A
presidente do Brasil inaugurou, em Cuba, o moderno Porto de Mariel, que custou
US$ 957 milhões, com a expressiva participação de recursos do povo brasileiro,
no valor de US$ 682 milhões, financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES). Segundo informações do Blog do Palácio do Planalto,
a liberação do financiamento, no valor de US$ 802 milhões, foi condicionada à
obrigatoriedade de gastos no Brasil, na compra de bens e serviços
comprovadamente brasileiros e durante a construção da obra foram criados 150
mil empregos no Brasil, sejam diretos, indiretos ou induzidos. A presidente frisou
que o desempenho de Cuba "aumentará
substancialmente" com a entrada em funcionamento do porto e da Zona
Especial de Desenvolvimento de Mariel. Ao ensejo, a presidente anunciou que o
BNDES irá financiar a segunda etapa de construção do porto, no valor de US$ 290
milhões e que "Várias empresas
brasileiras já manifestaram interesse em instalar-se na zona especial. O Brasil quer se tornar um parceiro econômico
de primeira ordem econômica para Cuba. Acreditamos que uma maneira de estimular
essa aliança é aumentar o fluxo bilateral de comércio”. Até parece ironia
ou irracionalidade gerencial que o Brasil, sedento precisamente de
investimentos em infraestrutura, eleja, por exclusiva vontade e ação do governo
petista, Cuba para investir maciçamente, logo em porto, tão carente cá entre
nós, porquanto os que aqui existem operam na extrema precariedade e
ineficiência, fato que demonstra completo menosprezo aos interesses do povo
brasileiro. É muito estranho
e até incompreensível que a oposição seja cúmplice com os investimentos na construção
de porto em Cuba, com recursos públicos, quando ela tem o dever constitucional
e legal de recriminar e de adotar medidas legislativas, com vistas a impedir
indevida e irregular saída de recursos que deveriam ser aplicados no país, como
forma de incrementar o desenvolvimento socioeconômico do Brasil, em harmonia
com a própria finalidade do BNDES, que, na forma da sua instituição, se destina
ao fomento do crescimento da economia do país, isto é, somente do Brasil. É
incompreensível que o governo com tanta incoerência e falta de prioridade ainda
tenha admiradores que defendem atos indignos e contrários ao interesse público,
quando a normalidade seria de total repúdio aos atos que não condizem com os
princípios que se harmonizem com a economicidade e a racionalidade no emprego
de recursos públicos, que deveriam ser aplicados senão nas ações prioritárias e
em exclusivo atendimento das carências sociais no Brasil. Enquanto houver
conformismo com o exagero e a liberalidade na aplicação das verbas públicas, o
país permanecerá sob o jugo da incompetência e do subdesenvolvimento, pela perplexidade
de o governo não ter o menor escrúpulo de construir moderno porto com dinheiro
dos bestas dos brasileiros em terras cubanas, quando não somente os portos
tupiniquins exigem urgentes melhorias e investimentos públicos, mas as
estradas, a segurança pública, a educação, a saúde e outras prioridades que o
governo prefere ignorar e eleger logo importante construção em Cuba, que não
terá serventia alguma, ante a sua precariedade em termos de exportação e
importação de produtos. Há coisas neste mundo que somente acontecem no país tupiniquim,
como essa esdrúxula obra petista em Cuba, por evidenciar que o governo, no
poder há mais de década, acha natural concluir importante obra fora do país, pelo
mero fato se vangloriar como se fosse sua grande conquista. Não obstante, o
governo, até agora, não foi capaz de perceber a inexistência ou a precariedade
dos portos nas terras Brasis, que funcionam a passos de tartaruga, ante a
completa ineficiência em virtude do seu desatualizado sistema operacional, com
os aparelhamentos sucateados e as condições ultrapassadas de demanda, por falta
de investimentos públicos e privados. O caos portuário é tanto que os produtos
de exportação e importação se encalham nos porões dos navios, nas estradas ou
nos galpões. Entretanto, sem
a menor lógica e sem o menor pudor, o governo tupiniquim decidiu investir, com essa finalidade, em Cuba e a presidente demonstrou
que estava radiante, por ter concluído a única, deslumbrante, moderna,
expressiva e mais importante obra do governo petista, exatamente nas terras do sempre venerado e bajulado ditador cubano. Esse fato evidencia a balela da
administração do governo brasileiro, que, na pessoa da sua presidente, ter
acabado de discursar no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, implorando
por investimentos estrangeiros no Brasil e, em seguida, de maneira inexplicável,
desembarca em Havana, Cuba, para inaugurar obras de um porto, com financiamento
do BNDES, cujo empreendimento não terá benefício para o povo brasileiro e muito
menos para o de Cuba, porque a ilha se encontra destroçada e falida, fato que
constitui, para o Brasil, verdadeira demonstração de mau uso do dinheiro dos
brasileiros e de contrariedade aos objetivos fundados no recente discurso da
presidente. O PT deve está no auge da contemplação com essa expressiva
e inusitada obra, por ter sido construída logo onde os petistas têm como
inspiração o ícone do socialismo. A partir de agora, o governo brasileiro já
pode se orgulhar de ter inaugurado a sua tão sonhada grande obra, porém no país
onde tem privação de quase tudo, menos de repressão e da violação aos direitos
humanos, que talvez seja o único empreendimento que Cuba precisaria, à vista da
precariedade da produção nacional e do comércio incipiente. Mais uma vez, o PT
errou de estratégia, porque o porto em apreço deveria ter sido construído no
Brasil, onde os produtos internos e externos encalham nas estradas, nos galpões
e nos porões dos navios, pela deficiência dos portos existentes. A sociedade
anseia por que os governantes se conscientizem quanto à responsabilidade de os recursos
públicos serem aplicados em exclusivas prioridades visando ao benefício do
interesse público, não permitindo que as causas e o povo brasileiros sejam
prejudicados pelo seu desvirtuamento para fins senão para a satisfação das
necessidades nacionais. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 29 de janeiro de 2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário