sexta-feira, 13 de julho de 2012

Inaptidão gerencial

Na capital do país, a arrecadação cresce de forma bastante satisfatória, em contraste com os investimentos, que estão estagnados, conforme mostra o relatório de execução orçamentária elaborado pela Secretaria de Fazenda, referente aos primeiros meses de 2012, com a revelação de que o Governo do DF encontra-se com situação financeira confortável, em que pese o aperto decorrente dos exagerados dispêndios com pessoal, a afetar com gravidade o orçamento e impactar a execução de obras, motivando a sua estagnação, em virtude da escassez de verbas para investimentos. Para melhor visualização do impacto causado pelas despesas no orçamento, o maior peso dos pagamentos coube ao pagamento da folha de servidores, representando a alarmante cifra equivalente a 74,69% dos gastos totais, enquanto no mesmo período do ano passado essa mesma rubrica foi de 64,90%. Agora, o que causa maior estarrecimento é verificar que os dispêndios com investimentos atingiram, pasmem, tão somente 0,37%, representando desempenho ridículo, pífio e bastante preocupante, muito distanciado da importância da capital do país, por evidenciar de forma cristalina que o governo se encontra sem fazer absolutamente nada, sem prestar serviços, em termos de melhoria do Distrito Federal, tendo em conta que as obras, as poucas existentes, estão sendo executadas em ritmo tão lento, quase parando. Essa monotonia nas obras públicas vem causando sérias dificuldades para os setores de empregos da mão de obra, notadamente na construção civil, onde as empresas do ramo são obrigadas a dispensar empregados, ante a escassez de investimentos públicos. Na realidade, esse governo turbinou, de forma inconsequente, a quantidade de cargos comissionados, com a criação descontrolada e desnecessária de secretarias e órgãos, sem qualquer estudo técnico capaz de justificar absurda iniciativa, apenas com a exclusiva finalidade de acomodar, como verdadeiro cabide de empregos, seus aliados e compadrios políticos, como espécie de pagamento do apoio na campanha eleitoral, tendo por consequência o inchaço da máquina pública e o estouro dos gastos com pessoal, criando verdadeira armadilha perigosa, por não permitirem alternativa para o governo senão ser obrigado a satisfazer e manter sua inconsequente irresponsabilidade com tantos órgãos abarrotados de servidores que nem sabem direito as suas funções, em evidente desperdício de recursos públicos e detrimento das melhorias das necessidades dos brasilienses. A situação da folha de pagamento se tornou bastante grave, a ponto de o Tribunal de Contas do DF emitir alerta para o governador do DF e a Secretaria de Fazenda sobre os gastos com servidores do Executivo acima de 90% do limite máximo estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. A sociedade tem que se conscientizar com urgência de que o governante não pode dar-se o luxo de satisfazer seus compromissos de campanha, assegurando emprego a seus aliados políticos à custa de recursos públicos, em prejuízo das causas fundamentais do Distrito Federal, como investimentos em obras públicas e melhorias das condições de vida da população. Acorda, Brasília!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 12 de julho de 2012

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