domingo, 1 de julho de 2012

À espera de milagre

A façanha da contratação do jogador holandês pelo Botafogo pode ser considerada uma das maiores da história do futebol brasileiro, conforme se pode depreender do altíssimo valor desembolsado para a sua vinda para o Brasil, atingindo a cifra total de R$ 18,3 milhões (R$ 700 mil de salário líquido, além de R$ 1,5 milhão em luvas), por um contrato de apenas dois anos. Nessas mesmas condições, certamente o clube poderia comprar o passe de pelo menos quatro bons jogadores jovens de excelente nível técnico e de altíssima capacidade física, com superior disposição atlética e possuidor de gás para correr atrás da bola e suar a camisa do clube, na briga por resultados positivos. Com certeza, bom futebol o jogador contratado possui de sobra, mas seus 36 anos dificilmente lhe permitirão quando muito ficar paralisado ocupando a área intermediária do campo, esperando receber a bola para distribuí-la aos companheiros. Para o jogador, essa contratação não poderia ter sido melhor para quem está prestes a se aposentar nababescamente na Cidade Maravilhosa, onde ele poderá desfrutar de excelentes praias e de boas e repletas diversões, concomitantemente às atividades no clube. A contratação de um jogador com aposentadoria próxima, se é que já não esteja aposentado, somente vem confirmar o ditado de que as piores coisas sempre acontecem no Botafogo. Não há a menor dúvida de que essa diretoria do Glorioso anda com a cabeça na lua, nas nuvens, ao achar que o sonho dessa duvidosa contratação virou realidade, mas ele, logo em breve, poderá se transformar em pesadelo, quando ela se acordar, cair na real e verificar que tudo não passa da realidade que obriga ao pagamento de salário astronômico para um jogador que sequer pode nem se adaptar ao estilo duro e violento do futebol brasileiro e muito menos render nem tanto quanto dele se espera. Como já foi consumado o desastre, resta somente lamentar mais essa tremenda trapalhada, na esperança de que ela seja a última protagonizada por essa diretoria inexperiente e despreparada, que, de presepada em desmazelo, foi possível romper a parceria da fiel torcida com a sempre amada Estrela Solitária.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 1º de julho de 2012

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