Na capital do país, a arrecadação cresce de forma
bastante satisfatória, em contraste com os investimentos, que estão estagnados,
conforme mostra o relatório de execução orçamentária elaborado pela Secretaria
de Fazenda, referente aos primeiros meses de 2012, com a revelação de que o
Governo do DF encontra-se com situação financeira confortável, em que pese o
aperto decorrente dos exagerados dispêndios com pessoal, a afetar com gravidade
o orçamento e impactar a execução de obras, motivando a sua estagnação, em
virtude da escassez de verbas para investimentos. Para melhor visualização do
impacto causado pelas despesas no orçamento, o maior peso dos pagamentos coube
ao pagamento da folha de servidores, representando a alarmante cifra
equivalente a 74,69% dos gastos totais, enquanto no mesmo período do ano
passado essa mesma rubrica foi de 64,90%. Agora, o que causa maior
estarrecimento é verificar que os dispêndios com investimentos atingiram,
pasmem, tão somente 0,37%, representando desempenho ridículo, pífio e bastante
preocupante, muito distanciado da importância da capital do país, por evidenciar
de forma cristalina que o governo se encontra sem fazer absolutamente nada, sem
prestar serviços, em termos de melhoria do Distrito Federal, tendo em conta que
as obras, as poucas existentes, estão sendo executadas em ritmo tão lento, quase
parando. Essa monotonia nas obras públicas vem causando sérias dificuldades
para os setores de empregos da mão de obra, notadamente na construção civil,
onde as empresas do ramo são obrigadas a dispensar empregados, ante a escassez
de investimentos públicos. Na realidade, esse governo turbinou, de forma
inconsequente, a quantidade de cargos comissionados, com a criação
descontrolada e desnecessária de secretarias e órgãos, sem qualquer estudo
técnico capaz de justificar absurda iniciativa, apenas com a exclusiva
finalidade de acomodar, como verdadeiro cabide de empregos, seus aliados e
compadrios políticos, como espécie de pagamento do apoio na campanha eleitoral,
tendo por consequência o inchaço da máquina pública e o estouro dos gastos com
pessoal, criando verdadeira armadilha perigosa, por não permitirem alternativa
para o governo senão ser obrigado a satisfazer e manter sua inconsequente
irresponsabilidade com tantos órgãos abarrotados de servidores que nem sabem direito
as suas funções, em evidente desperdício de recursos públicos e detrimento das
melhorias das necessidades dos brasilienses. A situação da folha de pagamento
se tornou bastante grave, a ponto de o Tribunal de Contas do DF emitir alerta
para o governador do DF e a Secretaria de Fazenda sobre os gastos com
servidores do Executivo acima de 90% do limite máximo estabelecido pela Lei de
Responsabilidade Fiscal. A sociedade tem que se conscientizar com urgência de
que o governante não pode dar-se o luxo de satisfazer seus compromissos de
campanha, assegurando emprego a seus aliados políticos à custa de recursos
públicos, em prejuízo das causas fundamentais do Distrito Federal, como
investimentos em obras públicas e melhorias das condições de vida da população.
Acorda, Brasília!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 12 de julho de 2012
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