sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

O sufoco do socialismo bolivariano


O novo recorde mundial de inflação pertence, agora, à Venezuela, uma vez que os preços ao consumidor ultrapassaram o patamar de 56% ao ano, no final de 2013, de acordo com a apuração do Banco Central daquele país. O desempenho galopante da inflação teve avanço nove vezes superior ao ritmo observado, no mesmo período, com a inflação do Brasil. Embora o país vizinho faça parte de comparável emirado petrolífero, a corrosão provocada pela inflação na economia contribui para o empobrecimento de parcela significativa dos venezuelanos, passando a depender das políticas assistencialistas e populistas governamentais. Nos países que adotam o centralismo socialista, é comum a inflação disparar, normalmente, devido à insegurança dos investidores, que deixam de aplicar recursos em novos empreendimentos, tendo como consequência natural a falta de gêneros e de produtos de primeira necessidade, causando a diminuição da oferta e o crescimento descontrolado da inflação, a exemplo do que ocorreu nesse país fronteiriço ao Brasil, onde a taxa registrada em 2013 representa quase o triplo da verificada no ano anterior, que foi de 20,1%, contra 56,2%. Não obstante, o Banco Central venezuelano registrou que alimentos e bebidas tiveram aumento bem superior à media, chegando a 79,3%, na média do setor. Em termos de administração da economia, o governo venezuelano vem tendo desempenho nitidamente desastroso para a população, que fica cada vez mais à mercê da falência de iniciativa e de solução por parte dele, ante a completa intolerância e a falta de diálogo com a sociedade. Na sua elevada “sapiência”, o governo já decretou que no socialismo não existe o vocábulo negociação, por ter o significado político de capitulação. Um membro do governo garantiu que “Nós não vamos cair na chantagem do diálogo”. Essa posição evidencia contraposição aos princípios democráticos, porquanto o exercício do diálogo se insere no mundo civilizado, onde impera o respeito ao entendimento saudável para a negociação e a solução dos problemas. Enquanto o impasse e as nuvens negras estão sempre presentes nas atividades econômicas da Venezuela, o governo atribui a escassez de alimentos e de gêneros essenciais à inspiração da “sabotagem intencional e internacional” e da "guerra econômica da burguesia", entre outros mirabolantes artifícios linguísticos, que não passam de torpes mecanismos utilizados para não ter a dignidade de assumir a calamitosa e encalacrada situação para a qual o socialismo Bolivariano meteu o “emirado petrolífero” sul-americano. As justificativas para o insucesso e o malogro da gestão governamental socialista mudam apenas os nomes, por se verificar, por exemplo, no país tupiniquim, ao invés de "guerra econômica da burguesia", a expressão utilizada no momento foi definida como "guerra psicológica" que estaria sendo disseminada no país com a finalidade de atrapalhar os investimentos estrangeiros, segundo a presidente da República. Embora esse procedimento típico do socialismo tente desmascarar a realidade sobre a incapacidade administrativa de seus governantes, principalmente quanto às suas metas econômicas, que não atingem a previsão ideal, funciona, na verdade, como prova da falta de condições técnica-especializadas da equipe econômica para encontrar as medidas capazes de obter o êxito desejado, que normalmente se traduz em frustração para os comandados. Como ocorre nos regimes socialistas, o fracasso das políticas do governo é sempre culpa da oposição ou da burguesia, que não se conforma com o seu modo diferente de ser, onde se impõe o centralismo do Estado, em detrimento das atividades capitalistas, pelo ilusório e fajuto entendimento de que o capitalismo concentra injustamente a riqueza e o poder nas mãos de poucos, o que contribui para a formação de sociedades desiguais, não permitindo oportunidades iguais para todos, como forma de maximizar as potencialidades do país. Na prática, a Venezuela passa por processo desastroso e contrário ao pensamento socialista, com o empobrecimento da população, por falta de oportunidades para todos, e forte crescimento da inflação, que atingiu o patamar histórico de 56% ao ano, em 2013, agravada pela grave crise no abastecimento do país. O governo simplesmente atribui esses problemas como fruto de "uma guerra econômica da burguesia", como se essa classe social tivesse alguma influência na falta de competência para administrar o país, uma vez que isso se contradiz com o centralismo dos poderes do Estado, todos sob o total controle de regime ditatorial. O exemplo da ineficiência da administração socialista do país em comento serve para importante instrumento de reflexão para o povo brasileiro, que já vem padecendo com desastradas políticas sutilmente implantadas pelo governo tupiniquim, ávido pela consolidação, no Brasil, desse famigerado sistema, que penaliza os princípios democráticos e civilizados conquistados pela humanidade, notadamente pelo impedimento dos consagrados empreendimentos de liberdade de pensamento, expressão e produção, em contraposição ao desenvolvimento socioeconômico da nação. Acorda, Brasil!
 

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 16 de janeiro de 2014

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