terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Perverso exemplo de gastos perdulários

Como já é do conhecimento dos brasileiros, além das remunerações, os parlamentares ainda têm direito a ajudas, auxílios, mordomias, regalias, benefícios e a famosa Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar dos Senadores (Ceaps). O jornal Correio da Paraíba divulgou reportagem onde consta que os três senadores desse Estado solicitaram ao Senado Federal o reembolso de gastos realizados por eles, no período de janeiro a dezembro de 2013, na quantia de R$ 956 mil. Os senadores foram reembolsados respectivamente pelos valores de R$ 362,9 mil, R$ 320,4 mil e R$ 272,7 mil, por terem gastado, basicamente, com passagens aéreas; alugueres de imóveis; locomoções, hospedagens, alimentações, combustíveis e lubrificantes; materiais de escritório; consultorias, assessorias, pesquisas, trabalhos técnicos e outros serviços de apoio às atividades legislativas; e divulgações das atividades parlamentares. À toda evidência e diante de enorme esforço, não há a menor possibilidade de haver justificativa para gastos tão absurdos e extravagantes, especialmente porque os parlamentares pouco fazem para a sociedade para terem direito ou fazerem jus a tantas excepcionalidades de altíssimos remunerações, vantagens, auxílios, ajudas, mordomias, verbas de gabinete e de representação, cotas e variedades de regalias nababescas totalmente incompatíveis com o mero exercício de cargos públicos eletivos de senador, deputado, vereador..., que não deveriam receber senão os vencimentos condignos de servidor público, a exemplo dos demais servidores do quadro de pessoal do Estado, que, são obrigados ao cumprimento de 40 horas semanais e realmente trabalham, enquanto os parlamentares nem sabem ao certo quanto amealham dos cofres públicos, em razão de tantos e diversificados benefícios, para somente comparecem ao Parlamento, por força de norma regimental aprovada por eles, de terça-feira a quinta-feira semanais, além dos recessos parlamentares, e ainda sem ter nem compromisso com a assinatura de ponto. É muito decepcionante o sistema vigente, em que os parlamentares não se envergonham de ganhar tanto e produzir pouco em benefício da população, que deveria ter a consciência de não permitir que essa abusiva disparidade continue a indignificar o Parlamento, que deveria ser integrado por representantes que valorizassem realmente o sacrifício da sociedade para manter a máquina pública nitidamente perdulária e completamente despreocupada com a realidade do povo brasileiro, que na sua absoluta maioria depende dos minguados recursos públicos para a solução das questões que se arrastam sem os cuidados do Estado, justamente pela escassez de verbas públicas, que são gastas sem a menor preocupação com a indispensável austeridade, a exemplo dos milhares de reais que são despendidos injustificadamente com os parlamentares, que deveriam ter a sensibilidade para não aceitar tantas vantagens que não condizem com a realidade brasileira, que não tem condição de manter o segundo Parlamento mais dispendioso do mundo, só perdendo para a primeira potência do planeta, os Estados Unidos da América, onde se justifica gastar tanto com seus parlamentares, que têm verdadeira responsabilidade com os destinos e os rumos do mundo, enquanto os parlamentares tupiniquins, muitos dos quais, nem sabem exatamente o que significa a função legislativa. O povo precisa, com urgência, exigir a reformulação desse sistema nababo e perverso de conceder excessivas e injustificáveis vantagens aos parlamentares, sem que haja a sua conformidade com os padrões socioeconômicos brasileiros, como forma de se corrigir situação notoriamente injusta, por sacrificar os cofres públicos, em prejuízo da sociedade, que deixa de ser assistida devido à escassez de verbas públicas, despendidas sem a imprescindível prioridade e de forma perdulária. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 21 de janeiro de 2014

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