Quem imaginaria que, um dia, onze caras se incorporassem
de repente num só corpo e, ao mesmo tempo, passasse a ocupar todos os espaços
de um campo de futebol, como aconteceu com o esforçado e voluntarioso time do
Corinthians, que, com competência e demonstração de união e de conjunto de seus
jogadores, soube superar bons times e conquistar a mais cobiçada taxa da
América do Sul, de forma invicta, brilhante e convincente. No gramado, os
bravos guerreiros demonstraram espírito espontâneo de luta, garra e disposição que
há muito tempo não se via num time de futebol brasileiro, que, ao contrário de
outras épocas, não se intimidou em momento algum diante do todo poderoso, mais
respeitado e temido Boca Juniors, tão acostumado a surrar aqui em casa os times
brasileiros, conquistando com facilidade a taça sonho dos clubes de futebol.
Não obstante, a raça do Coringão suplantou todo passado da mística argentina e
ainda teve a indispensável ajuda dos deuses do futebol, que iluminou os
caminhos para os gols favoráveis à inquestionável vitória, granjeando o título
máximo do futebol sul-americano. Para quem não tem tido motivos para se
emocionar nem comemorar nada no futebol, esse troféu serviu em muito para ter
um pouco de orgulho de ser brasileiro, pela clara demonstração do brio e do poder
de superação dos atletas, ficando patenteada, de forma memorável, a qualidade do
futebol brasileiro, em contraposição ao que vem sendo praticado pela seleção
Canarinha, que, de tanto claudicar ultimamente, em evidente decadência técnica,
não conseguindo mostrar qualquer brilho futebolístico, despencou das primeiras
colocações do ranking das grandes seleções para o 11º lugar, sendo
ultrapassada, pasmem, pelos portugueses, que não têm tradição alguma no
futebol. Esse triunfo do Corinthians serve de verdadeira lição para os times
brasileiros, pela forma brilhante como tudo aconteceu, em demonstração de
competência peculiar de campeão, organização de quem tem objetivos claros e
pessoal preparado e qualificado para enfrentar grandes equipes. Parabéns,
Corinthians, pelo merecido triunfo e principalmente por ter conseguido resgatar
o respeito e a dignidade do futebol brasileiro, justamente diante de quem já
havia se tornado algoz, nas decisões da Libertadores.
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 05 de julho de 2012
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