sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

O sacrifício dos contribuintes

          "A CPMF é uma extorsão oficial. É um roubo. Uma usurpação dos direitos do trabalhador.". Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente do Brasil (1999)

         A presidente da República foi ao Congresso Nacional para, em especial, reforçar a premência da aprovação da famigerada CPMF e recebeu como reposta, durante a leitura da mensagem de abertura do ano legislativo, vaias por parte de parlamentares contrários à tresloucada ideia, em cujo texto lido por ela constava que "Não podemos prescindir de medidas temporárias como a aprovação da CPMF e da DRU".
Entre os argumentos para sensibilizar os parlamentares resistentes ao projeto, a petista ressaltou a imperiosa necessidade da recriação do “imposto do cheque” para "bancar a Previdência Social e a Saúde", não tendo, na ocasião, suas faces ruborizadas, uma vez que os brasileiros sabem muitíssimo bem que, no passado, contribuição semelhante a essa se destinava, por lei, para a saúde, mas nenhum centavo sequer foi aplicado nesse imprescindível programa para o povo, porque, à época, os recursos foram desviados para finalidades as mais absurdas possíveis, razão da justa e correta extinção, justamente por não atender aos propósitos para os quais ela havia sido criada.
A presidente reforçou ainda argumentos no sentido de que o tributo tem caráter temporário, tendo afirmado que as medidas "irão dar o espaço necessário para administrar a política fiscal até que as reformas de médio e longo prazo comecem a ter efeito. CPMF é ponte necessária entre urgência do curto prazo e estabilidade do médio prazo".
Em trecho do discurso, a presidente fez defesa do ajuste fiscal em curso, ao frisar a queda da arrecadação federal, quando foi novamente vaiada ao ler os números dessa drástica situação criada pela má gestão governamental, em que pese ela não ter se referido às medidas adotadas no sentido de frear os gastos, em razão da diminuição das receitas, o que mais do que normal, em se tratando de administração competente e responsável.
A presidente reconheceu que "muitos têm dúvidas e se opõem à CPMF, mas pediu que esses considerem a excepcionalidade do momento e levem em conta dados e não opiniões".
A presidente classificou a recriação do tributo como "melhor opção disponível em favor do Brasil" e foi novamente vaiada.
Realmente, a CPMF é melhor opção, porque a crônica acefalia governamental é incapaz de reduzir seus gastos, por meio da modernização e do aperfeiçoamento da máquina pública, que contribuiria, de forma substancial, para balancear as contas públicas, uma vez que o governo gasta mal e ainda é incompetente para economizar, mesmo que o momento exija que isso seja imperioso para o estadista que tenha o mínimo de responsabilidade e sensibilidade para compreender que o contribuinte não qualquer culpa pela destruição da economia, que conduziu o país à ruína, mas sim a própria petista, com suas políticas absurdamente destrambelhadas e incompetentes.
          A presidente da República precisa não somente ser permanentemente vaiada por defender a recriação da famigerada CPMF, mas repudiada por todos seus atos desastrados que contribuíram decisivamente para que o país esteja totalmente atolado no caos, na degeneração e na falência, onde nada funciona com a devida eficiência e otimização.
Deve ser atribuída às suas políticas erráticas, ineficientes e incipientes a situação de calamidade social, política, econômica e administrativa pela qual o país foi envolvido até a raiz, sem a mínima esperança de voltar a encontrar o fio de meada, diante das terríveis trapalhadas protagonizadas pela petista, que se encontra perdida, à deriva e totalmente desesperada à procura de salvo conduto por meio da recriação de tributo abominável e detestável pelos brasileiros, que não aceitam mais sacrifício e sobrecarga de encargos tributários, cujos recursos serviriam tão somente para aliviar parcela do rombo das contas públicas, fruto das gastanças irresponsáveis realizadas pela petista, que não teve o menor pudor de ignorar as salutares normas de administração orçamentária e financeira, de que tratam as Leis de Responsabilidade Fiscal e de Diretrizes Orçamentárias, objeto da abertura do processo de impeachment contra a ela, por ter sido incursa no crime de responsabilidade fiscal, justamente por se achar superiora a tudo, podendo se pôr acima das leis do país.
A presidente brasileira precisa se conscientizar, com urgência, de que a crise econômica que quebrou o país por sua gestão deletéria também afeta direta e com profunda gravidade os brasileiros, que estão perdendo emprego e novas oportunidades de colocação no trabalho, justamente porque as vagas estão escassas e difíceis.
A petista tem o dever gerencial e patriótico de saber que a trágica crise é generalizada e tem causado transtorno tanto para o governo como para a iniciativa privada, em intensidade semelhante, o que vale dizer que a reedição do injustificável e impopular "imposto do cheque" somente tem o condão de potencializar ainda mais as dificuldades, que já são insuperáveis e insuportáveis, para os contribuintes, que pagam duplamente pelo mesmo tributo, porque os produtos por eles consumidos já vêm com o tributo embutido e, no preço final, o encargo é novamente incidido, no ato da aquisição, ou seja, os consumidores terminam assumindo todos os tributos incididos sobre os produtos desde a fábrica até o ato da compra, o que constitui verdadeira injustiça contra os brasileiros, que se sacrificam, com o seu suor, para apenas aliviar a incompetência do governo, que gastou além do arrecadado e os recursos da CPMF não vão sobrar absolutamente nada para serem investidos em benefício dos bestas dos brasileiros.
Os brasileiros precisam se conscientizar de que a continuidade da mediocridade administrativa do governo somente potencializa as graves dificuldades econômica, social, política e administrativa, que não são sequer arrefecidas com as erráticas políticas fiscais pertinentes ao aumento e à recriação de tributos, tendo o condão de apenas sacrificar o bolso dos contribuintes, que já ultrapassaram há muito tempo a sua capacidade contributiva, mas, mesmo assim, ainda têm o pesado fardo sobre seus ombros da estratosférica carga tributária. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 05 de fevereiro de 2016

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