A violência dos
baderneiros vem crescendo progressivamente, chegando ao máximo da ousadia de agredir
um coronel da Polícia Militar de São Paulo, que comandava o policiamento da
área onde ocorria generalizado tumulto. O militar teve a clavícula quebrada na agressão
cometida pelos bárbaros black blocs. O
coronel foi cercado por pessoas mascaradas, que passaram a agredi-lo com
pedaços de madeiras e chutes, sem que ele pudesse se livrar do cerco e se desvencilhar
facilmente dos agressores, tendo conseguido ser socorrido pelos companheiros de
farda depois de apanhar dos baderneiros. Na confusão, a sua arma foi tomada por
um agressor, que a apontou na direção dele, em situação de extremo risco de
vida. Um delegado explicou que a agressão se deu logo após tentativa de diálogo
do coronel com os manifestantes, com a pretensão de evitar a destruição de um ônibus
pelos vândalos, mas, por sorte, não houve linchamento do militar. Como têm sido
frequentes, as manifestações sempre começam pacificas e logo e seguida elas se
transformam em verdadeira guerra. No mesmo dia que ocorreu o ato lamentável da
surra no coronel, os mascarados danificaram caixas eletrônicos, colocaram fogo
em ônibus e destruíram os vidros de outro. Houve pichação de coletivos, paredes
de prédios, bancos, grades e bilheterias. O terminal rodoviário foi fechado por
causa da confusão e das arruaças. Foram quebrados vidros, lixeiras, orelhões,
extintores, catracas, caixas eletrônicos, bilheterias, banheiros e quiosques. A
destruição tem sido a marca dos delinquentes que não encontram dificuldades
para praticá-la, ante a falta de combate, em evidente demonstração da falta de
autoridade. Nas circunstâncias, está
muito claro que não há a mínima necessidade do uso da violência, porquanto é
mais do que sabido que violência gera mais violência. Trata-se da necedade de
impedir que os baderneiros sejam cercados, com o tolhimento da liberdade da
plena e ampla atuação violenta, mediante cerco da área com policiamento em quantidade
superior aos manifestantes. Com o cerco aos criminosos, jamais eles tentarão
violar a ordem pública, porque sabem que serão imediatamente presos, em resguardo
da integridade das pessoas e do patrimônio público e privado. Não há dúvida de
que, se continuar com o policiamento de sempre, é provável que haja agravamento
da situação, com possíveis óbitos. Essa onda de violência, além de causar
enormes danos físicos à sociedade e ao patrimônio público e privado, tem refletido
intensamente no exterior, dando a entender que o Brasil vive momento de potencial
intranquilidade e completa insegurança e falta de autoridade, em que grupos organizados aprontam as
piores badernas e cometem insuportáveis violências, com incêndios, destruições,
depredações e pichações de prédios e bens públicos e privados, sem que a força
policial seja capaz de impedir a progressiva e alarmante desmoralização das
autoridades constituídas, da lei e da ordem pública, que já atingiu o grau máximo
da crueldade, a ponto de um coronel ser surrado e deixado sem a sua arma. Diante
dos fatos lamentáveis ocorridos no Rio de Janeiro e em São Paulo, em que o policiamento
já demonstrou completa incapacidade para impedir que a violência se alastre de
forma descontrolada e absurda, não há dúvida de que os governos têm o dever
constitucional e legal de determinar que as Forças Armadas participem com a quantidade
de pessoal suficientemente capaz de cercar os arruaceiros e baderneiros e prendê-los,
em caso de provocação e quebra da ordem pública, que vêm pondo em polvorosa a
sociedade ordeira, que ainda teme por situações ainda piores, caso as manifestações
violentas não sejam contidas urgentemente, porque a tendência é de haver recrudescimento
das agressões e destruições. Os espancamentos dados no coronel são prenúncio de que
a tolerância não deve mais ter vez nesse palco, onde só têm bandidos e delinquentes.
A demonstração de fragilidade da força policial é responsável pela violência sofrida
pelo coronel, que não teve condições nem proteção para se defender da barbárie,
que cresce à medida que o policiamento não consegue impedir a fúria desloucada
desse bando de delinquentes. À toda evidência, não é possível combater a
violência, à luz dos princípios de segurança, na base da diplomacia e da conversa
e muito menos com o emprego de força policial em quantidade inferior aos agressores.
As Polícias Militares do Rio de Janeiro e de São Paulo já demonstraram total
incompetência para impedir o quebra-quebra, uma vez que somente a sua presença
não é suficiente para enfrentar a fúria e manter a ordem pública. A sociedade,
estarrecida diante das barbáries, clama por que as autoridades públicas se despertem
dessa inadmissível letargia, para o fim de assumir, com urgência, a responsabilidade
de controlar e combater com a devida competência e efetividade as manifestações
violentas, de modo que seja mantida a integridade das pessoas e do patrimônio
público e privado, em consonância com os mandamentos constitucionais e legais.
Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 30 de outubro de 2013