Como já é do conhecimento dos brasileiros, além das
remunerações, os parlamentares ainda têm direito a ajudas, auxílios, mordomias,
regalias, benefícios e a famosa Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar
dos Senadores (Ceaps). O jornal Correio da Paraíba divulgou reportagem onde
consta que os três senadores desse Estado solicitaram ao Senado Federal o
reembolso de gastos realizados por eles, no período de janeiro a dezembro de
2013, na quantia de R$ 956 mil. Os senadores foram reembolsados respectivamente
pelos valores de R$ 362,9 mil, R$ 320,4 mil e R$ 272,7 mil, por terem gastado,
basicamente, com passagens aéreas; alugueres de imóveis; locomoções, hospedagens,
alimentações, combustíveis e lubrificantes; materiais de escritório; consultorias,
assessorias, pesquisas, trabalhos técnicos e outros serviços de apoio às
atividades legislativas; e divulgações das atividades parlamentares. À toda
evidência e diante de enorme esforço, não há a menor possibilidade de haver
justificativa para gastos tão absurdos e extravagantes, especialmente porque os
parlamentares pouco fazem para a sociedade para terem direito ou fazerem jus a
tantas excepcionalidades de altíssimos remunerações, vantagens, auxílios,
ajudas, mordomias, verbas de gabinete e de representação, cotas e variedades de
regalias nababescas totalmente incompatíveis com o mero exercício de cargos
públicos eletivos de senador, deputado, vereador..., que não deveriam receber
senão os vencimentos condignos de servidor público, a exemplo dos demais
servidores do quadro de pessoal do Estado, que, são obrigados ao cumprimento de
40 horas semanais e realmente trabalham, enquanto os parlamentares nem sabem ao
certo quanto amealham dos cofres públicos, em razão de tantos e diversificados benefícios,
para somente comparecem ao Parlamento, por força de norma regimental aprovada
por eles, de terça-feira a quinta-feira semanais, além dos recessos
parlamentares, e ainda sem ter nem compromisso com a assinatura de ponto. É
muito decepcionante o sistema vigente, em que os parlamentares não se
envergonham de ganhar tanto e produzir pouco em benefício da população, que
deveria ter a consciência de não permitir que essa abusiva disparidade continue
a indignificar o Parlamento, que deveria ser integrado por representantes que
valorizassem realmente o sacrifício da sociedade para manter a máquina pública
nitidamente perdulária e completamente despreocupada com a realidade do povo
brasileiro, que na sua absoluta maioria depende dos minguados recursos públicos
para a solução das questões que se arrastam sem os cuidados do Estado,
justamente pela escassez de verbas públicas, que são gastas sem a menor
preocupação com a indispensável austeridade, a exemplo dos milhares de reais
que são despendidos injustificadamente com os parlamentares, que deveriam ter a
sensibilidade para não aceitar tantas vantagens que não condizem com a
realidade brasileira, que não tem condição de manter o segundo Parlamento mais
dispendioso do mundo, só perdendo para a primeira potência do planeta, os
Estados Unidos da América, onde se justifica gastar tanto com seus
parlamentares, que têm verdadeira responsabilidade com os destinos e os rumos
do mundo, enquanto os parlamentares tupiniquins, muitos dos quais, nem sabem
exatamente o que significa a função legislativa. O povo precisa, com urgência,
exigir a reformulação desse sistema nababo e perverso de conceder excessivas e
injustificáveis vantagens aos parlamentares, sem que haja a sua conformidade
com os padrões socioeconômicos brasileiros, como forma de se corrigir situação
notoriamente injusta, por sacrificar os cofres públicos, em prejuízo da sociedade,
que deixa de ser assistida devido à escassez de verbas públicas, despendidas
sem a imprescindível prioridade e de forma perdulária. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 21 de janeiro de 2014
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