O ministro da Secretaria Geral da Presidência da
República disse que “O governo segue
analisando as possibilidades com muita preocupação em relação à economia e
confiando na maturidade dos servidores que estão vendo o que está acontecendo
no mundo. Todos nós temos que ter um governo de responsabilidade”. Na
verdade, o surgimento crescente de greves, denotando a insatisfação salarial
dos servidores públicos, de diversas categorias, demonstra, na exata dimensão, o
quanto esse governo tem total desapreço e nenhuma preocupação com a oscilação
dos vencimentos do funcionalismo com a realidade econômica, resultante da falta
de reajustes anuais, não concedidos há bastante tempo, o que vem causando aviltamento
do poder aquisitivo e preocupação para a sobrevivência com dignidade. Como
exemplo patente do descaso e da irresponsabilidade do governo, tem-se a greve
dos professores das instituições federais de ensino pela reestruturação da
carreira docente, que não há negociação alguma e a solução depende da boa
vontade da incapacidade governamental, ainda sem interesse para tanto, porque
ele não está nem aí com a situação do ensino superior do país, que envolve mais
de um milhão de alunos, enquanto há grande interesse com os problemas da
economia mundial. Caso o governo fosse eficiente, tivesse a máquina pública
enxuta e gerenciasse o país de forma responsável, sabendo controlar o déficit
público, mediante parcimônia nos gastos públicos, talvez houvesse maior preocupação
com as questões do país, não permitindo que o caos atingisse a situação
salarial dos servidores, nem precisasse arranjar desculpas esfarrapadas para
evitar solucionar imediatamente as questões que afetam a administração. O
governo precisa se conscientizar para o urgente cumprimento da sua competência constitucional de reajustar os vencimentos dos servidores públicos, para
todas as categorias, ante a existência da real defasagem em relação ao poder de
compra, que reflete indistintamente no salário em geral. Não há justificativa
plausível para a omissão do governo quanto a essa competência de atualizar todo
ano, como faz com o salário mínimo, os vencimentos dos servidores, cuja
obrigação vem sendo inobservada há bastante tempo, fazendo com que os salários
fiquem desvalorizados. É muito estranho o governo falar, agora, em
responsabilidade e exigir maturidade dos servidores para deixar de cumprir a
Carta Magna, uma vez que, quando ainda não era poder, o seu partido, reforçado pelas
centrais dos trabalhadores, liderava as greves, defendendo reajustes dos
vencimentos dos servidores públicos. A sociedade espera que o governo tenha coerência,
responsabilidade e competência para reconhecer a necessidade da urgente
majoração dos vencimentos dos servidores públicos, como forma de dignificação
do exercício dos cargos públicos e da reposição das perdas do poder aquisitivo
da moeda. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 07 de julho de 2012
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