As
experiências mostram as dificuldades para se encontrar os melhores parâmetros para
o desenvolvimento socioeconômico, em especial diante da falta de iniciativas do
próprio governo.
No
momento, quase tudo, no Brasil, conspira para que seja difícil o encaixe dos
melhores acontecimentos, como eram esperados pelo governo, embora houvesse enorme
expectativa na direção dos sonhos, evidentemente antes do surgimento da
terrível crise da pandemia do coronavírus, que teve o poder de interferir
diretamente na dinâmica das estratégias econômicas.
Os
fatos ajudaram a empurrar o pais para novos rumos, ganhando os destinos de muitas
incertezas quanto ao futuro não somente político-administrativo, mas também e
especialmente econômico, à vista da retomada dos elevados índices da inflação e
dos juros, que comprometem fortemente o desempenho da gestão pública.
Em
princípio, havia a esperança de que houvesse expressivo crescimento em todos os
setores sob a gestão pública, com importante reflexo na iniciativa privada, mas
os deuses do poder global tiveram entendimento diferente, exatamente em sentido
contrário, fato este que contribuiu para a ampliação da regressão, basicamente,
com a indesejável prejuízo para a sociedade.
O
pior de tudo isso é que, por incrível que pareça, as perspectivas são as piores
possíveis, diante da preocupante composição do quadro político, que se mostra
em processo de inacreditável decadência, nos últimos tempos, ganhando contornos
sob a desanimadora compreensão de progressiva mediocridade, ante à dificuldade
do sentimento de defesa dos interesses nacionais.
Esse
quadro de precariedade tem como respaldo, devidamente comprovado por muitos parâmetros,
a notória ausência da renovação política, à vista da falta de interesse pela
política por parte das pessoas dignas e responsáveis, permitindo a
predominância dos mesmos políticos no cenário nacional, que se reelegem sem qualquer
dificuldade, mesmo sendo incapazes de defender os interesses da sociedade, como
é do seu dever, porém eles se perpetuam no poder mantendo as mesmas filosofias
e ideologias do atraso que não contribuem em nada para a melhoria do bem comum.
O
preocupante quadro político brasileiro tende a piorar ainda mais, em razão de o
Brasil ser o único país que tem quase quarenta partidos políticos legalmente
autorizados a funcionar, que têm o condão de apenas tumultuar o sistema político,
diante da incapacidade de formar novas lideranças políticas e, por via de
consequência, novos candidatos com ideias renovadoras e atrativas ao interesse
público, com capacidade para mudar o status quo da normalidade da decadência
política.
Ou
seja, há incompreensível comodismo, a ponto de se chegar ao espectro da
deplorável polarização política entre direita e esquerda, justamente diante da falta
de lideranças em condições de competitividade em nível de melhor compreensão
sobre os verdadeiros ideais da Ciência Política.
No
momento, existem dois candidatos em potencial para disputar a próxima eleição presidencial,
mas nenhum deles se encaixa exatamente no perfil ideal e desejável dos
brasileiros.
De
uma forma ou de outra, o desempenho de ambos os candidatos deixou rastro de
insatisfação muito maior do que de contentamento por conta do atendimento às
necessidades básicas da população, salvo no que se refere à ideologia, em que o
fanatismo cego não consegue enxergar os defeitos deles.
O
certo é que cada candidato tem as suas idiossincrasias visivelmente direcionadas
para a defesa de interesses pessoas e partidários, com indiscutível detrimento
das causas nacionais e da população, principalmente pela irrestrita demonstração
do escrachado e nefasto populismo, com tendência natural para a defesa dos seus
respectivos simpatizantes e idólatras, conforme mostram os fatos, que não
agradam à população em geral, diante da compreensão de que a arte de governar é
para todos, indistintamente.
Há,
na realidade, verdadeiro quadro de indefinição no futuro da política brasileira,
principalmente porque ambos os candidatos estão implicados com acusações sobre práticas
de possíveis irregularidades, que exigem o seu devido esclarecimento à
sociedade, em forma de prestação de contras sobre os seus atos na vida pública,
em se tratando que o exercício da gestão pública exige atributos compatíveis
com os princípios da moralidade, da transparência, da dignidade, da competência,
entre outros requisitos da decência na vida pública.
No
caso do atual presidente, as acusações são originárias quanto a possíveis ilícitos
praticados na linha de frente do combate à pandemia do coronavírus, à vista do
resultado das investigações da Comissão Permanente de Investigação da Covid, do
Senado Federal, que pediu o indiciamento dele em, pelo menos, oito situações
questionáveis, em razão da constatação de eventuais negligências cujas autorias
são atribuídas ao seu governo, que teria se omitido ou agido em comprometimento
ao atendimento às referidas questões.
A
verdade é que o clima de turbulência alimentado pelo presidente do país mantém
o dólar em alto, fato este que contribui para empurrar a inflação para cima e
realimentar a turbulência de que o mandatário necessita, justamente para se
criar mais instabilidade político-administrativa e se justificar a mobilização
de seus fanáticos, evidentemente em sua defesa.
O
certo mesmo é que a causa da deplorabilidade político-administrativa é facilmente
identificada, tendo por base os parâmetros das práticas adotadas nos exercícios
dos cargos públicos eletivos, que não se coadunam com os princípios da
modernidade administrativa e muito menos com os conceitos da decência e da
dignidade que precisam imperar na gestão pública.
À
toda evidência, é perceptível que somente existem esforços quanto aos cuidados
em defesa de interesses pessoais e partidários, à vista da inacreditável existência
de enorme quantidade de inúteis agremiações, em que todas somente se beneficiam
do regramento de recursos públicos, sem a obrigatoriedade de qualquer contraprestação
em benefício da sociedade, que é compulsoriamente mantenedora dessa esculhambação
política.
Urge
que os brasileiros, no âmbito da sua responsabilidade cívica e patriótica, se conscientizem
sobre a imperiosa necessidade de se avaliar qual será o melhor candidato para
governar o Brasil, sob o aspecto da defesa exclusivamente dos interesses
nacionais e da população, à vista dos princípios republicanos, em especial que
o futuro presidente do país se devote ao trabalho identificado com as causas inerentes
ao desenvolvimento socioeconômico, com embargo dos políticos profissionais e
aproveitadores das benesses do poder, porque eles são a daninha classe da política
brasileira.
Brasília,
em 4 de janeiro de 2022
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