá o efeito da difamação e do fora do governo, como assim querem os seus desafetos, na forma da descrição constante da mensagem em apreço.

Há de se convir que a tentativa de se usar as redes sociais, pelos bolsonaristas, como forma de inócua reação às críticas ao governo, não resolve absolutamente nada e ainda tem o condão de se contribuir, em demonstração de cumplicidade com as possíveis deficiências administrativas, que precisam ser extirpadas ou esclarecidas que elas são inexistentes, em razão dos fatos verdadeiros de gestão.

Ao contrário do desejável pelos bolsonaristas, de reação às críticas pelas redes sociais, porque isso só contribui para intensificar as causas da insatisfação popular, quando o mais razoável, nesse caso de rejeição ao governo, é o emprego dos princípios do bom senso e da racionalidade, como forma inteligente e competente destinada à minimização dos problemas sociais, que já atingiram limites insuportáveis, pelo menos em termos de insatisfação popular.

À toda evidência, não é nada recomendável, para os interesses dos brasileiros, a discussão em público entre facções adversas, senão que haja apenas ponderação e moderação na condução das medidas saneadoras.

A propósito, o curioso de toda celeuma é que os chamados bolsonaristas, ao partirem para a reação, evidentemente de forma irracional, com o contra-ataque nas redes sociais, estão apenas caindo, como verdadeiros patinhos, na armadilha preparada para o pior das disputas eleitorais, aceitando a mediocridade da discussão sobre fatos que podem resultar em benefício dos oponentes ao governo.

Nesse caso, o ideal mesmo seria ignorar o jogo baixo proposto e procurar a correção das possíveis falhas na gestão de políticas sociais, cujo resultado seria apenas favorável ao desempenho do governo.  

É preciso juízo para os brasileiros de bem, no sentido de apenas cuidar dos interesses do Brasil, de modo a se buscar a solução dos problemas, por meio de medidas competentes, inteligentes e construtivas, com o embargo de reações irracionais, nas redes sociais, porque isso só contribui para alimentar as discussões infrutíferas e desnecessárias, que são da vontade estratégica de quem pretende desgastar politicamente a imagem do governo e tirar vantagem do episódio.

Brasília, em 18 de janeiro de 2022

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