quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Urge a revigoração das atividades militares

Um bando de delinquentes, composto por, pelo menos, 15 malandros, invadiu o quartel da Polícia Militar de Campo Novo de Rondônia, baleou um soldado e roubou dois fuzis, uma escopeta calibre 12, várias pistolas .40, coletes e uma viatura da PM. Em seguida, depois de feitos dois policiais militares reféns, o bando resolveu atacar e roubar lojas comerciais e agências bancárias, estabelecendo o maior pandemônio na cidadezinha do interior do Estado de Rondônia. Com a devida presteza e eficiência como deve ser a atuação do policiamento, a segurança foi imediatamente reforçada com agentes de guarnição especialmente treinada, os quais empreenderam bem sucedida perseguição aos criminosos que resultou na morte de oito deles. O resto do bando escapou do cerco e levou consigo os dois policiais transformados em reféns. O êxito dos policiais somente foi possível devido à estratégia bem planejada e ao forte armamento utilizado na operação. Essa tragédia que resultou na morte de oito cidadãos jovens é o reflexo da onda de violência que toma conta do país, em que, praticamente, parcela significativa de brasileiros vem optando pelo caminho nefasto da criminalidade, como principal “atividade profissional”, embora o risco de vida seja muito grande para quem a escolhe, estando sujeito, conforme evidencia o episódio em causa, às terríveis consequências, em que, felizmente, as vítimas fatais, desta vez, ocorreram da parte dos delinquentes que deflagraram a selvageria. A ação corajosa e destemida dos policiais rondonienses certamente servirá de exemplo para intimidar a bandidagem a evitar a incidência de fatos semelhantes a esse e de estímulo para que as forças policiais cumpram com destemor e dignidade seu dever constitucional e legal de combater a criminalidade e de exercer com brio e garbo a sua importante missão de proteger a sociedade. Não há dúvida de que a ação da segurança pública de Rondônia, além de dignificar a profissão policial, exige que os governantes sejam sensíveis às causas dos abnegados policias militares e bombeiros que são obrigados a expor suas vidas em missões difíceis como essa e sob constante risco, mas seus sacrifícios nem sempre são devidamente valorizados como deveriam, ante a evidência das aviltantes remunerações pelas quais eles são estipendiados, ainda mais diante das disparidades que acontecem entre os vencimentos pagos nos estados, onde unidades mais ricas pagam mais e as demais pagam bem menos, gerando constantes insatisfações no seio das corporações, fato esse que poderia ser evitado se houvesse sensibilização quanto à real importância de se manter motivada a força de policiamento responsável por tão importante missão de proteger a sociedade. Note-se também, por oportuno, a terrível injustiça com o menosprezo à situação remuneratória e de reaparelhamento das Forças Armadas, que foram relegadas a planos secundaríssimos, como forma de injustificável revanche por parte do governo que trata o Estado como instrumento capaz de satisfação de interesses pessoal e partidário, em contraposição aos princípios republicanos de igualdades entre os brasileiros. Não há a menor dúvida de que o policial desestimulado não se encoraja tanto quanto se ele estivesse imbuído do sentimento da valorização compatível com suas reais atribuições de ser o permanente anjo de guarda da sociedade. Considerando que as atividades policiais merecem e devem ser valorizadas, como corolário da obrigação de melhor proteger os cidadãos, compete à sociedade exigir das autoridades competentes a adoção de medidas que correspondam à expectativa da satisfação inerente à melhoria das remunerações deles e das condições de trabalho, como treinamento, aperfeiçoamento e reaparelhamento indispensáveis à eficiência da missão policial. É comum a população reclamar da atuação policial, mas dificilmente ela se encoraja no sentido de convencer as autoridades a priorizar políticas destinadas à solução dessa crônica situação de desvalorização e até de penúria de corporações militares tão imprescindíveis à tranquilidade da população. É induvidoso de que a conquista e a preservação da civilidade depende da maior compreensão sobre a vitalidade, a modernização e o aperfeiçoamento das forças de segurança pública, que não conseguem desempenhar seu papel com eficiência que dela se espera se ela não for devidamente incentiva e estimulada, com a valorização e disponibilização dos componentes inerentes ao reconhecimento e à dignificação compatíveis com a importância das atividades policiais. A sociedade tem o dever cívico de lutar para que as forças policiais, responsáveis pela sua proteção e segurança, sejam revigoradas mediante a priorização de políticas destinadas ao aperfeiçoamento e à concessão de remunerações decentes e compatíveis com a relevância da sua missão constitucional e legal. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 15 de janeiro de 2014

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