Circula, nas redes sociais,
mensagem com incitação ao fechamento das atividades de emissora de comunicações,
tendo como principal argumento que ela divulga notícias contrárias aos interesses
do governo.
A mensagem foi escrita com o seguinte
teor: “A Globo colocou todo o seu arsenal tecnológico e humano a serviço de
um MASSACRE JAMAIS VISTO na história de qualquer país civilizado do ocidente. A
guerra ao presidente do Brasil já não é mais velada, tornou-se escancarada e
desproporcional, levando a uma inversão de papéis que atenta contra a
democracia. A Globo não é dona dos destinos do país e nem da verdade, precisa
de limites. URGENTE. A população vem sendo submetida a uma lavagem cerebral em
um momento que a televisão desempenha papel estratégico de informação e de
segurança nacional. Descaradamente, apresenta notícias manipuladas,
tiradas de contextos com montagens; recursos audiovisuais empregados para
descontextualizar a fala do presidente e um jornalismo sem ética, a serviço dos
interesses da emissora. Para a Globo não é a saúde do povo brasileiro que
importa, e sim, a destruição do chefe da nação e dos sonhos de quem acredita
nele, apesar dos seus defeitos. Chega de CANALHICE! O Brasil é maior do que os
interesses de uma emissora de televisão. Tá na hora de um basta nessa
perseguição covarde. Se você chegou até aqui e concorda com este artigo,
replique para a sua lista e vamos reagir a esse espetáculo de INSENSATEZ
da ‘maior’ emissora do país”.
Por fim, a mensagem conclui fazendo
o seguinte apelo: “N Ã O à Renovação da Concessão de Transmissão da
Globo!
O meu sentimento crítico de
cidadão tem compreensão de civilidade e racionalidade para a realidade dos
fatos que estão acontecendo entre a emissora e o presidente do país.
Não tem o menor cabimento nada do
que consta desse infeliz arrazoado delineado acima, por porque, se é verdade
que a emissora faz tudo para destruir a reputação do "todo-poderoso",
principalmente procurando distorcer os fatos e arranjar montagens mentirosas e
tudo o mais tendo por finalidade tentar derrubar o presidente do cargo, em especial na
compreensão do próprio destinatário e dos seguidores dele, também é verdade que
os argumentos arquitetados pela emissora podem ser contraditados por meio de
fatos reais e baseados com a verdade do governo.
Caso a emissora tente realmente
construir argumentos noticiosos falsos ou fantasiosos contra o presidente e o
seu governo, estes somente têm a obrigação de contestá-los nas instâncias competentes,
em princípio, em que elas sejam a via judicial, onde normalmente devem ser evidenciados
os fatos reais, de modo que se busque a demonstração da verdade e a devida reparação
dos danos causados à imagem do presidente do país e do governo.
Ao contrário disso, a péssima impressão que
fica é a de que pode ser verdade que o presidente do país até goste de tudo que
se fala do ruim e do que não presta sobre ele, se não reage à altura, na via
judicial.
A verdade é que não tem o menor
cabimento que isso aconteça impunemente, diante do direito constitucional da
reparação da verdade, inclusive mediante a indenização por danos morais e os
aspectos próprios aplicáveis no regramento jurídico, que são medidas sempre
empregadas porque demonstra o mínimo de inteligência e competência, justamente por
parte do lado ofendido ou difamado.
A forma costumeira de reclamação
contra as emissoras só demonstra acentuada e consentida incompetência, tendo
como álibi a vontade para que tudo isso venha a acontecer com maior frequência
e da pior forma possível, exatamente para que o presidente do país tenha o azo
de se passar, como em sido do seu costume, por autêntico perseguido pelos meios
de comunicação do país, sem que ele demonstre, em cada caso, a menor
preocupação sobre a busca da verdade, que seria tentada por meio de recursos na
Justiça, de modo que haveria a reparação das notícias caluniosas e mentiras e o
presidente ficaria sempre em uma boa, com a evidência da verdade sobre o seu
governo.
Mas, na realidade, esse não é
realmente o objetivo dele, que prefere, ao que tudo indica, que aconteça o
pior, conforme as colocações da mensagem acima, porque assim o presidente tem
robustos argumentos para justificar o seu sonhado ato de encarar a principal
emissora do país e colocá-la sob o chão, por força de deplorável ardil, próprio
da falta de competência e criatividade, porque o seu ato poderia ser
interpretado como sendo decorrente de artimanhas, perpetradas por meio de medidas
devidamente calculadas, evidentemente contrárias à ausência de ideias salutares
e sensatas, como, aliás, é o que somente deveria acontecer no caso em comento.
Causa enorme perplexidade que a
mensagem em apreço mencione a tentativa de “destruição do chefe da nação e
dos sonhos de quem acredita nele,”, como se a emissora mencionada estivesse
acima da lei e tivesse poderes supremos, evidentemente ilimitados para promover,
sem a menor contestação e ainda impune, algo terrível como a destruição do
presidente da nação e assim mesmo tudo ficasse sem que acontecesse nada em
termos de reação e represália, na via judicial, como normalmente fazem as nações
civilizadas e evoluídas, em termos político-administrativos.
Esse fato, por si só, mostra o
tanto de ingenuidade como as pessoas tratam as coisas sérias neste país,
procurando induzir aos brasileiros a acreditarem em algo mentiroso e fantasioso.
Ou seja, se realmente a aludida emissora
dissemina notícia ou qualquer situação que seja contrária à verdade inerente ao
país ou caracteriza difamação às autoridades constituídas, os órgãos
competentes da estrutura do governo têm poder constitucional para,
imediatamente, adotar as medidas pertinentes, no sentido da reparação da
verdade e dos possíveis danos decorrentes.
É precisa acabar com o alarmismo
e o sensacionalismo, como parece ser o caso materializado no vídeo em causa, que
procura transmitir situações que não condizem com a verdade, porque nada do que
ele reclama tem consistência, a tanto quanto à existência de meios jurídicos
para pôr fim às ideias absurdas disseminadas por ele, conforme a análise que se
procura mostrar neste texto.
Se é verdade que a emissora trava
guerra ao presidente brasileiro, este precisaria apenas ter um pouco de sabedoria
para se armar para combater o seu principal inimigo apenas com as munições adequadas
ao caso, na trincheira do Poder Judiciário, onde é ali que se trava verdadeira
batalha e a guerra é ganha, normalmente, por aquele que estiver apetrechado exclusivamente
da verdade sobre os fatos.
A dignidade em se negar a
renovação de funcionamento da emissora somente se justifica e faz sentido, na
forma da lei, se ela não conseguir provar a sua regularidade perante os órgãos governamentais,
quanto à fiscalização e ao controle, compreendo, em especial, a sua quitação
com os encargos legais, notadamente no que diz respeito à Previdência e ao
Fisco, com embargo das condenáveis artimanhas pretendidas no documento em
epígrafe, porque elas não condizem com os princípios da seriedade e da
civilidade republicanas.
Brasília, em 6 de janeiro de 2022
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