O novo recorde mundial de inflação pertence,
agora, à Venezuela, uma vez que os preços ao consumidor ultrapassaram o patamar
de 56% ao ano, no final de 2013, de acordo com a apuração do Banco Central daquele
país. O desempenho galopante da inflação teve avanço nove vezes superior ao
ritmo observado, no mesmo período, com a inflação do Brasil. Embora o país
vizinho faça parte de comparável emirado petrolífero, a corrosão provocada pela
inflação na economia contribui para o empobrecimento de parcela significativa
dos venezuelanos, passando a depender das políticas assistencialistas e
populistas governamentais. Nos países que adotam o centralismo socialista, é
comum a inflação disparar, normalmente, devido à insegurança dos investidores,
que deixam de aplicar recursos em novos empreendimentos, tendo como
consequência natural a falta de gêneros e de produtos de primeira necessidade,
causando a diminuição da oferta e o crescimento descontrolado da inflação, a
exemplo do que ocorreu nesse país fronteiriço ao Brasil, onde a taxa registrada
em 2013 representa quase o triplo da verificada no ano anterior, que foi de
20,1%, contra 56,2%. Não obstante, o Banco Central venezuelano registrou que alimentos
e bebidas tiveram aumento bem superior à media, chegando a 79,3%, na média do
setor. Em termos de administração da economia, o governo venezuelano vem tendo
desempenho nitidamente desastroso para a população, que fica cada vez mais à
mercê da falência de iniciativa e de solução por parte dele, ante a completa
intolerância e a falta de diálogo com a sociedade. Na sua elevada “sapiência”,
o governo já decretou que no socialismo não existe o vocábulo negociação, por
ter o significado político de capitulação. Um membro do governo garantiu que “Nós não vamos cair na chantagem do diálogo”.
Essa posição evidencia contraposição aos princípios democráticos, porquanto o
exercício do diálogo se insere no mundo civilizado, onde impera o respeito ao
entendimento saudável para a negociação e a solução dos problemas. Enquanto o
impasse e as nuvens negras estão sempre presentes nas atividades econômicas da
Venezuela, o governo atribui a escassez de alimentos e de gêneros essenciais à
inspiração da “sabotagem intencional e
internacional” e da "guerra
econômica da burguesia", entre outros mirabolantes artifícios
linguísticos, que não passam de torpes mecanismos utilizados para não ter a
dignidade de assumir a calamitosa e encalacrada situação para a qual o
socialismo Bolivariano meteu o “emirado petrolífero” sul-americano. As justificativas para o insucesso e o malogro
da gestão governamental socialista mudam apenas os nomes, por se verificar, por
exemplo, no país tupiniquim, ao invés de "guerra econômica da
burguesia", a expressão utilizada no momento foi definida como "guerra psicológica" que estaria sendo
disseminada no país com a finalidade de atrapalhar os investimentos
estrangeiros, segundo a presidente da República. Embora esse procedimento
típico do socialismo tente desmascarar a realidade sobre a incapacidade
administrativa de seus governantes, principalmente quanto às suas metas
econômicas, que não atingem a previsão ideal, funciona, na verdade, como prova
da falta de condições técnica-especializadas da equipe econômica para encontrar
as medidas capazes de obter o êxito desejado, que normalmente se traduz em
frustração para os comandados. Como ocorre nos regimes socialistas, o fracasso
das políticas do governo é sempre culpa da oposição ou da burguesia, que não se
conforma com o seu modo diferente de ser, onde se impõe o centralismo do
Estado, em detrimento das atividades capitalistas, pelo ilusório e fajuto
entendimento de que o capitalismo concentra injustamente a riqueza e o poder
nas mãos de poucos, o que contribui para a formação de sociedades desiguais,
não permitindo oportunidades iguais para todos, como forma de maximizar as
potencialidades do país. Na prática, a Venezuela passa por processo desastroso
e contrário ao pensamento socialista, com o empobrecimento da população, por
falta de oportunidades para todos, e forte crescimento da inflação, que atingiu
o patamar histórico de 56% ao ano, em 2013, agravada pela grave crise no
abastecimento do país. O governo simplesmente atribui esses problemas como
fruto de "uma guerra econômica da
burguesia", como se essa classe social tivesse alguma influência na
falta de competência para administrar o país, uma vez que isso se contradiz com
o centralismo dos poderes do Estado, todos sob o total controle de regime
ditatorial. O exemplo da ineficiência da administração socialista do país em
comento serve para importante instrumento de reflexão para o povo brasileiro,
que já vem padecendo com desastradas políticas sutilmente implantadas pelo
governo tupiniquim, ávido pela consolidação, no Brasil, desse famigerado
sistema, que penaliza os princípios democráticos e civilizados conquistados
pela humanidade, notadamente pelo impedimento dos consagrados empreendimentos
de liberdade de pensamento, expressão e produção, em contraposição ao
desenvolvimento socioeconômico da nação. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 16 de janeiro de 2014
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