Pessoas
influentes em defesa das causas indigenistas e parte da sociedade mostraram indignação
pela concessão da Medalha do Mérito Indigenista ao presidente da República, diante
da postura dele quanto aos gravíssimos problema dos silvícolas brasileiros.
Muitas
pessoas estranharam esse fato, tendo classificado a medida como verdadeiro
absurdo e até mesmo “cúmulo do cinismo” por parte do governo, ao conceder láurea
tão relevante para autoridade que caminha na contramão das causas indigenistas.
Uma
celebridade aproveitou o ensejo para ironizar o motivo de o presidente do país ter
recebido a comenda, tendo escrito a seguinte mensagem: “Medalha do mérito
indigenista, pelo reconhecimento nos serviços relevantes em caráter altruístico
relacionados com o bem-estar, a proteção e a defesa das comunidades indígenas
pro presidente e sua turma… Surreal”.
Impende
ressaltar que o presidente brasileiro já foi denunciado duas vezes pela
Articulação dos Povos Indígenas no Brasil, por executar “política
anti-indígena”, além de defender a exploração do minério em terras
demarcadas, o que bem demonstram o seu antagonismo em relação às causas
indigenistas, fatos estes que já justificaria, por si sós, nenhum
reconhecimento, em termos de mérito, quando isso significa exatamente o
contrário, ficando muito claro que é realmente o cúmulo da incoerência a
concessão da medalha em causa.
Na
verdade, verifica-se que o sistema mantido pelo governo, para a concessão de
medalhas, no serviço público, tem o significado de verdadeira farsa, justamente
porque elas normalmente são entregues a quem nada fez em benefício das causas
para as quais as comendas foram instituídas ou, ainda pior, para parlamentares,
ministros, filhos do presidente do país e apaniguados, sem nunca terem prestado
nenhum serviço em prol das políticas pertinentes ao verdadeiro sentido da
existência das medalhas.
Nesse
caso espantoso do presidente do país, a questão fica ainda mais aflorada à pele
da irracionalidade, por ele defender causas nacionalistas, que até podem ser importantes
para o país, mas, à toda evidência, elas interferem diretamente na convivência
dos silvícolas, diante da intromissão, por exemplo, de mineradores nas terras
indígenas, tendo como reflexo total alteração dos costumes desse povo.
Um
exemplo clássico disso é a notícia desta semana, dando conta de que mineradores
estavam comprando relações sexuais com índias, inclusive menores, sob o pagamento
com ouro, ou seja, a atividade exploradora de minérios, nas terras indígenas, até
pode ser de extrema importância para os interesses nacionais, mas isso certamente
também pode causar situações de promiscuidade e constrangimento, com grande
possibilidade da disseminação de doenças incontroláveis e prejudiciais à vida
dos índios.
Não
obstante, o presidente do país tem demonstrado interesse apenas na exploração
do minério, sem qualquer preocupação com as graves consequências que podem
haver em razão dessa e de outras atividades atípicas aos índios brasileiros.
Seria
conveniente que as medalhas sequer existissem, como importante medida de contenção
de gastos, uma vez que o resultado da sua concessão não traduz em benefício
algum para o interesse público, que é a razão das despesas públicas, quanto
mais que elas servem para agraciar muito mais pessoas que não a fazem jus ou
até mesmo que são protagonistas de ações contrárias ao verdadeiro mérito para a
qual elas foram instituídas, a exemplo clássico do presidente do país, embora
ele diga que trabalha em defesa da causa indígena, mas suas ações mostram precisamente
o contrário do que ele afirma.
Convém
que seja eliminada a farra da concessão de medalhas, no serviço público, por
não contribuir absolutamente para coisa alguma, em benefício prático, permitindo
somente a entrega de comenda estritamente em reconhecimento de ato ou ação que
seja avaliado como de real contribuição à causa para a qual tão importante simbologia
de boas ações justifique a sua concessão.
Brasília,
em 15 de abril de 2022
Nenhum comentário:
Postar um comentário