sábado, 25 de janeiro de 2014

Desrespeito à individualidade


O ex-presidente da República tucano disse, em entrevista ao programa Manhattan Connection da Globonews, que o presidente do Supremo Tribunal Federal “Não tem o traquejo, treinamento para isso (ser presidente). Uma coisa é fazer carreira de juiz. Outra coisa é ter capacidade de liderar um país. Eu não creio que ele tenha as características necessárias para conduzir o Brasil de maneira a não provocar grandes crises no país. Tenho admiração por ele. Acho que seria mais positiva uma candidatura não diretamente para a Presidência. Ao Senado, ou talvez até à vice-presidência”. O tucano disse que o ministro do Supremo surgiu com destaque no cenário político graças à descrença do povo nas instituições, cujo sentimento se manifestou junto com as manifestações de junho. Ele disse que “As pessoas descreem tanto nas instituições que buscam heróis salvadores. Ele teria de ter um partido para começar, acho que ele é uma pessoa que tem sentido comum e duvido que vá fazer uma aventura desse tipo. O sentimento de que nós precisamos ainda de um salvador é a mostra de que nossa democracia não está ainda consolidada. É perigoso.”. O magistrado já negou, de forma enfática, que não pretende se candidatar à Presidência da República em 2014, mas poderá disputar eleição no futuro, principalmente pelo fato de o seu nome ser costumeiramente incluído em cenários de pesquisas de intenção de voto, em razão da sua projeção na relatoria do processo do mensalão. Sob a ótica dos princípios democrático e republicano, não parece de bom tom que o ex-presidente tucano faça juízo de valor sobre a capacidade político-administrativa do presidente do Supremo ou de outra pessoa, por configurar forma precipitada totalmente fora de contexto e demonstrar seu “altíssimo” poder de julgar as condições e as capacidades administrativas e gerenciais de quem não deixou dúvida quanto ao poder de superação às poderosas adversidades e mediocridades do mundo político, que esteve a todo instante com a espada sobre a cabeça dele, por ocasião do julgamento do mensalão. Esquece o político tucano que um metalúrgico, além de ser semianalfabeto, que pouco tinha trabalhado e sem nenhuma experiência na administração de coisa alguma, não sabia de nada, não via nada, mas foi presidente da República por dois períodos consecutivos e possivelmente poderá se eleger novamente, no momento que quiser, graças ao baixíssimo nível cultural do povo que ele soube conquistar com suas políticas assistencialistas e seu cativante populismo de ser e de agir. Não foi por capacidade ou competência que o ex-presidente petista conseguiu notoriedade junto aos seus admiradores, porque essas qualidades passam bem distantes da sua formação. É justamente por acreditar que pessoa comprovadamente despreparada, sem condições e sem a mínima experiência gerencial e administrativa pudesse conduzir o país com as potencialidades do Brasil senão ao subdesenvolvimento e ao atraso em todos os níveis social, cultural, político, científico, tecnológico, econômico, entre outros que teriam alcançado estágios de desenvolvimento se o país tivesse sido administrado com competência e necessária capacidade no mesmo período do governo dele, que conseguiu marcas incríveis de péssimo desempenho na prestação de serviços públicos, como educação, saúde, transporte, segurança pública, infraestrutura e demais componentes essenciais à satisfação da qualidade que o ser humano exige para viver com dignidade. Em princípio, governante experiente e preparado com os ingredientes da política e da administração pública pode obter sucesso muito mais rapidamente do que quem depende desses atributos no curso do mandato, mas nem por isso ninguém tem o direito de opinar categoricamente no sentido de que alguém não deva ser candidato a cargo tal, mais sim a outro cargo, por ser mais apropriado ao seu perfil, porque isso é demonstração de antecipada e precipitada avaliação sobre algo que não se pode garantir, nem mesmo por cautela. O ex-presidente tucano perdeu excelente oportunidade para  ficar calado, embora a sua desastrosa opinião possa até servir para incitar e encorajar o magistrado mais admirado do país a provar que tem condições morais, políticas, administrativas e outros importantes atributos que os atuais homens públicos não mostraram até agora para governar o país tão carente de dignidade, competência, eficiência e principalmente de moralidade e probidade. Acorda, Brasil!
 

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

 
Brasília, em 25 de janeiro de 2014

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