terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Mobilização para o bem do Brasil

 

As experiências mostram as dificuldades para se encontrar os melhores parâmetros para o desenvolvimento socioeconômico, em especial diante da falta de iniciativas do próprio governo.

No momento, quase tudo, no Brasil, conspira para que seja difícil o encaixe dos melhores acontecimentos, como eram esperados pelo governo, embora houvesse enorme expectativa na direção dos sonhos, evidentemente antes do surgimento da terrível crise da pandemia do coronavírus, que teve o poder de interferir diretamente na dinâmica das estratégias econômicas.

Os fatos ajudaram a empurrar o pais para novos rumos, ganhando os destinos de muitas incertezas quanto ao futuro não somente político-administrativo, mas também e especialmente econômico, à vista da retomada dos elevados índices da inflação e dos juros, que comprometem fortemente o desempenho da gestão pública.

          Em princípio, havia a esperança de que houvesse expressivo crescimento em todos os setores sob a gestão pública, com importante reflexo na iniciativa privada, mas os deuses do poder global tiveram entendimento diferente, exatamente em sentido contrário, fato este que contribuiu para a ampliação da regressão, basicamente, com a indesejável prejuízo para a sociedade.

O pior de tudo isso é que, por incrível que pareça, as perspectivas são as piores possíveis, diante da preocupante composição do quadro político, que se mostra em processo de inacreditável decadência, nos últimos tempos, ganhando contornos sob a desanimadora compreensão de progressiva mediocridade, ante à dificuldade do sentimento de defesa dos interesses nacionais.

Esse quadro de precariedade tem como respaldo, devidamente comprovado por muitos parâmetros, a notória ausência da renovação política, à vista da falta de interesse pela política por parte das pessoas dignas e responsáveis, permitindo a predominância dos mesmos políticos no cenário nacional, que se reelegem sem qualquer dificuldade, mesmo sendo incapazes de defender os interesses da sociedade, como é do seu dever, porém eles se perpetuam no poder mantendo as mesmas filosofias e ideologias do atraso que não contribuem em nada para a melhoria do bem comum.

O preocupante quadro político brasileiro tende a piorar ainda mais, em razão de o Brasil ser o único país que tem quase quarenta partidos políticos legalmente autorizados a funcionar, que têm o condão de apenas tumultuar o sistema político, diante da incapacidade de formar novas lideranças políticas e, por via de consequência, novos candidatos com ideias renovadoras e atrativas ao interesse público, com capacidade para mudar o status quo da normalidade da decadência política.

Ou seja, há incompreensível comodismo, a ponto de se chegar ao espectro da deplorável polarização política entre direita e esquerda, justamente diante da falta de lideranças em condições de competitividade em nível de melhor compreensão sobre os verdadeiros ideais da Ciência Política.

No momento, existem dois candidatos em potencial para disputar a próxima eleição presidencial, mas nenhum deles se encaixa exatamente no perfil ideal e desejável dos brasileiros.

De uma forma ou de outra, o desempenho de ambos os candidatos deixou rastro de insatisfação muito maior do que de contentamento por conta do atendimento às necessidades básicas da população, salvo no que se refere à ideologia, em que o fanatismo cego não consegue enxergar os defeitos deles.

O certo é que cada candidato tem as suas idiossincrasias visivelmente direcionadas para a defesa de interesses pessoas e partidários, com indiscutível detrimento das causas nacionais e da população, principalmente pela irrestrita demonstração do escrachado e nefasto populismo, com tendência natural para a defesa dos seus respectivos simpatizantes e idólatras, conforme mostram os fatos, que não agradam à população em geral, diante da compreensão de que a arte de governar é para todos, indistintamente.

Há, na realidade, verdadeiro quadro de indefinição no futuro da política brasileira, principalmente porque ambos os candidatos estão implicados com acusações sobre práticas de possíveis irregularidades, que exigem o seu devido esclarecimento à sociedade, em forma de prestação de contras sobre os seus atos na vida pública, em se tratando que o exercício da gestão pública exige atributos compatíveis com os princípios da moralidade, da transparência, da dignidade, da competência, entre outros requisitos da decência na vida pública.

No caso do atual presidente, as acusações são originárias quanto a possíveis ilícitos praticados na linha de frente do combate à pandemia do coronavírus, à vista do resultado das investigações da Comissão Permanente de Investigação da Covid, do Senado Federal, que pediu o indiciamento dele em, pelo menos, oito situações questionáveis, em razão da constatação de eventuais negligências cujas autorias são atribuídas ao seu governo, que teria se omitido ou agido em comprometimento ao atendimento às referidas questões.

A verdade é que o clima de turbulência alimentado pelo presidente do país mantém o dólar em alto, fato este que contribui para empurrar a inflação para cima e realimentar a turbulência de que o mandatário necessita, justamente para se criar mais instabilidade político-administrativa e se justificar a mobilização de seus fanáticos, evidentemente em sua defesa.

O certo mesmo é que a causa da deplorabilidade político-administrativa é facilmente identificada, tendo por base os parâmetros das práticas adotadas nos exercícios dos cargos públicos eletivos, que não se coadunam com os princípios da modernidade administrativa e muito menos com os conceitos da decência e da dignidade que precisam imperar na gestão pública.

À toda evidência, é perceptível que somente existem esforços quanto aos cuidados em defesa de interesses pessoais e partidários, à vista da inacreditável existência de enorme quantidade de inúteis agremiações, em que todas somente se beneficiam do regramento de recursos públicos, sem a obrigatoriedade de qualquer contraprestação em benefício da sociedade, que é compulsoriamente mantenedora dessa esculhambação política.

Urge que os brasileiros, no âmbito da sua responsabilidade cívica e patriótica, se conscientizem sobre a imperiosa necessidade de se avaliar qual será o melhor candidato para governar o Brasil, sob o aspecto da defesa exclusivamente dos interesses nacionais e da população, à vista dos princípios republicanos, em especial que o futuro presidente do país se devote ao trabalho identificado com as causas inerentes ao desenvolvimento socioeconômico, com embargo dos políticos profissionais e aproveitadores das benesses do poder, porque eles são a daninha classe da política brasileira.

Brasília, em 4 de janeiro de 2022

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