“É
#FAKE vídeo que diz que Barroso confessou estar sendo chantageado por orgia em
Cuba”. Site do G1
“Orgia em Cuba? Bolsonaristas editam fala de Barroso e criam fake news”.
Site do Brasil
Circula
pelas redes sociais vídeo em que um ministro do Supremo Tribunal Federal aparece
afirmando que sofre chantagem de ex-ministro do governo petista, em razão de orgia
da qual os dois teriam participado em Cuba.
Consta
da versão completa do vídeo, entrevista ao site Jota, em fevereiro de 1922, em
que o ministro fala sobre desinformação e cita a história como um dos exemplos
de fake news sobre ele.
Nessa
entrevista, o ministro esclarece: "Para dar alguns exemplos meus que
circulam pela internet... chega a ser divertido de tão bizarro... Que eu sou
chantageado pelo ex-ministro José Dirceu por uma orgia que nós participamos em
Cuba. Vocês não vão acreditar a quantidade de circulação que tem essa notícia.
Eu nunca fui a Cuba, não sou dado a orgias e não mantenho nenhum contato nem
tenho nenhum tipo de relação com o ex-ministro José Dirceu".
Ao
mencionar a fake news, o ministro defendeu a necessidade de instrumentos capazes
de propiciar a moderação dos conteúdos que circulam na internet.
O
magistrado ressaltou que esse controle não teria por finalidade obstaculizar a
liberdade de expressão, tendo em vista que o direito seria fundamental para a
manifestação da dignidade humana, proteção da democracia e registro histórico e
cultural de um povo.
O
certo é que o presidente da República houve por bem aparecer em vídeo, fazendo
o maior escarcéu, para aproveitar o fato de o aludido vídeo envolver um ministro
que é seu inimigo declarado, por ter sido presidente do Tribunal Superior
Eleitoral e contrário às pretensões dele, quanto ao aperfeiçoamento do sistema
eleitoral brasileiro, no que diz respeito às urnas eletrônicas.
Acontece
que o vídeo em questão é falso, diante da confirmação de órgãos da imprensa e do
próprio ministro de que ele jamais teria ido em Cuba, o que simplesmente
desmonta a principal versão de que a orgia teria ocorrido na ilha caribenha,
com a participação dele.
Diante
da relevância do cargo ocupado pelo presidente do país, ele deveria ter o
cuidado de somente tratar de assuntos realmente fidedignos, porque, do
contrário, não fica nada bem para a autoridade dele divulgar assunto mentiroso,
como nesse caso, que ele apenas se apoderou de vídeo que circular nas redes
sociais, absolutamente carente de plausibilidade.
A
verdade é que o presidente permite que se faça a ilação de que ele tinha
interesse em macular a imagem do ministro, mas terminou sendo desmascarado,
diante da falsidade do vídeo, cujo fato caracteriza crime, pela divulgação tendenciosa
de situação inexistente, no sentido de denegrir a reputação do magistrado, com informação
extremamente deprimente, caso ela tivesse sido verdadeira.
Convém
que o presidente da República passe a ser exigente ao extremo, para somente divulgar
assuntos depois de serem devidamente checados quanto às suas fidelidade e
verdade, de modo a se evitar a sua desmoralização resultante de informação
falsa e desonesta, como a que se refere o vídeo em apreço, quando sequer o
ministro esteve em Cuba, onde teria acontecido a propalada orgia, segundo o
presidente do país, envolvendo até crianças, que é algo extremamente grave.
Urge
que o presidente da República tenha o cuidado, a precaução de se retratar, nesse
caso gravíssimo, por conter inverdade, pedindo desculpa ao ministro, como é do
dever de pessoas educadas, pela indevida divulgação de vídeo reconhecido como
fake news, o que não repararia o estrago causado à imagem do magistrado, mas
demonstra elegância de caráter, em reconhecer seu gravíssimo erro.
Brasília,
em 19 de abril de 2022
Nenhum comentário:
Postar um comentário