"Eu não penso em recriar a CPMF, porque eu acredito que não seria correto.". Dilma Rousseff, presidente do Brasil (1º/09/2010)
Em campanha para continuar no comando do PMDB, o
vice-presidente da República voltou a falar em unidade do partido, tendo ressaltado
que as divisões entre setores da sociedade prejudicam o país e sentenciou: “Temos de ter responsabilidade com o país e
por isso estamos propondo essa pacificação entre todos os setores da sociedade”.
Segundo o vice, o PMDB quer ajudar o país a sair das
crises política e econômica e “O que está
em pauta é o país, não é mais o partido ou o governo”.
Ele disse que a possibilidade de impeachment da
presidenta do país perdeu força, tendo ressaltado: “Eu acho que perdeu força (o impeachment). Eu confesso que há tempos tinha mais força, consistência. Mas acho
que hoje perdeu muito a consistência”.
Na ocasião, o vice-presidente defendeu a volta da abominável
Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), dizendo que “Nós esperamos que esse diálogo prossiga, que
haja convencimento da necessidade da CPMF. Mas, em princípio, se puder se
evitar, bem, mas se não for possível, em caráter excepcional e transitório, é
que se pode admitir.”.
O retorno dessa impopular contribuição foi
defendido pela presidente do país durante a reunião do Conselho de
Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado Conselhão, onde ela afirmou que a
aprovação da CPMF é a melhor opção para solucionar os problemas do governo, no
momento, e que a sua volta seria “rigorosamente
temporária”.
Realmente, o impeachment perdeu força porque o
partido do vice-presidente foi simplesmente conscientizado de que os cargos
ocupados pelos políticos do MPDB nos ministérios e nas empresas públicas são
muitíssimos mais importantes que os interesses nacionais, porque o afastamento
da presidente do cargo diz respeito ao crime de responsabilidade fiscal por ela
praticado, que será injustamente perdoado com o arrefecimento por parte dos
congressistas, em especial os peemedebistas, diante da sua irresponsabilidade e
em desprezo aos interesses nacionais, os quais, mais uma vez, prestam
imprescindível contribuição ao recriminável e indigno princípio da impunidade, que
foi instalado de forma vergonhosa em todos os segmentos da sociedade, com preponderância
na administração pública, onde se verifica que a ocupante do cargo mais
importante do país não é afastada porque os homens públicos entendem que o
impeachment perdeu força e fica tudo como antes, no quartel de Abrantes, como
se nada tivesse acontecido de grave contra a administração pública.
Por dever de justiça, é importante se destacar a
importante característica de político sem o mínimo de firmeza e de caráter de
opinião, incrustada na pessoa do presidente do PMDB, que foi o primeiro
político a se manifestar contrariamente à recriação da famigerada CPMF, mas
agora, de forma inexplicável e até decepcionante, ele a defende com a maior
naturalidade, da mesma maneira como se aproxima da presidente do país, depois
de ter reclamado dela, com veemência, por meio de carta fajuta e sem moral, com
alegação que ele sempre teria sido rejeitado pela presidente brasileira, por não
lhe atribuir qualquer tarefa ou missão importante, exatamente por não ter
confiança nele e muito menos no partido dele.
Mas agora ele aparece, com a cara mais lisa, para pregar
a perda da força do impeachment e a aprovação de mais indigesto tributo para sobrecarregar
a já sacrificada sociedade, tudo em contrariedade aos princípios que ele defendia
até há pouco tempo, em cristalina demonstração de falta de convicção sobre suas
opiniões, fato que contribui para a sociedade repudiar seus procedimentos como
homem público, que não tem personalidade alguma para ser representante do povo,
que não pode confiar nem acreditar na palavra de quem tem duas ou mais caras,
que são mostradas conforme as conveniências momentâneas.
Essa mudança de atitudes tem o condão de mostrar o
real tamanho da sua inexpressividade como político, que tem a capacidade de
mudar de opinião e convicção com extrema banalidade, tal qual como as nuvens
mudam de posição, em clara demonstração que não merece um pingo de confiança da
sociedade, na mesma forma como sempre fez a presidente do país, no dizer de
suas palavras, ditas na lastimável carta, que seria recusada, agora, até mesmo
pela lixeira, à vista da desmoralização de seus termos.
Diante desses fatos, urge que o Brasil seja passado
a limpo, tendo como prioridade a abrangente assepsia da vida pública dos políticos
destituídos de palavras e de caráter e sem personalidade, sob pena de nunca se
conseguir que as atividades político-administrativas sejam exercidas sob os verdadeiros
princípios da dignidade e da nobreza, como fazem os homens públicos dos países
com o mínimo de civilidade e de responsabilidade sobre a real importância da
valorização da representatividade emanada do povo, que precisa de consistência
construtiva das ações oriundas dos políticos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 11 de fevereiro de 2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário