O delator do mensalão, maior escândalo do governo petista,
e presidente nacional do PTB afirmou, com convicção, que "Não serei condenado. Não há condição de me
condenarem. É um absurdo jurídico tão grande que penso que o Supremo não vai
fazer isso". O julgamento do mensalão está programado para se iniciar
no próximo dia 2, tendo o referido político como réu acusado por corrupção
passiva e lavagem de dinheiro. O citado político é acusado pelo Ministério
Público de ter recebido a cifra de R$ 4 milhões do PT, que teria sido desviada
da administração pública com aval da cúpula petista, com a finalidade de
comprar votos de parlamentares para aprovar projetos de interesse do governo. A
referida declaração foi feita em entrevista antes da sua recondução à presidência
daquele partido, durante convenção nacional realizada em Brasília, cuja eleição
transformou-se em ato de desagravo, como prova de apoio para demonstrar aos
ministros da Suprema Corte coesão em torno do político. Depois ter sido eleito
à unanimidade, ele disse: "A legenda
entende que me reconduzindo agora sinaliza ao Supremo que não sou um réprobo.
Ao contrário, que sou um homem de prestígio, que tenho o respeito dos
deputados, senadores, prefeitos e vereadores do PTB. Vão julgar um presidente
de partido que tem o respeito da sua gente, de seus companheiros". Um
parlamentar pediu aos correligionários, incluídos dois senadores, que se
levantassem e dessem as mãos para homenagear o presidente, e profetizou: "É um homem de valor, de família. Não sairá
pela porta dos fundos. Peço a Deus não apenas justiça, mas que a gente dê a ele
a confiança e o carinho que precisa de nós". A solenidade da eleição que reconduziu o delator do mensalão, por
unanimidade e aclamação, ao cargo de presidente do PTB bem demonstra a falta de
caráter, honradez e decência dos políticos brasileiros, ao respaldarem os vergonhosos
procedimentos do “ilustre” líder, como se ele fosse vítima do abominável
escândalo que desonrou o povo brasileiro e denegriu a imagem do Brasil, quando,
na verdade, apesar de ter se beneficiado do esquema, foi ele quem denunciou os
fatos lastimáveis. Num país com um pingo de seriedade, seria vetado a alguém
com a ficha suja o direito de sequer participar de partido político, como forma
da sua moralização. Trata-se, sem dúvida alguma, da confirmação da indecência
intrínseca dos políticos brasileiros e da sua decadência moral, que não se
envergonham em dar apoio a corrupto convicto, que ainda se manifesta em deboche
à competência do Judiciário. A sociedade tem a obrigação cívica de rejeitar em
definitivo os maus políticos, ante a imperiosa necessidade de assepsia da
corrupção no país e de contribuição à moralidade no serviço público. Acorda
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 19 de julho de 2012
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