sábado, 4 de janeiro de 2014

Quanta indignidade!

Muito tem se falado sobre as peripécias e as falcatruas engendradas por integrantes do PT, com a finalidade de incriminar adversários políticos, na tentativa da criação de embaraços políticos para eles, a exemplo dos famosos dossiês apontando fatos inventados com especificamente para complicar o desempenho deles nas campanhas eleitorais. Com raras exceções, os autores desses documentos nunca assumiam suas criações comprometedoras. Agora, um delegado aposentado, que fez parte do governo petista revela, em denso livro, o verdadeiro “estado policial petista”, assegurando que as atividades de sabotagens são uma realidade intrínseca da filosofia petista de ser. O livro pretende escancarar as formas indecentes e deselegantes das práticas políticas, consistentes, em especial, nas estratégicas perseguições e difamações produzidas com o auxílio do eficiente aparelhamento da máquina pública, cuja estrutura de investigação e de colheita de informações funciona normalmente em proveito do partido, que se beneficia de informações privilegiadas para revelar irregularidades praticadas pelos adversários políticos. O teor explosivo do livro se concentra na informação de que o ex-presidente da República petista teria sido informante da ditadura, o que significa que ele não tem moral para criticá-la, eis que, sabidamente, ninguém seria capaz de alcaguetar sem se beneficiar da situação. O livro revela e comprovar a existência de truculenta “fábrica de dossiês” no Ministério da Justiça, tendo por finalidade criar dossiês apócrifos sobre adversários, para desestabilizá-los politicamente. Além desses casos escabrosos, que são capazes de denigrir a imagem e a reputação de qualquer partido político, o PT vem colecionando uma séria de situações que não se coaduna com os preceitos éticos e morais, por exigirem transparência e a legitimidade dos fatos públicos. Veja-se o caso da defesa dos mensaleiros presos, que vem sendo feita tão somente no grito, com base no histórico dos petistas, quando os elementos constantes do processo do mensalão demonstram outra realidade, bem diferente da criada pelos petistas. Esse fato decepciona os cidadãos honrados, por verificar que o partido se reúne em Congresso Nacional, com a integração da presidente da República e da cúpula da agremiação, para aplaudir os mensaleiros condenados por formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e outros crimes graves, ou seja, para promover desagravo a bandidos que estão presos por serem autores intelectuais e operadores de esquemas para desviar dinheiros públicos destinados ao pagamento de propina a inescrupulosos parlamentares. Essa forma de participação de grupo para aplaudir, elogiar e saudar efusivamente criminosos não condiz, definitivamente, com os salutares princípios da decência, dignidade e grandeza que devem estar presentes nas atividades políticas, que são obrigadas a primar pela responsabilidade e pelas práticas dos bons exemplos construtivos. Ao contrário disso, o PT vem demonstrando, com seus atos de apoio aos delinquentes do mensalão, afinidade com manifestações e incitações de indignidade não condizentes com a prática de política sadia nem com a gestão de recursos públicos, por haver explícito antagonismo aos princípios da administração pública, quanto à probidade, legalidade e moralidade, que não podem ser ignorados pelos homens públicos. Causa enorme estranheza a presidente da República, que representa indistintamente os brasileiros, participar pessoalmente de ato solene de desagravo em apoio aos presos petistas e não ter a dignidade de se manifestar em reprovação à tamanha excrescência, fato que demonstraria sua coerência natural em respeito à liturgia do importante cargo que exerce em nome do povo brasileiro, que, na expressiva maioria, recrimina e repudia a aberração de se exaltar pessoas condenadas por práticas de crimes perpetrados contra o patrimônio da sociedade. Também causa perplexidade se verificar que, mesmo pertencente ao partido com registros de fatos considerados aéticos e imorais, a presidente da República consegue boa aprovação no desempenho do seu governo, em que pese não ter apresentado, até agora, nada de novidade, em termos de administração do país, notadamente pela inexistência de obras de impacto, de investimentos e de reformas que o país tanto precisa. Estranha-se, ainda, que os brasileiros não percebam as deficiências ideológicas e administrativas incompatíveis com os preceitos de honestidade, moralidade e eficiência que devem ser observados nas atividades públicas. Não há dúvida de que a defesa e o incentivo à ideologia da degeneração e da deformação dos bons princípios da ética, da moral e da dignidade, como forma de atuação política, revelam clara atitude de contribuição senão para ao fortalecimento do subdesenvolvimento e do retrocesso da sociedade e do país. Urge que a sociedade eleja somente representantes entre aqueles que se comprometam com a luta em defesa dos princípios democrático e constitucional da decência, honestidade, integridade de caráter, probidade, moralidade e dignidade política. Acorda, Brasil!                 
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 03 de janeiro de 2014

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