Conforme levantamento realizado pelo jornal Folha de S. Paulo, o apoio do PP à
candidatura de petista à Prefeitura de São Paulo coincidiu com uma disparada na
destinação de verbas federais para obras e projetos apadrinhados por
parlamentares do partido, que passou a figurar, de um quadro atípico, desde 1º
de junho, como o segundo partido mais beneficiado pelo governo no atendimento
das emendas parlamentares, o mais espetacular mecanismo pelo qual os
congressistas inserem obras e projetos no Orçamento da União. A quinta maior
bancada no Congresso, o PP ficou à frente do PT e só atrás do PMDB, que são as
maiores bancadas. Não à toa, a eleição do candidato petista em São Paulo é considerada
o principal objetivo eleitoral do PT, maior partido de sustentação do governo
federal. O certo é que, a partir de 14 de junho, data de início do aludido apoio,
a liberação de emendas para o PP quintuplicou, passando da liberação acumulada
desde janeiro até então de R$ 7,2 milhões para, em apenas um mês, mais R$ 36,6
milhões em emendas do partido, como demonstração inequívoca de verdadeira troca
de moedas, com dinheiro dos tolos contribuintes, que sequer são informados das
maracutaias políticas. Tudo isso, sem mencionar que, na ocasião do acordo, o
governo entregou um posto-chave do Ministério das Cidades a um afilhado do
ex-prefeito. Essa forma inescrupulosa com recursos públicos não diferencia, mas
somente contribui para confirmar a promiscuidade patenteada no mensalão, quando
o PT comprava com dinheiro sujo o apoio de parlamentares no Congresso, ou seja,
a passagem do tempo apenas possibilitou o aperfeiçoamento do modus operandi das negociatas, com a
finalidade de vantagens reciprocas e escusas. Essa atitude mostra que realmente
não há verba para reajustar os vencimentos dos professores, militares das
Forças Armadas, policiais, bombeiros, servidores públicos etc., mas não falta para
o programa Bolsa Família, as emendas de parlamentares, as ajudas a países
antidemocráticos etc. O país convive com crises com péssimas escolas, com professores
ganhando miséria; hospitais superlotados de doentes maus atendidos, por falta
de médicos e materiais ambulatoriais; segurança sucateada e sufocada pela
crescente bandidagem; estradas perigosas e intrafegáveis, por falta dos devidos
cuidados; parque industrial enfraquecido, em função da incompetência oficial,
por não ter inteligência para combater os gargalos que impedem a plena
competitividade; entre outras tantas mazelas, mas o governo não tem coragem de renunciar
às negociatas políticas, preferindo se curvar aos acordos questionáveis e
corruptos com os partidos, para o atingimento de seus objetivos. A divulgação, a denúncia
dessa forma de desgoverno, de desserviço ao país e de promiscuidade com
recursos públicos ajuda, por certo, a desmascarar e de dizer não à prática
questionável, não transparente e antidemocrática, máxime porque o povo merece e
tem direito de saber a verdade sobre a forma como é aplicado o seu dinheiro, que
não é, infelizmente, em benefício do interesse público. Urge que a sociedade se
conscientize sobre a necessidade de votar com responsabilidade cívica, amor à dignidade
e à honra, de modo que o país volte a ser governado por quem tenha compromisso
exclusivamente com as causas da nacionalidade e as questões de interesse da
população. O grito de alerta se faz premente, exigindo que a nação acorde
rapidamente dessa letargia e lute por moralização da administração pública e
por ética na política antes que seja tarde demais, sem olvidar do importante
ensinamento do líder negro americano Martin Luther King, que disse: “O que mais preocupa não é o grito dos
violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais
preocupa é o silêncio dos bons.”. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 18 de julho de 2012
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