O ex-presidentes da República petista acaba de
sofrer enorme revés quanto aos seus planos políticos, com a contabilização de
altíssimo índice de rejeição de eleitores, que foi aumentada em seis pontos percentuais
desde outubro de 2015, conforme resultado de pesquisa inédita que acaba de ser
divulgada pelo Ibope.
De acordo com a pesquisa, agora, 61% dos
entrevistados dizem que não votariam de jeito nenhum no petista para presidente,
cuja constatação representa a maior taxa de rejeição entre seis presidenciáveis
testados pelo Ibope.
O aprofundamento da crise econômica e o intenso noticiário
sobre os imóveis tríplex e sítio, com possíveis vinculações ao ex-presidente,
ganharam destaque na mídia e contribuíram para potencializar a rejeição a ele,
que teria, agora, apenas 33% das intenções de voto, quando antes eram de 41%.
A perda mais significativa do eleitorado foi constatada
no Nordeste, onde, pela primeira vez em dez anos, o potencial de voto ao
ex-presidente, de 47%, se equivale tecnicamente à sua rejeição, que é de 48%.
O resultado da pesquisa evidencia que, se a eleição
fosse agora, o petista encontraria enorme dificuldade para reconquistar a
credibilidade perdida e estaria inapelavelmente condenado, em termos eleitorais,
constituindo fato inédito na sua trajetória política, depois que o seu partido
ascendeu ao poder.
Não obstante, o fanatismo e a idolatria ao
ex-presidente, apesar dos intensos tiroteio e bombardeio dos petardos
acusatórios direcionados em sua direção, ainda asseguram fidelidade a ele de 19%
dos eleitores ouvidos, os quais disseram que votariam nele “com certeza”, fator esse que pode
garantir ao petista a possibilidade de disputa ao segundo turno da eleição,
fato que nenhum outro presidenciável pode ter o luxo de contar com tamanho capital
político.
É evidente que, na perspectiva antipetista, o
ex-presidente estar-se-ia praticamente “inelegível”,
diante da certeza de que 61% dos eleitores não votariam nele de jeito nenhum, o
que o impediria de alcançar a necessária maioria absoluta dos votos válidos
para se eleger, mesmo que ele fosse para o segundo turno.
Na realidade, os 19% de votos “certos” do petista
eram 23% quatro meses atrás e 33% há menos de dois anos, o que evidencia que,
em política, “certeza” não é conceito absoluto. Enquanto a crise econômica
continuar predominando com total voracidade na desastrada gestão petista, com
perspectiva de piorar, a trajetória descendente do petista tende a se complicar
ainda mais, quanto mais se houver confirmação sobre, ao menos, uma das muitas denúncias
de corrupção com a participação dele.
Em tese, até se poderia argumentar que, do mesmo
modo, a rejeição também pode diminuir, de forma surpreendente, como já
aconteceu em 2006, quando o ex-presidente caiu em profunda desgraça, no
redemoinho provocado pelo escândalo do mensalão, mas a reversão da atual tendência
é sempre mais difícil, porque ele não se encontra no centro do poder e a incessante
hemorragia incidente desta vez é bem maior que na época do mensalão, conforme
mostram os fatos.
Também conspira contra o petista o fato de que o
eleitor demonstra clara rejeição muito mais acentuada contra ele, bem maior que
com relação aos demais presidenciáveis, conquanto há explícita manifestação pública
de ódio contra ele, que não se verifica com tamanha intensidade em relação aos
demais pretendentes à Presidência da República.
A pesquisa Ibope mostra que a rejeição ao petista
foi a única que cresceu desde outubro último, enquanto os outros
presidenciáveis tiveram queda na rejeição ou permaneceram onde estavam, na
última pesquisa, embora esse fato não tenha contribuído para transformar em
aumento dos simpatizantes, pois todos continuam com taxas de votos “certos” e “potenciais” equivalentes às que tinham em outubro.
A pesquisa também mostra outro fato curioso, ao assinalar
que o petista tem 13% de eleitores exclusivos, que votariam “com certeza” só nele, contra 8% do
tucano e 7% da ambientalista, fatos que mostram que o ex-presidente pode até estar
“inelegível”, no momento, de acordo
com a pesquisa, mas ele ainda tem cacife para influenciar, de forma decisiva,
na eleição presidencial, como protagonista de peso.
O
resultado da pesquisa em apreço somente atesta a pouquíssima qualidade dos
eleitores brasileiros, que demonstram extrema dificuldade para identificar o
que seja realmente ideal para as sadias práticas e atividades
político-partidárias, ou seja, qualquer homem público, como tal representante
do povo, jamais pode ser suspeito de qualquer ilicitude, sob pena de macular por
completo a sua conduta de cidadão digno.
Nos
países civilizados e com o mínimo de desenvolvimento democrático, os homens
públicos têm vida pública totalmente transparente e não pode haver sobre ele
qualquer suspeita quanto à prática de ilicitude ou ato suspeito, sob pena de
simplesmente a sua eliminação das atividades políticas, impossibilitando a sua condição
de representante popular, por eles deixarem de atender aos salutares princípios
da ética, moralidade, dignidade e honorabilidade, que são conceitos indispensáveis
às atividades político-partidárias.
No
caso do ex-presidente, pesam sobre ele, na atualidade, muitas acusações sobre a
prática de atos irregulares, como tráfico de influência internacional em
benefício de empreiteira, beneficiamento pessoal de reformas em imóveis com
possível vinculação a ele, retirada de bens dos palácios presidenciais quando
da sua saída da Presidência, cuja mudança foi composta por onze carros de
transportadora, formalização de alianças espúrias com os piores políticos do
país, que ele antes os qualificava de ladrões, corruptos, picaretas e outros
adjetivos não adequados às atividades públicas, entre outros fatos nada
compatíveis com as práticas ínsitas dos homens públicos, que jamais deveriam
descurar da retidão na realização de seus atos.
Os
brasileiros precisam se conscientizar, com urgência, sobre a necessidade da
eliminação da vida pública dos maus políticos, por eles não estarem plenamente sintonizados
e integrados à exclusiva satisfação do bem comum nem observarem, com o
indispensável rigor, os princípios da dignidade, moralidade, legalidade e
transparência, sob pena de o país continuar mergulhado em graves crises social,
ética, política, econômica, administrativa e democrática, as quais são ideais
para o agravamento das dificuldades e do aprofundamento socioeconômico. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 26 de fevereiro de 2016
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