Em vídeo
que circula nas redes sociais, há informação de que as Forças Armadas dispõem
de órgãos altamente qualificados para diagnosticar e possivelmente solucionar
possíveis problemas no sistema eleitoral brasileiro.
São
mencionados o Instituto Militar de Engenharia e o Instituto Tecnológico de
Aeronáutica que, entre outras instituições congêneres, formam o que há de
melhor na área tecnológica brasileira, evidentemente atuando em proveito da
defesa nacional.
Ainda há
o Comando de Defesa Cibernética, que é composto por militares das Forças
Armadas, a quem também se atribui possuir profundo conhecimento de Tecnologia
da Informação, Segurança Cibernética e outros segmentos de interesse ligados à
defesa do ciberespaço, tema sensível para a manutenção da soberania nacional.
No vídeo,
é mencionado que o Comando de Defesa Cibernética teria feito "questionamentos
tão complexos" ao Tribunal Superior Eleitoral, mas eles não foram
publicados para conhecimento da sociedade, apenas informando que o órgão incumbido
de cuidar das questões eleitorais teria respondido às questões levantadas pelo
órgão do Exército, tudo sendo tratado em absoluto no sigilo, embora o assunto seja
de especial interesse também dos eleitores brasileiros.
Pois
bem, com
todo respeito à excelência dos conhecimentos propagados à profusão, como sendo
de altíssimo nível, conforme a inexcedível descrição constante do texto em
referência, diante dos inigualáveis atributos devotados e reconhecidos aos
órgãos específicos do Exército, que dominam, com extrema capacidade e de forma
soberana as engenhosidades do mundo da ciência da informática, a meu juízo,
isso somente tem o condão de expor injustificada e demente incompetência por
parte das autoridades governamentais, em especial por ficar trocando
informações com o Tribunal Superior Eleitoral, cujos resultados são
absolutamente inócuos, uma vez que nada será alterado nem aperfeiçoado, a
depender da insolência e da onipotência desse órgão.
Há de se convir que o mais certo é que
esse órgão já firmou entendimento no sentido de que o funcionamento das urnas
eletrônicas é segura e absolutamente confiável, não merecendo qualquer
aperfeiçoamento, em termos de mudanças operacionais.
Se houvesse o mínimo de boa vontade,
real interesse e competência administrativa, o ideal seria aproveitar as
potencialidades dos exuberantes conhecimentos daqueles órgãos, no sentido de
que fossem realizados estudos por iniciativa exclusiva do Executivo, com vistas
a se identificar e se diagnosticar os pontos nevrálgicos, possíveis de causar fraudes
e outras deficiências no sistema eleitoral brasileiro.
Com base nesse importante e eficiente
trabalho, realizado por quem tem por base conhecimentos confiáveis,
incontestáveis e seguros, poder-se-ia elaborar projeto de lei, com as precisão
e exatidão das justificativas firmadas por especialistas qualificados, bem
fundamentadas e irrefutáveis, para o fim de se enviar para a apreciação do
poder Legislativo, com vistas aos aperfeiçoamentos necessários.
Certamente que esse órgão não teria
como refutá-lo, à vista da consistência técnico-especializada do projeto em causa,
de modo que o aperfeiçoamento e a modernidade do funcionamento do sistema
eleitoral, no que se refere ao funcionamento das urnas eletrônicas, poderiam ser
aprovados imediatamente pelo Congresso Nacional, uma vez que o trabalho
realizado por aqueles órgãos não teria como ser diferente disso, salvo se a
mediocridade ainda continuasse a prevalecer, o que também não seria nenhuma
surpresa, diante da pouca inteligência, para não se dizer outra coisa, das
cabeças pensantes desse pobre Brasil, governando aquém da sua grandeza,
conforme mostra o caso em comento.
De qualquer modo, causa perplexidade o
governo não vislumbrar a excelência dos conhecimentos desses órgãos das Forças Armadas,
para pedir o necessário socorro no momento crucial, quando, tempos atrás, o
presidente do país teria feito múltiplas críticas e acusações ao funcionamento
das urnas eletrônicas, sem ter prova de absolutamente nada para justificar a
sua ansiedade de querer mudá-lo, mas terminou com a cara mais ensaboada
possível, morto de decepção quando reconheceu que não tinha provas de fraudes e,
o pior, a certeza de que4 nada se resolve somente na base do grito.
A conclusão desse lamentável episódio
conduz ao inevitável axioma, qual seja: qual seria a valia de elevados e
acurados conhecimentos e domínios da ciência e da tecnologia, assim
reconhecidos por especialistas, quando não se dispõe de vontade política e, em
especial, competência administrativa para a adoção das medidas necessárias?
Brasília,
em 27 de abril de 2022
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