quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Os caminhos da incivilidade

O presidente da Venezuela disse que, durante sua visita a Cuba, teve boas e longas conversas com o líder da revolução cubana: "Tivemos bons encontros, longos encontros de conversa e trabalho com o comandante Fidel Castro”. O mandatário bolivariano esclarece que os temas da agenda versaram sobre assuntos regional e internacional. O presidente, que insiste em administrar seu país sob os princípios arcaicos e ultrapassados do socialismo, demonstra plena incapacidade para solucionar os graves problemas que afetam as condições de vida do seu povo. Na verdade, à luz dos fatos decadentes e desanimadores provenientes da ilha, os irmãos castristas deveriam ser os únicos mandatários da face da terra com que quem ninguém deveria se encorajar para se buscar orientação político-administrativa para a solução da crise econômica que assola com muita intensidade a Venezuela. Como são sabidas, em 2013, as experiências desastrosas do primeiro ano de governo do presidente venezuelano foram evidenciadas pelo galopante crescimento da inflação, que atingiu o patamar histórico de 56% e foi agravada pela escassez de alimentos e de gêneros de primeira necessidade. Diante da economia totalmente desestruturada, sucateada e distanciada da realidade do mundo atual, que vem passando por significativos avanços, principalmente de modernidade científica e tecnológica, é absolutamente irrelevante que o presidente venezuelano recorra aos ditadores cubanos para discutir temas de governo, porque, por certo, a única experiência proveitosa que ele poderá obter se relaciona às draconianas práticas ditatoriais, de centralismo do controle do Estado e da restrição do usufruto dos direitos humanos, em total contraposição aos salutares princípios democráticos e humanitários, que contribuem, de forma decisiva, para acentuar os fatores econômicos essenciais e indispensáveis ao impedimento do desenvolvimento socioeconômico do país. Na atualidade, a Venezuela tem sido o principal aliado político e econômico de Cuba. Desde 2000, os governos desses países mantêm convênios que foram paulatinamente ampliados até abrangerem temas de toda ordem, incluído um sobre cooperação energética, por meio do qual a ilha recebe 100 mil barris diários de petróleo da Venezuela. Entre os dois países também há o famigerado convênio referente à importação de médicos cubanos, possivelmente funcionando nas mesmas condições estabelecidas com o governo brasileiro, em que os pagamentos pertinentes aos serviços pelos profissionais são feitos diretamente ao governo cubano, quando o correto, na forma da legislação, em especial a trabalhista, seriam aos próprios médicos, que também não têm nenhum vínculo empregatício senão com o Estado caribenho, os serviços são prestados no Brasil. Com absoluta certeza, as "longas conversas" entre os ditadores cubano e bolivariano vão servir para aperfeiçoar ainda mais as retrógradas medidas e as técnicas antidemocráticas já postas em prática na Venezuela, onde foram implantadas as desaconselhadas lições de desrespeito aos direitos humanos, à livre iniciativa, à liberdade de expressão, ao livre comércio e demais sentimentos da falta de civilidade e de humanidade, tudo em contraposição às conquistas e aos avanços da modernidade e do conhecimento da humanidade. O governante que procura se orientar pelos ensinamentos cubanos já sabe perfeitamente o destino do seu povo, que não pode ser diferente do subdesenvolvimento e do retorno à incivilidade ou a permanência nela. A sociedade brasileira tem o dever cívico e patriótico de perceber com clareza os malefícios do regime socialista para a humanidade, em especial quanto às dificuldades para a convivência saudável e pacífica com os sonhados princípios democráticos de amplas liberdades e de desenvolvimento social e econômico. Acorda, Brasil!  
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 22 de janeiro de 2014

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