segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Desrespeito aos padrões de dignidade


Como estratégia para ganhar as próximas eleições, a presidente da República, o ex-presidente da República petista e os candidatos do PT nos estados terão, a partir de fevereiro, espaço privilegiado nos programas de televisão a que o partido participar. A direção do partido deverá se reunir, no fim do corrente mês, com a finalidade de discutir os primeiros preparativos da estratégia de comunicação para a eleição, entre outros assuntos. A essência da ideia é possibilitar que a presidente da República apresente o balanço do governo federal e que o ex-presidente relembre os resultados da gestão petista, de modo a criar margem favorável para alavancar a imagem dos candidatos aos governos dos estados. Infelizmente, a arma mais poderosa dos governos socialistas é a propaganda, a exaltação das qualidades quase sempre inexistentes, das obras nem sempre realizadas e das verdadeiras ilusões e exaltações, como primacial forma de assegurar a perpetuidade no poder. No caso do governo petista, a sua dívida é enorme com a sociedade brasileira, porque foi o partido que conseguiu detonar definitivamente os padrões de dignidade e de moralidade que tanto defendia e prometia implantar na administração pública quando assumisse o governo. Não é novidade de ninguém que o resultado das promessas fajutas que foi o mais desastroso que jamais se imaginaria que pudesse acontecer em pleno século XXI, com a inversão do que se prometia. Tudo começou com as espúrias coalizões, formadas com partidos de forte ideologia fisiológica, que se apoderaram dos ministérios e das empresas estatais, em troca de apoio político. As lideranças petistas conseguiram a simpatia e a amizade dos políticos considerados por eles, no passado recente, de picaretas, ladrões, desonestos, corruptos, incompetentes e outros adjetivos impróprios para o exercício das atividades políticas e com eles formaram alianças meramente interesseiras, contrárias aos princípios da pureza democrática. Esses mesmos políticos considerados reles pelos petistas estão, na atualidade, unidos de mãos dadas, nos mesmos palácios, nos mesmos palanques e nas mesmas praças públicas, todos imbuídos do mesmo propósito para continuarem unidos na administração dos interesses dos brasileiros, que não conseguem demonstrar dignidade, brio e nobreza para repudiar tamanha pobreza moral dos políticos que menosprezaram, sem o menor pudor, os salutares princípios democrático e constitucional da ética, moral e legalidade, fatos esses que contribuíram para apequenar, de forma decisiva, a relevância das funções e atividades políticas, que jamais deveriam ter passado por lamentáveis desmoralizações. Quanto à administração propriamente do país, o PT, apesar de algumas conquistas na economia e na área social, que certamente seriam mais significativas se o país tivesse sido administrado com a devida eficiência, ainda deve muito à sociedade, por não ter implementada a reformulação das estruturas do Estado, principalmente no que diz respeito aos grandes gargalos que estão contribuindo para atrasar ou impedir o desenvolvimento da nação, a exemplo da pesadíssima carga tributária, dos injustos encargos previdenciários, da péssima infraestrutura e da falta de priorização das políticas públicas, que certamente refletem na má qualidade dos serviços públicos prestados à sociedade, como educação, saúde, segurança, transportes, saneamento básico, entre tantas mazelas que seriam evitáveis caso a administração do país tivesse atuado com estrita observância aos princípios da competência, moralidade, eficiência, transparência e legalidade. Nada impede que o PT faça propaganda do seu governo e dos seus líderes, mas seria de bom alvitre que fossem inseridas nesse marketing politiqueiro justificativas sobre as precariedades atribuídas ao seu desempenho político-administrativo na condução do país, principalmente explicando as razões pelas quais o Custo Brasil penaliza o parque industrial, que não consegue desempenhar com eficiência suas atividades econômicas e competir em igualdade de condições com a produção estrangeira; a Petrobras teve perda de dois terços do seu patrimônio, devido à má gestão e à ingerência do Palácio do Planalto; houve completa arruína dos princípios morais com suas alianças espúrias; a carga tributária só cresce, tendo atingido 35,85% do PIB, em 2012; a tabela do Imposto de Renda não ter sido atualizada com base na inflação; entre tantos fatos inadmissíveis que contribuem de forma decisiva para sacrificar o povo e arrefecer as perspectivas de crescimento do país. A sociedade, atenta à sua obrigação cívica e patriótica, deve refletir, com profundidade, sobre a necessidade de urgente mudança no pensamento ideológico como o país vem sendo administrado, de modo que isso possa efetivamente contribuir para que a gestão político-administrativa da nação tenha por objetivos a consecução de eficiência, moralidade, probidade, transparência, legalidade e economicidade, como maneira possível da retomada do crescimento socioeconômico do país. Acorda, Brasil!

 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

 
Brasília, em 12 de janeiro de 2014

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