Em vídeo que circula nas redes sociais, uma
pessoa mostra apoio ao ator que agrediu seu colega de profissão, por ocasião da
entrega do Oscar, dizendo ele sobre a importância de as pessoas que se respeitam
precisar seguir o exemplo de bravura adotado em defesa da honra da sua família,
com a mesma disposição corajosa protagonizada pelo bravo ato.
Como
deixei muito claro no meu texto anterior, sempre vou repudiar e condenar a
violência, especialmente a física, como aquele horroroso episódio acontecido ao
vivo, deixando claro que, no caso, a minha reprovação atinge as violências
tango do agressor como do agredido, por considerar que ambos erraram, por não
se comportarem com a dignidade própria dos civilizados, em termos de respeito
aos princípios humanitários.
No caso em comento, o primeiro, por fazer piada
indevida e desumana, em ambiente especial e solene da entrega do Oscar, que não
comportaria senão a observância do script do evento.
E o segundo, por ter se comportado como
verdadeiro animal selvagem, ao ter violado o salutar princípio da
racionalidade, porque agredir fisicamente é próprio dos brutos e dos ignorantes
e jamais dos civilizados, quando querem pensar e agirem como gente.
‘O ator poderia, por ser de direito, defender a
imagem da esposa dele usando apenas o microfone, de forma civilizada, para
demonstrar o seu inconformismo, em termos educados e à altura de revide
apropriado, mas sem violência física, apenas procurando agir com elegância e
civilidade, mostrando bom senso e inteligência, como fazem normalmente as
pessoas evoluídas e sociáveis.
Respeito as pessoas que pensam diferentemente
de mim, porque é o seu direito democrático de pensar e de discordar, apenas eu
acho que fazer justiça com as próprias mãos não se harmoniza, segundo penso,
com os princípios de civilidade, mesmo que tenha havido agressão verbal do
humorista.
As pessoas que defendem o revide em forma de
agressão, quando há outros meios civilizados para tanto, apenas mostram seu
instinto animalesco, porque racionam igualmente de forma irracional e desumana,
se nivelando com o pensamento rasteiro dos envolvidos no episódio.
Lamento, profundamente, a existência de pessoas
que pensam assim, em defesa da violência, porque isso somente contribui para
dificultar cada vez mais as boas relações sociais e as relações sociais.
Na
verdade, a manifestação e a atitude pessoais são livres e espontâneas e ninguém
é dono da verdade, o que vale dizer que cada pessoa tem sua verdade, mesmo que
esse pensamento seja em defesa da injustificável violência.
Acho
que tenho o direito de pensar diferente de quem produz vídeo em defesa da
violência e do agressor, como se ele fosse o herói de verdade, quando eu penso que
a atitude dele foi mais de covardia, em agredir de surpresa o seu colega de
profissão.
Na
minha limitada concepção, nada justifica a violência, mas tem gente que a
defende como defesa da honra, quando, na verdade, isso só mostra a fraqueza
humana, diante da existência de outros importantes e civilizados meios que
também são capazes para propiciarem eficazes revides, em que o antes
considerado vítima pode se elevar ao nível de verdadeiro cavalheiro.
É
evidente que isso somente se torne possível em razão da atitude de nobreza e tolerância,
em contraposição à agressão sofrida, apenas dizendo a verdade sobre o seu
sentimento acerca do ocorrido e mostrando o quanto foi difícil suportar tamanha
dor que não desejaria nem mesmo para o piadista agressor.
Aqui,
vale lembrar o adágio popular que diz que cada cabeça, uma sentença e a minha
sentença é pela aplicação, no caso, dos mecanismos que levem à construção da
paz e do amor contra a violência, principalmente a física, porque ela não leva
a lugar algum, mesmo que a pessoa tenha sido agredida, em forma de revide, mas
nada se equivale ao se dizer as verdades sentidas sobre o corrido, porque,
dependendo da forma sábia e elegante de se manifestar, isso pode ter o condão
de ferir muito mais do que uma violenta tapa.
Sob a minha modesta avaliação, nada justifica o
uso da violência, precisamente porque isso não é próprio do homem, que tem o
dom do raciocínio, para pensar com inteligência, para o seu próprio bem, mas sim dos brutos, que
normalmente não têm o sentimento do amor nem do respeito, que são próprios do
ser humano, quando ele tem o equilíbrio e a compreensão sobre a importância desses
princípios de grandeza e valor humanos.
Brasília,
em 30 de março de 2022
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