A
presidente da República, ao participar da 9ª Conferência Nacional dos Direitos
da Criança e do Adolescente, que está sendo realizada em Brasília, afirmou: “Uma grande nação deve ser medida por aquilo
que faz pelas suas crianças e seus adolescentes. Não é o Produto Interno Bruto.
É a capacidade de o país, do governo e da sociedade, de proteger o que é o seu
presente e o seu futuro, que são suas crianças e seus adolescentes”. A sua
declaração veio a propósito das expectativas de crescimento pífio do PIB, que
deverá situar na expansão projetada pelo mercado financeiro em torno de 2% para
2012, sendo objeto de análise negativa pelo setor especializado, quanto ao preocupante
crescimento econômico do país. Além de justificar, de forma indevida o ridículo
crescimento da produção interna, a mandatária do país disse que “Nós temos de ter um país com jovens, adultos
e crianças com grande nível de escolaridade porque nós vamos disputar sim o que
é a economia moderna, que é a economia do conhecimento, aquela que agrega
valor, a internet, as tecnologias de informação” e concluiu dizendo que o
Brasil “vai ser um país desenvolvido
quando todas as crianças desse (cic)
país e seus jovens tiverem acesso à educação de qualidade”. Em tempos de
eleições e na tentativa de justificar o diminuto desempenho do PIB e
consequentemente o da sua equipe econômica, o governo logo inventa desculpa
esfarrapada, em ocasião imprópria, como forma costumeira de convencer os
incautos e seus despreparados seguidores sobre duas inverdades, quanto ao PIB,
que será sofrível, e ao ensino de qualidade, que inexiste. A garantia de ensino
de padrão de primeiro mundo não se faz com meras e vazias palavras, mas com
ações efetivas, mediante priorização de meios materiais e financeiros capazes
de assegurar qualidade à educação, medidas essas que nunca existiram nem
existem neste país, consoante constatações pelos meios de comunicação e resultados
de pesquisas realizadas em todos os níveis do ensino, que são facilmente
aquilatáveis pelo péssimo tratamento governamental dispensado aos professores,
eternos injustiçados nos seus vencimentos e nas condições de trabalho, diante
da precariedade das instalações e dos equipamentos de ensino. A nação que pensa em
se desenvolver não pode abdicar da boa qualidade de vida, com os sistemas de
saúde, de tecnologia, de segurança, educacional etc. funcionando mediante os
padrões compatíveis com os avanços da ciência e racionalidade já implantados no
primeiro mundo, algo que o país somente irá conhecer daqui a uma década, caso
mude a mentalidade antiquada dos governantes, que ignoram o que realmente são
prioridades para o desenvolvimento do seu povo, que ainda acredita em conversa
vazia para boi dormir. O governo que idealiza melhorar a educação do seu povo
tem que investir logo e maciçamente nesse sistema, por meio de salários dignos
para os professores e modernização e aperfeiçoamento dos métodos apropriados.
Afora isso, qualquer recado não passa de pura demagogia pré-eleitoral, sem
conteúdo. Na verdade, o discurso da
presidente da República bem demonstra o seu pleno desconhecimento sobre a
educação brasileira, não tendo ainda se inteirado nem um pouco sobre o caos por
que passa o sistema de ensino do país, em especial pelo descaso generalizado,
desde a sua desatualização até a desvalorização dos professores. A sociedade
anseia por que sejam substituídas as "pérolas" eleitoreiras por
medidas concretas e efetivas em prol da educação, principalmente com a
priorização de metas especificamente voltadas para a valorização, a
modernização e o aperfeiçoamento do ensino no seu conjunto. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 13 de julho de 2012
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