sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Vergonhoso desprezo das estradas

Conforme balanço divulgado pela Polícia Rodoviária Federal, os acidentes nas rodovias federais, registrados nos feriados de fim de ano, foram reduzidos em 10% em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com os levantamentos realizados, a quantidade de acidentes diminuiu de 7.407 para 6.651, as mortes caíram de 420 para 379 e os feridos também foram menores de 4.642 para 4.352. As colisões frontais foram as principais causas das mortes, que resultaram em 83 vítimas fatais. Segundo especialistas, a diminuição dos óbitos foi resultado do aumento da fiscalização, do planejamento e de maior fiscalização sobre o cumprimento da Lei Seca. Está mais do que comprovado e explicado que, quando as autoridades incumbidas de, pelo menos, fiscalizar as estradas desejarem intensificar as medidas de controle da sua alçada, certamente haverá redução significativa dos acidentes, em que pese o aumento expressivo dos veículos nas vias públicas, ou seja, a omissão e a ausência da vigilância são diretamente responsáveis pelo crescimento das tragédias, que poderiam e deveriam ser evitadas se houvessem conscientização e sensibilidade para problema de tamanha gravidade, que envolve preciosas vidas humanas. Causa perplexidade e muita vergonha se perceber que, sai ano e entra outro, mas a precariedade nas estradas do país continua de mal a pior, devido à falta de prioridade para situação de extrema gravidade, que envolve, repita-se, vidas humanas e, por isso mesmo, exigem urgente atenção dos órgãos incumbidos de cuidar dos transportes, em especial das estradas brasileiras. Não se tem notícia de que, nem nas republiquetas desqualificadas, existam tantas irresponsabilidades como há no país tupiniquim, que nada faz para acabar em definitivo com essa pouca-vergonha de centenas de mortes, por pura incompetência gerencial do sistema de transportes, no caso, das estradas e rodovias. Enquanto os governantes não forem responsabilizados por tamanha crueldade praticada contra a sociedade, por permitirem, com sua omissão, que os brasileiros morram em série nas péssimas estradas do país. Esses balanços oficiais servem para mostrar a incompetência das autoridades públicas que deveriam cuidar com extremo zelo da segurança e confiabilidade das estradas brasileiras, que já se transformaram em verdadeiras arapucas para assassinar e causar ferimentos à população, que paga elevadíssimos tributos e não tem a prestação desse serviço público de qualidade, cuja deficiência resulta na destruição de vidas e de famílias. É simplesmente inacreditável como o Brasil, considerado país emergente há mais de década, continue ainda registrando números alarmantes de acidentes nas rodovias federais, que ultrapassam centenas de mortes e outras tantas desproporcionais quantidades de feridos e acidentados, muitos dos quais vão ficar inutilizados para o resto da vida, como peso para os cofres públicos. Essa quantidade alarmante de óbitos reflete a incompetência e o despreparo dos governantes para cuidar da grave situação das estradas, sucateadas, sem a mínima manutenção, sinalização e fiscalização, indispensáveis à prevenção de acidentes. Nessa batalha contra a direção irresponsável, convém que sejam promovidas intensivas campanhas educativas no trânsito, com a finalidade de convocar a sociedade, em verdadeiro mutirão, para a participação de movimento de conscientização sobre a necessidade de preservação da vida nas estradas brasileiras, de modo que as principais causas de acidentes sejam ressaltadas, de forma enfática, mostrando os riscos de ultrapassagem em locais proibidos, que podem resultar colisões frontais, de dirigir embriagado e em alta velocidade, de não redobrar os cuidados em tráfico intenso, da inobservância das normas de trânsito, inclusive da Lei Seca, e de outras situações perigosas que exijam maior atenção dos condutores de veículos. Não há dúvida de que o descaso das autoridades públicas, que nada fazem para melhorar as condições de tráfego nas estradas e aperfeiçoar os sistemas de fiscalização e sinalização das estradas, tem contribuído decisivamente para as mortes e os ferimentos nas estadas. É inadmissível a clara demonstração de desinteresse por parte de quem tem a incumbência constitucional e legal de cuidar e zelar das estradas brasileiras, que não merecem os indispensáveis melhoramentos, recapeamentos e conservações, como forma de precaução e de serem evitadas ou amenizadas as continuadas injustificáveis tragédias, aceitas pacífica e inexplicavelmente pela sociedade, que não exigem imediatas providências saneadoras para essa crônica chaga dos seus chamados representados nos poderes públicos. Urge que essa terrível estatística das estradas possa contribuir para sensibilizar e conscientizar as autoridades públicas sobre a necessidade de perceber que as vidas humanas exigem prioridade no sentido de que sejam adotadas medidas possíveis e impossíveis, para solucionar essa vergonhosa e periclitante situação das mortes e dos ferimentos nas estradas brasileiras. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 02 de janeiro de 2014

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