Em entrevista a blogueiros, o petista ex-presidente
da República não mediu palavras para mandar recado direto e muito claro à sua
pupila, tendo cobrado dela urgentes medidas para reaquecer a economia e mostrar
o motivo pelo qual promoveu a troca do ministro da Fazenda.
No entendimento do petista, a solução da crise
política somente será possível com a melhora da economia, de modo a recuperar o
apoio dos eleitores que votaram na petista e se desiludiram no ano passado,
como forma de sepultar em definitivo a ameaça de impeachment contra ela.
Por sua vez, a presidente recebeu, de forma sutil, recado
do vice-presidente da República, que aproveitou encontro com ela para, após ter
sido informado sobre a reativação do Conselho de Desenvolvimento Econômico e
Social, também conhecido como Conselhão, no sentido de que ela ouvisse mais, ao
invés de apresentar medidas já prontas, concluídas, dando a entender que a
presidente simplesmente emburra de goela abaixo das lideranças que podem
assessorar nas questões importantes matérias já decididas e acabadas, mas que
poderiam ser previamente aperfeiçoadas, em proveito da eficiência inerente à
otimização dos atos administrativos.
Segundo
se pode intuir, com a reativação do Conselhão, a presidente do país apenas apresentou
aos empresários e sindicalistas, todos do seu círculo de amizade, novas medidas
requentadas, que foram modelo de fracasso na área econômica, que não
contribuíram em nada para tirar a economia do arrocho, apenas trazendo no seu
bojo a imperiosa necessidade da reedição da famigerada CPMF, que os brasileiros
simplesmente abominam, por não suportarem mais tanta insensibilidade por parte
do governo quanto à crise que também os atinge, com bastante dureza, em
especial diante do castigo resultante do dramático desemprego, que é
preocupante e exige medidas específicas para arrefecer a sua perversa
incidência.
Diante dos fatos, é evidente que não se pode esperar
muita coisa de esperança de melhora por parte do governo que demonstra, no
cotidiano, completa incompetência quanto à apresentação de medidas e iniciativas
construtivas para a solução das gravíssimas questões que grassam no país e
contribuem para emperrar ainda mais o desenvolvimento socioeconômico.
À vista dos fatos referidos acima, a presidente está
sempre à mercê de cobrança, sugestão e pressões para a realização de algo novo,
em termos de governança e de realização na administração do país, mas, de
efetivo mesmo nada é feito, salvo a apresentação de pacotes e mais pacotes
contendo ajustes nas áreas fiscal e econômica, com invariáveis medidas mágicas para
sacrificar ainda mais a situação já periclitante dos brasileiros.
A recriação da famigerada CPMF é mais um exemplo de
muita maldade do governo, que luta desesperadamente para implantar mais um
tormentoso tributo, que, se aprovado, terá o condão de tão somente aliviar o
terrível rombo nas contas públicas, ou seja, o governo pretende ressuscitar uma
contribuição bastante abominável pelos brasileiros, com a exclusiva finalidade
de tentar corrigir a sua gastança absurda e irresponsável, sem trazer, no seu
bojo, qualquer benefício ou contrapartida para a sociedade, que apenas incorpora
no seu já pesado fardo mais esse sacrifício, em que pese ela já se encontrar sobrecarregada
com carga tributária absurda e escorchante, em relação aos serviços prestados
de péssima qualidade pelo governo, que não tem a menor sensibilidade com
relação à crise que também acontece com a população, que depende muito da
situação econômica do país.
Além do patrocínio de mais sacrifício para os
brasileiros, o governo ainda demonstra completas insensatez e insensibilidade com
relação ao enxugamento e à racionalização da máquina pública, com vistas ao
aperfeiçoamento e à eficiência de seu funcionamento, que poderiam contribuir de
forma imperiosa para o atendimento do salutar princípio da economicidade, por
consequência da diminuição das descomunais despesas públicas e do alívio no
bolso das famílias, em razão da possibilidade da redução da carga tributária e
do arrefecimento do elevadíssimo custo de vida.
Os brasileiros precisam se organizar, com a máxima
urgência, para protestar contra a nítida falta de medidas capazes de contribuir
para mudar radicalmente a inércia e a omissão do governo, notadamente quanto à
busca de solução criativa e efetiva para as graves crises social, política e
econômica que estão engrossando o caldo das dificuldades que impedem a retomada
do crescimento econômico do país. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 1º de fevereiro de 2016
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