Meu coração acaba de receber alta dose de felicidade, quando concluo, com
muito júbilo, novo livro, que representa a minha quinquagésima nona obra
literária e se junta à minha coleção, cujo acontecimento constitui novas
energias que alimentam minhas fontes criativas, que careço para dar continuidade
às maravilhosas atividades de escrever textos sobre os fatos da vida.
Dando continuidade ao prazeroso sentimento de homenagear valorosos personagens
ou entidades, com a modéstia dedicatória de meus livros, ante a relevância de
pessoas, fatos ou instituições especiais e queridos, tenho o invulgar prazer de
trazer à lembrança, desta feita, de instituição da maior importância para o
povo de Uiraúna, que faz parte da história da cidade e já se tornou até
patrimônio cultura e imaterial do Estado da Paraíba, ante à sua real
expressividade para a vida de um povo.
Refiro-me à Banda de Música Jesus, Maria e José, instituição que
dispensa comentários sobre a sua importância para Uiraúna, porque a sua
existência tem ligação com a cidade como verdadeiro cordão umbilical, que se
alimenta e se nutre com a seiva vinda do amor de seu povo, que tem verdadeira adoração
por tudo que ela representa, em termos de musicalidade.
O que me levou a prestar essa singela homenagem à fantástica banda de música
foram, sem dúvida, as boas lembranças do meu tempo de infância, quando eu
corria mundos para assisti-la tocar seus melodiosos acordes, que nunca saem da
memória, como algo que é bom e eterno dentro de mim.
A fotografia da capa do livro é de flagrante majestoso pôr do sol da
amada Uiraúna, Paraíba, que certamente fala da beleza do sol “gema de ovo”,
produzido pela rica natureza.
Transcrevo, a seguir, a dedicatória que faço com
muito carinho, em homenagem à banda de música dos encantos do povo de Uiraúna, que
tem o condão de engrandecer, com o seu prestígio, o meu 59º livro.
“DEDICATÓRIA
Tenho muita satisfação em dedicar este livro à
festejada banda de música Jesus, Maria e José, de Uiraúna, Paraíba, que é ícone
dessa cidade, por ostentar o que é mais sagrada da sua história musical e ainda
ser considerada a “Terra dos Músicos”, graças, evidentemente, à secular existência
desse símbolo que tem a galhardia de bem representá-la.
A banda de música
Jesus, Maria e Jose é realmente aquele patrimônio inalienável de cada
uiraunense, que já nasce ouvindo os acordes melodiosos, em especial, de seus
inesquecíveis dobrados, executados com a ímpar competência de todos quanto fazem
parte do seu conjunto musical, em toda trajetória da sua bem-sucedida história.
Depois de nascer no
embalo e no clima de suas músicas, a gente cresce e se desenvolve aprendendo a
gostar e amar cada vez mais a banda que se torna inevitável e inseparável amiga,
para o resto da vida.
O meu caso é especial,
porque eu me separei dela, ou seja, deixei de acompanhá-la de perto, quando vim
para Brasília, no início de 1966, mas nem por isso deixei de amá-la como pessoa
que jamais esquece as suas origens.
Não há como se
esquecer de seus melodiosos acordes manifestados por meio de lindos dobrados e
tantas outras excepcionais músicas, que ficam gravadas e eternizadas na nossa
memória, para sempre.
A verdade é que a banda de música Jesus, Maria e José tem mantido o peculiar
padrão de qualidade, em nível superior e de reconhecida especificidade
inigualável, sob a batuta de seus competentíssimos maestros, que se tornaram
dignos e respeitáveis comandantes de músicos da maior competência artística e
musical, cujos esforços e dedicação forjaram o que se pode denominar de
patrimônio cultural da maior importância para Uiraúna e a Paraíba.
À toda evidência, todo sucesso conquistado ao longo da sua gloriosa
história é fruto da conscientização de seus componentes, que foram e são
devotados ao aprimoramento das técnicas musicais, em harmonia com a sua paixão
e o seu amor às causas da música de qualidade e por excelência, como tem sido a
maneira destacada em toda a existência dessa briosa banda musical, que tanto
orgulho proporciona aos conterrâneos.
Não se pode negar que o DNA musical já nasce com os uiraunenses, em cujo
sangue sempre corre com a marca indelével das notas musicais, bastanto apenas
pôr em prática o seu talento inato, a depender do interesse em explorá-lo,
conforme a sua opção.
A majestosa banda de música Jesus, Maria e José é secular berço de
excelentes artistas da música e musicistas que tiveram a honra de integrá-la,
ao longo da sua existência, sempre na linha de frente apresentando o melhor da
cultura musical e engrandecendo o conceito e o talento dos músicos da cidade, a
ponto de se permitir a inspiração do consagrado título conferido de Patrimônio
Cultural e Imaterial do Estado da Paraíba, com muita justiça e acerto, em forma
de reafirmação da vocação inata do seu povo, que sempre teve interesse no
desenvolvimento da cultura musical, em valorização do importante conhecimento
artístico.
A concessão desse importante título é gesto de muita
nobreza de iniciativa da Assembleia Legislativa da Paraíba, em reconhecer,
embora com bastante atraso, diga-se de passagem, mas com o devido mérito, a
relevância musical da banda de música Jesus, Maria e José como símbolo cultural
do Estado da Paraíba.
Enfim, a nossa banda musical foi colocada no patamar da sua
real grandeza, em termos histórico e artístico-cultural, que realmente
prestigia instituição musical que faz jus, há muito tempo, em virtude de
preencher os predicativos como patrimônio de cunho artístico e cultural, em
nível de reconhecida notoriedade, no decorrer de toda a sua riquíssima
trajetória de devotada disseminação da música de qualidade, em todos os
gêneros, com destaque para os dobrados, além de também ser modelo de vanguarda
na arte musical, em geral.
A importância desse honroso título coloca a banda de música
Jesus, Maria e José no topo das demais bandas, em pedestal que ela realmente
faz jus, por merecer esse honroso título, há muito tempo, em especial por ela
ser notável celeiro de ótimos e geniais músicos, de grande potencial artístico,
que atingiram a celebridade e engrandeceram o seu nome, cujo conceito de
qualidade musical é mantido em elevados respeito e admiração pelos amantes da
boa música, em todos os padrões e gostos por ela executados.
É fácil se imaginar o elevado sentimento de orgulho dos
músicos que tiveram e têm a honra de compor essa brilhante instituição, que
agora é patrimônio cultural e imaterial da Paraíba, porque são eles
responsáveis pela manutenção do melhor conceito da banda, desde os primórdios,
a começar de seus idealizadores e fundadores e daqueles que se realizaram na
vida fazendo brilhante participação em uma das melhores bandas de músicas não
só da Paraíba, mas também do Brasil, exatamente por terem conseguido a
padronização do destacado primor musical, que jamais atravessou o ritmo.
A verdade é que a banda de Uiraúna sempre se preocupou com
o aprimoramento de seus melodiosos acordes, em especial na execução de lindos e
memoráveis dobrados, que encantavam e ainda embelezam o bom gosto musical dos
apaixonados uiraunenses por sua adorável banda de música.
Nessa mesma linha de compreensão, certamente que a
satisfação é enorme e incontida pelos veteranos músicos que agora fazem parte
do magistral e afinadíssimo corpo de músicos da banda musical do céu e que já
deram importante contribuição à prestigiada banda de música Jesus, Maria e
José, glorificando o seu santo nome, na certeza de que eles vão se sentir
honrados em terem contribuído com a grandeza dessa instituição, que agora se
torna ainda mais importante, com o reconhecimento do seu real valor,
conquistado pelo esforço de cada um de seus participantes, desde os maestros
até aqueles iniciantes nas suas fileiras.
Na minha pessoa, reside uma pontinha de orgulho sim, com
base no merecido título, quando me lembro que, por muito pouco mesmo, quase
teria sido um de seus integrantes, já tendo inclusive uniforme para ingressar
no seu seleto corpo de músicos, na qualidade de soprador de piston, onde eu já
tinha aprendido a tocar lindas músicas, sob a competente batuta do
inesquecível, inigualável e genial maestro Ariosvaldo Fernandes, primoroso
músico, que foi extremoso colaborador e defensor das causas de interesse da sua
sempre amada banda.
Como eterno amante da banda e um de seus mais brilhantes
componentes, o venerado maestro e mestre Ariosvaldo Fernandes certamente deve
ter lavado a alma, como se diz no popular, de incontrolável alegria, em razão
da conquista desse importante título, quando se sabe que ele foi responsável por
excepcional e magnífica contribuição com a formação de centenas de bons músicos
que integraram a mais genial banda de música que muito orgulha o povo de
Uiraúna, além de ter sido músico, maestro, professor e outros importantes
instrumentos que contribuíram para manter o alto conceito da querida banda
musical.
É preciso esclarecer que não ingressei na banda porque vim
embora para Brasília, em 1966, e o piston foi vendido exatamente para custear
as despesas da viagem, ou seja, esse meu álibi me poupou de ter sido péssimo
soprador de piston entre os grandes e fantásticos pistonistas da época, entre
os quais figuravam os geniais músicos Anchieta Pinto e Constantino,
simplesmente lendários e inigualáveis.
Induvidosamente, Uiraúna, que é
considerada, de maneira muito apropriada e merecida, também a “Terra dos
Músicos”, foi privilegiada e abençoada pelos deuses da música, por ter sido escolhida,
com o carinho todo especial, para ser berço de muitas famílias que carregaram
no seu DNA o código genético da música, especial e por excelência, conforme
mostra a longeva tradição compatível com a intimidade e o domínio do
conhecimento da arte musical.
As provas materiais dessa
assertiva vêm da fartura de gênios que despontaram, com admirável sucesso, como
é o caso das magistrais e geniais famílias Capitão, Sabino, Fernandes e muitas
outras cuja história musical mostra que a conquista do patrimônio cultural e imaterial da música de
Uiraúna jamais teria sido possível sem a extraordinária participação dos astros
surgidos nessas famílias de talentosos e gigantes do saber musical, que se
dedicaram de corpo e alma por causa tão nobre de manterem sempre ativa e
atuante a chama e o fogo que alimenta a riqueza musical de Uiraúna.
Anima-me muito em ter essa
oportunidade para parabenizar a querida Uiraúna, por sediar tão importante
banda de música que proporciona o encanto e o entusiasmo pelo gosto da
musicalidade de seu povo, tendo o dom natural de manter em nível bastante elevado
e prazeroso real sentimento de "uiraunalidade", que é forma de
prestígio merecedor de especial destaque, em nível regional e estadual.
É com grande alegria que dedico este livro à banda de
música Jesus, Maria e José, aproveitando o ensejo pelo merecidíssimo
reconhecimento da sua grandeza para a cidade de Uiraúna e da Paraíba, que
jamais teria a notoriedade do seu valor sem a existência de importante
instituição musical, que é realmente sinônimo de patrimônio cultural de um
povo, que sempre a apoiou e a incentivou a desenvolver esse projeto maravilhoso
de tocar por século a fio, sem se cansar e sem nunca ter perdido ou confundido
uma única nota musical.
Com os meus eternos carinho e respeito à querida banda de
música de meus tempos de criança, que sempre a acompanhava nas ruas, nas praças
e onde ela se apresentasse para tocar, inclusive em ensaios lá eu estava,
fazendo companhia ao patrono dos apaixonados por ela, na pessoa lendária de
Carlos Antônio, a quem dedico especial homenagem, por seu amor à querida banda
de música.
Presto especial e carinhosa homenagem aos integrantes de hoje e do passado
da gloriosa banda de música Jesus, Maria e José, que é sinônimo de competência,
harmonia e amor à arte musical, que consegue manter elevado o seu conceito de
musicalidade, por tanto tempo, e esse selo de qualidade é motivo sim de muito
orgulho para o povo dessa cidade.
É com o coração cheio de alegria que decidi prestar
esta singela
homenagem à principal e mais importante banda de música de Uiraúna, na forma da
dedicatória deste livro, que mostra o meu reconhecimento e a minha gratidão a
quem tanto enobrece a história cultural dessa amada cidade e oferece ao seu povo
música de qualidade, que é importante forma de alimento espiritual, por ter o
poder de transportá-lo à dimensão de prazer, ao se ouvir os seus acordes melodiosos.
Agradeço a Deus por ter
tido o especial privilégio de quase pertencer aos quadro dessa festejada banda
de música, que merece o respeito e a admiração do povo de Uiraúna, por ser
realmente digna do prestígio que ostenta no âmbito da Paraíba.
Viva a banda de música Jesus,
Maria e José, hoje e sempre, com votos de que ela se eternize por muitos séculos,
com a sua genialidade que tanto orgulha o povo de Uiraúna.
Amém!”.
Brasília,
em 29 de abril de 2022