segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Vitória em primeiro turno?

 

Vem circulando, nas redes sociais, mensagem que diz precisamente que "O homem disparou... Primeira pesquisa Metrópoles eleitoral de 2022 aponta vitória de Lula no 1º turno".

Não se trata de querer desacreditar da crendice das pessoas, que fazem avaliação, em princípio, precipitada e totalmente sem o menor fundamento, em se afirmar como nesse caso, em que “O homem” pode se eleger no 1º turno da eleição presidencial.

O fato é que essas pessoas estão se baseando em consulta feita de preferência com votos entre tão somente pouco mais de 2 ou 3 mil pessoas, sem as devidas explicações sobre critérios técnicos específicos, como, por exemplo, as regiões, quantidades de cidades e quais, entre outros fatores relevantes para fins de avaliação da amostra.

É preciso que as pessoas tenham a exata compreensão de que estão habilitados a votar, no Brasil, muito mais de 150 milhões de eleitores e, entre esses votantes, resultará, isto sim, o escolhido para governar o país, nesse universo de votos de múltiplas regiões díspares, em termos de preferência e níveis de eleitores.

Ou seja, é preciso que haja muito bom senso e extrema racionalidade para se imaginar que os votos de apenas menos de mil votantes, que é mais ou menos o total daqueles que disseram que votariam no candidato nominado acima, i.e. cerca de 48% dos mais de 2 mil pessoas consultadas, mesmo se considerando as projeções segundo as tenências de avaliação estatística, não têm condições de se eleger senão mero síndico de clube de agremiação esportiva ou cousa que o valha e jamais o presidente da República, que precisa, em princípio, na forma legal, dos votos dos eleitores que estão habilitados, em torno de mais de 150 milhões.

Isso pode até acontecer, mas é certo que as pesquisas podem servir de mero indicativo, que até divergem de pesquisas fora do contexto das empresas especializadas de consulta de opinião sobre a preferência de voto, quando muitas pessoas dizem que apoiam o atual presidente e repudiam a possibilidade de o Brasil ser presidido por pessoa que não consegue prestar contas sobre a regularidade quanto à sua gestão, eis que ele se encontra implicado na Justiça, respondendo a processos penais referentes a denúncias de corrupção, já tendo inclusive sido condenado à prisão, exatamente por não ter conseguido provar a sua inocência, nos casos já julgados, embora os respectivos veredictos tenham sido anulados, por questão relacionada com a competência da jurisdição e não por conta do exame de mérito do assunto delituoso em si, que continua com plena validade.

Enfim, vejam-se que há muito ceticismo sobre essa louca euforia de esquerdistas, no sentido de que alguém possa contar vitória antecipada, inclusive até mesmo no 1º turno, tendo por base apenas pouco mais de dois ou três mil eleitores opinantes, cujo percentual, que se fosse de 100% deles, jamais teria condições de eleger ninguém, em nível presidencial.

É evidente que se trata de avaliação pessoal, absolutamente isenta de ideologia política, sem desmerecer a capacidade interpretativa de ninguém, que tem total direito de julgar os fatos segundo o seu pensamento e a sua concepção sobre a verdade dos fatos da vida.

Isso vale se dizer que tudo pode acontecer neste pobre país, em que homem público que não consegue provar a sua inocência na Justiça merece apoio para governar a nação, quando o normal deveria ser no sentido do seu aconselhamento, em primeiro plano, para a limpeza da mácula que reside no seu nome, já que ele se considera puro, conquanto isso precisa ser provado na Justiça e não apenas na base da conversa, por meio do grito, que não serve como argumento jurídico e somente tem o condão de convencer os seguidores convictos, possivelmente, por mera questão ideológica, em clara demonstração de dificuldade para a visão da verdade sobre os fatos da vida.

Por seu turno, à vista da imperiosa necessidade de se passar o Brasil a limpo, diante de tantos rebuliços sobre suspeitas de corrupção, incompetência, desvio de dinheiro público, enfim, procedimentos absolutamente contrários aos princípios republicanos e montanhosos atos prejudiciais aos interesses dos brasileiros, que seriam muito mais justo se eles fossem objeto de prévios equacionamentos, avaliações, esclarecimentos, justificativas, prestação de contas, com vistas a se buscar a real verdade sobre as responsabilidades de cada um dos principais políticos em atividades, precisamente para possibilitar se passar o Brasil a limpo.

O ideal seria que se tivessem efetivas condições de se eleger o melhor homem pública para presidir o país, onde não restasse qualquer fato a ser esclarecido ou justificado sobre a sua vida pregressa, de modo que não restasse suspeita de absolutamente nada, exatamente porque é assim que se procedem com os povos que se mostram com princípios, seriedade e consciência sobre a integridade moral da nação.

À toda evidência, os princípios da seriedade, decência, moralidade, dignidade, entre outros, precisam prevalecer unicamente como forma objetivada na vida pública, que exige cristalinidade e transparência em tudo, especialmente porque o país com a grandeza do Brasil não merece, em hipótese alguma, ser submetido ao vexame de homem público envolvido com denúncias sob prática de irregularidades na sua gestão possa vir a governá-lo nem sequer imaginar em ser representante do povo, de qualquer forma, porque isso representa gravíssimo acinte à dignidade dos honrados eleitores, que precisam zelar pela honradez do país e do seu nome.

O Brasil merece muito mais do que transparência em tudo que se refere à administração pública, ante o envolvimento da gestão de recursos dos brasileiros, de modo que seja possível se eliminar da vida pública, em definitivo, todos os aproveitadores contumazes que não se cansam de sugar os minguados dinheiros dos cofres públicos, por todas as formas possíveis do desvio de finalidade, em especial por meio de má administração dos negócios da Brasil, em forma de incompetência gerencial, aparelhamento da máquina pública, errática coalizão da gestão, até mesmo roubalheira de recursos, à vista dos escandalosos esquemas do mensalão e do petrolão, entre outras irregularidades incompatíveis com os princípios modernos da administração séria, competente, eficiente e responsável.

É preciso que os brasileiros cuidem com carinho do Brasil, para que ele seja presidido somente por homem público segundo a observância dos salutares princípios republicanos exigidos em forma de conduta ilibada e imaculabilidade na vida pública, ante a importância da valorização da administração pública, em harmonia com os regramentos da moralidade, honestidade, competência, dignidade, eficiência e responsabilidade.  

Brasília, em 17 de janeiro de 2022

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