sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Liberdade à vida?

 

Na discussão sobre o passaporte vacinal, o ministro da Saúde disse que "não se pode discriminar as pessoas entre vacinadas e não vacinadas para a partir daí impor restrições".

Na mesma ocasião, o ministro da Saúde, evidentemente parafraseando o negativismo do presidente do país, afirmou que "Às vezes é melhor perder a vida do que perder a liberdade", cujo posicionamento é mais absurdo desserviço prestado por essa autoridade, porque a principal função dele é proteger a saúde da população .

Fica muito claro que o ministro da Saúde escolheu o lado da política, muito mais por motivação eleitoreira, em detrimento da essência da sua função de zelar pela saúde do povo, ficando bem evidente o alheamento do governo à gravidade da pandemia do coronavírus.

É bastante estranha a mentalidade de quem valoriza a liberdade, em detrimento da vida do ser humano, conforme defende a mensagem em tela, da autoria da principal autoridade em saúde pública, pelo menos é o que se pode inferir, por ele ser o chefe do órgão com função constitucional de proteger as saúde dos brasileiros.

Penso que a exigência de vacina tem vinculação direta com a preservação da vida e, em qualquer circunstância, esta jamais pode ser confundida, em termos de calor, com a liberdade.

Antes da vacina, morriam, por dia, mais de 4 mil brasileiros, enquanto, agora, com a vacina, há notícia de apenas, no máximo, 200 mortes e isso é fantástico, porque demonstra o tanto de vidas preservadas.

Como ser indiferente à vacina, que proporcionou a preservação de milhares de vida?

A liberdade é extremamente importante sim, mas, sem saúde, ela tem valor tão significativo à absolutamente nada.

Na verdade, trata-se o sentido da liberdade como se não existisse a Covid, que foi capaz de matar mais de 600 mil pessoas em muito pouco tempo.

É preciso se compreender que, no auge da pandemia, não tinha vacina, não tinha liberdade e todos que se salvaram ainda deram graças a Deus, mesmo tendo ficado privado a absolutamente tudo, especialmente, repita-se, à liberdade.

Agora, não se sabe exatamente por qual razão, fala-se em liberdade como se essa tivesse a primazia da saúde, devendo se compreender que ambas têm a sua importância e precisam ser compreendidas cada qual no seu momento, de modo que o tratamento dispensado elas estejam em harmonia com as suas funções especiais, sem essa de primazia da liberdade.

Novos tempos em que a ordem natural consegue ser invertida não pela insensibilidade humana, com o respaldo da insensatez ideológica, que já demonstrou verdadeira tragédia, em forma de calamidade humanitária.

É triste que o homem se deixe influenciar, quando ele precisa agir com base nos salutares princípios do bom senso e da razoabilidade, sempre pensando no que seja melhor para a sociedade, em sintonia com a evolução da humanidade.

Apelam-se para que se respeitem a luta pela preservação da vida, evidentemente sem desmerecer a importância da liberdade.

Quem discordar da vacina, que seja fiel aos princípios, não a tomando, mas tenha a dignidade humana de respeitar as pessoas que se submetem às medidas e às orientações aconselháveis à preservação da vida, porque quem se respeita tem o direito de não a tomar, à vista da liberdade de pensamento, opinião e sentimento.

É preciso haver a conscientização de que a imunização é medida que tem arcabouço científico, mesmo que ainda não haja plena segurança e eficácia, mas já está mais do que provado, com a significativa redução das mortes, a par de que também a sua implantação já foi capaz de ajudar, em termos  socioeconômicos, os países, diante da criação de atmosfera positiva de maior segurança para as populações e ao mesmo tempo há a evidência da maior tranquilidade para o sistema público de saúde, evitando casos graves e, sobretudo, sobrecarga do sistema de atendimento médico-hospitalar.

É inacreditável que, em plena experiência evolutiva do homem, com o aproveitamento dos benefícios resultantes dos avanços da ciência e da tecnologia, ainda existem mentalidades que defendem, como metas de governo, a liberdade, em claro desprezo à vida, fato este que só demonstra a inversão dos valores inerentes ao ser humano, cuja grandeza se sobrepõe a tudo que existe na natureza.  

Convém que seja necessário o compromisso com a responsabilidade cívica e humanitária, quanto ao respeito à liberdade de se tomar vacina ou não, a depender do grau da compreensão, em especial, sobre os riscos que correm aqueles que preferem não se vacinar.

Brasília, em 07 de janeiro de 2027

Nenhum comentário:

Postar um comentário