Uma
mensagem que circula nas redes sociais traz a fotografia do ex-juiz da Operação
Lava-Jato, encimada da expressão, verbis: “BOMBA – LE MONDE MOSTRA COMO MORO
QUEBROU O BRASIL E TRABALHOU PARA OS EUA. JORNAL FRANCÊS DESTACA COMO OS EUA
USARAM A LAVA JATO EM BENEFÍCIO DE INTERESSES PRÓPRIOS. Sob o título, O
naufrágio da operação anticorrupção, o jornal destaca que a ‘maior operação
contra a corrupção do mundo’, que depois se mostrou como o ‘maior escândalo
judicial do planeta’, na verdade não passou de uma estratégia bem-sucedida dos
Estados Unidos para minar a autonomia geopolítica brasileira, relata o jornal
francês Le Monde.”.
Realmente,
esse famoso jornal francês está coberto “razão”, ao fazer reportagem
visivelmente tendenciosa, com base em absolutamente nada que possa respaldar as
suas afirmações vazias de plausibilidade, porque o juiz da Operação Lava-Jato
não teve participação nas roubalheiras havidas nos cofres da Petrobras, mas teve
sim coragem de enfrentar poderosos políticos, empresários, empreiteiros,
executivos e outros inescrupulosos aproveitadores de recursos públicos e colocá-los
na prisão, tendo por base os fatos irregulares por ele examinados e devidamente
convalidados pelas instâncias superiores da Justiça brasileira, por unanimidade.
Ele
colocou na cadeia dezenas de ladrões do dinheiro dos brasileiros, tudo com base
em processos recheados de provas substanciais sobre a autoria da materialidade
da roubalheira que estarreceu o mundo civilizado, porque os criminosos e seus apoiares
preferem ignoram os fatos verdadeiros e imputar responsabilidade a quem contribuiu
para desvendar os esquemas criminosos e pôr fim à ladroagem no serviço público,
conforme mostram os fatos.
É
importante frisar que todas as suas sentenças na Operação Lava-Jato, para mais
de duzentas, foram confirmadas em instâncias superiores do Poder Judiciário,
pela condenação à prisão e/ou à devolução de dinheiro desviado de cofres públicos,
em especial dos cofres da Petrobras, em esquema engenhosamente criminoso jamais
visto na face da Terra.
Com
absoluta certeza, a reportagem do Le Monde não se interessou em estudar os processos
em que constam as denúncias, as investigações, as delações premiadas, os
depoimentos de testemunhas, os demonstrativos bancários, os e-mails e tudo mais
que comprovam a ladroagem perpetrada pelos gatunos dos cofres públicos, de que
tratam os trabalhos empreendidos no âmbito do que ficou conhecimento como
petrolão, pela conforme mostram as investigações
da competente Operação Lava-Jato, que teve a ousadia de revolucionar o conceito
da Justiça que nunca punia os criminosos de colarinho branco, na forma exemplar
como se houve o juiz acusado por jornal que mostra, à toda evidência, desconhecer
a verdade sobre o que realmente aconteceu de escandaloso nos cofres da
Petrobras.
O
jornal francês presta enorme desserviço à verdade, se realmente ele teve a
indignidade de fazer reportagem não tendo por base os fatos que deram base às
sentenças e aos veredictos da Operação Lava-Jato, que não teve um único caso
questionável nem anulado por erro praticado pelo então juiz que a comandou e
que ele mesmo não se beneficiou de propina alguma.
A
acusação do Le Monde é injusta e criminosa, quando nada comprova as suas afirmações,
cabendo ao ex-juiz ajuizar ação competente, no sentido de que esse jornal
apresente as provas que o levaram a concluir que ele “quebrou o Brasil e trabalhou
para os EUA”, sob pena do pagamento de vultosa indenização, em razão da tentativa
de danos à imagem e à extraordinária importância do trabalho realizado por ele.
A
verdade é que as suas decisões foram todas baseadas nos fatos constantes dos
autos e na legislação aplicável às questões penais e quem foi preso é porque
não conseguiu provar a sua inocência.
É
preciso que se diga que a anulação de algumas de suas decisões, pelo Supremo
Tribunal Federal, não se deu tendo por base o exame do mérito dos fatos
irregulares denunciados à Justiça, mas sim tendo em vista à inconsistente e fajuta
argumentação sobre a incompetência de jurisdição onde situava a Operação
Lava-Jato, sem qualquer interferência nas decisões propriamente ditas do
magistrado de origem, tanto que os mesmos fatos avaliados por ele como
irregulares continuam em plena validade, mostrando que o principal envolvido,
que foi beneficiado com o recebimento de propinas, continua devendo explicações
à Justiça, embora ele se ache o homem mais honesto da face da Terra, quando as
provas dos autos afirmam exatamente o contrário.
Por
esse motivo, esse político não tem a menor condição ético-moral para se
apresentar como postulante a cargo público eletivo, porque a sua ficha é muito
suja, o que o impede de preencher os requisitos de conduta ilibada e idoneidade
na vida pública, que são exigências legais para o exercício de cargo público,
uma vez que os brasileiros não merecem ter representante com o currículo
carregado de registros criminais, justamente por improbidade administrativa ou
mais especificamente por recebimento de propinas.
Nem
adianta dizer que ele é inocente, porque o político já foi condenado à prisão, por
duas vezes, pela prática confirmada dos crimes de corrupção passiva e lavagem
de dinheiro, com base em provas documentais que constam dos autos e ele não
conseguiu provar em contrário.
Somente
um jornal sem o mínimo de conhecimento sobre a roubalheira perpetrada na
Petrobrás, em bilhões de reais, se atreve, de forma absolutamente irresponsável,
a ignorar esse deplorável escândalo mundial, que certamente seria para tentar acobertar
os verdadeiros criminosos, muitos dos quais políticos destituídos do mínimo
pudor de sentimentos de honestidade, e ainda tentar incriminar, de maneira absolutamente
estranha, por falta de fundamentos fático e legal, o juiz que não teve nenhuma
participação delitiva no desvio da dinheirama subtraída da petrolífera, como se
a sua atuação como magistrado tivesse tido alguma influência nos atos
irregulares devidamente comprovados, por meio de provas robustamente coligidas
por meio de investigações legais e inseridas nos autos.
Na
verdade, quem quebrou o Brasil foi o grupo de aproveitadores do dinheiro
desviado da Petrobras, na base de três por cento dos contratos celebrados pela
empresa, conforme ficou devidamente comprovado e a prova maior é que bilhões de
reais foram restituídos aos cofres dela, evidenciando que realmente houve
roubalheira, porque ninguém devolveria nada sem ter surrupiado.
O mais
interessante de tudo isso é que o juiz, que determinou as condenações à prisão
e à devolução de valores aos cofres de nunca eles deveriam ter saído, é acusado
de ter quebrado o Brasil, mas não há uma prova sequer que ele tenha se
beneficiado de dinheiro sujo, como fizeram os verdadeiros desonestos envolvidos,
que tentam se passar por heróis inocentes.
Apelam-se
no sentido de que o jornal Le Monde reveja a sua reportagem, tendo o cuidado de
examinar, minuciosamente, os processos da Operação Lava-Jato, para que o seu
nome não fique sujo pela falta de seriedade com relação aos fatos e às
afirmações declinados na reportagem em comento, que não condizem com a verdade,
a exemplo do resultado altamente positivo contra a avassaladora criminalidade
que dominava e rapinava cofres públicos, com destaque para os da Petrobras, que
funcionava como a principal fonte alimentadora do desvio de dinheiro público.
É
bastante estranho que o Le Monde, jornal tão cioso do seu nome, em termos de
seriedade, não tenha tido a dignidade de divulgar reportagem tão importante,
porém de maneira parcial, porque o principal objeto da Operação Lava-Jato não
foi abordado, que diz respeito, em especial, à roubalheira propriamente dita do
dinheiro público.
O
mais grave de tudo isso é que os antibrasileiros aproveitam a publicação de
reportagem visivelmente distorcida da realidade para compartilhar mentiras,
fato este que somente mostra a verdadeira índole de quem prefere fechar os
olhos para a verdade e apoiar brutais inverdades, porque não houve um só caso
de sentença injusta, estranhas ou diferentemente das provas constantes dos
processos pertinentes.
Na
verdade, o jornal Le Monde seria muito mais justo se tivesse afirmado que o
juiz da Operação Lava-Jato foi capaz de quebrar a espinha dorsal da roubalheira
que grassava em cofres públicos, com maior intensidade nas torneiras que foram
abertas e escancaradas na Petrobras, uma vez que o seu trabalho foi expressivo
contra a organização criminosa que se beneficiou indevidamente de recursos dos
brasileiros.
Enfim,
a tentativa de minimizar ou relativizar os efeitos trágicos do petrolão, quer
por parte de brasileiros ou da imprensa, é forma muito clara de desonestidade e
de desamor às causas nacionais, uma vez que a roubalheira é motivo mais do que
imprescindível para se exigir a punição dos aproveitadores envolvidos e a reparação
dos danos causados ao patrimônio dos brasileiros.
É
lamentável que jornal de aceitação e repercussão mundiais tenha a indignidade
de compactuar com mensagens mentirosas e injustas, porque isso somente
contribui para fomentar à índole malévola dos inescrupulosos políticos, que recebem
o incentivo para a prática de seus atos nefastos e prejudiciais ao interesse da
sociedade, quando o correto seria que a reportagem abordasse os fatos
exatamente como eles aconteceram, sem a tentativa de incriminação, de forma injusta
e deliberada, de quem é realmente inocente, deixando os verdadeiros culpados à
margem.
Brasília, em 20 de abril de 2022
Nenhum comentário:
Postar um comentário