domingo, 14 de fevereiro de 2016

A falência de uma nação


Na Venezuela, ficaram longe os tempos em que o governo podia empregar com abundância as reservas de petróleo para impor, a seu bel-prazer, sua cruel “revolução bolivariana” - um misto de subsídios indiscriminados, controles de preços e câmbio, programas sociais, expropriações e corrupção em larga escala, formando o conjunto indissolúvel de destruição das estruturas do Estado e da sociedade.
A verdade atual revela o estrondoso colapso dos preços do petróleo e com ele a gigantesca fraude que jazia por trás da revolução, que foi literalmente para o buraco negro engolido pela deletéria administração do país.
O governo venezuelano, enfim, admitiu que, nos 12 meses encerrados em setembro, a economia teve contração de 7,1% e a inflação atingiu o patamar de 141,5% a.a.
O malfadado herdeiro e sucessor do fundador do bolivarianismo reconheceu que os números são “catastróficos”, enquanto o Fundo Monetário Internacional entende que a situação daquele país ainda vai piorar, tendo em vista que a sua avaliação é de que a inflação poderá bater, este ano, o recorde de 720% e a economia deverá regredir 8%.
As reservas de dólares do país acabaram e isso somente contribui para agravar ainda mais as dificuldades, que são enormes, diante da falta de provisões para enfrentar o período de preços baixos do petróleo, que é o principal produto garantidor das artimanhas revolucionárias, fato que tem reflexo no aumento da situação de penúria dos venezuelanos, que, segundo pesquisa recente, estão com 76%, ou seja, mais de três quartos da população do país, em situação de pobreza, dependendo das subvenções do Estado, que também se encontra falido, sem recursos.
Outro golpe mortal contra a população diz respeito à falta de estoques de medicamentos, que contabiliza recuo de 20% de seus níveis normais, com a constatação da falta de remédios essenciais, o que vem causando a morte de doentes, cujo fato dramático vem caracterizando verdadeira crise humanitária.
Naquele país, tem sido permanente a constatação do aumento de filas para a compra de alimentos nos estabelecimentos estatais, porque os supermercados privados foram fechados ou estão sendo, por causa do rígido controle de preços exercido pelo Estado, contribuindo para que a escassez de produtos de primeira necessidade se agrave com imponderável velocidade, fato que poderá resultar em verdadeiro colapso de abastecimento, diante da completa desorganização nos setores de alimentos.
A insatisfação crescente desembocou na estrondosa vitória da oposição, na eleição de dezembro último, para a Assembleia Nacional, que foi traduzida como insatisfação dos eleitores contra o governo desastrado, incompetente e desorganizado, por ter transformado as instituições do Estado venezuelano - incluindo o Tribunal Supremo de Justiça e outras importantes instituições públicas - em apêndices do Poder Executivo, como forma de centralização absoluta do poder e assim controlar plenamente o funcionamento do país sob as rédeas curtas do Estado, cada vez mais prepotente e ditatorial.
O poder ditatorial havia baixado decreto de “emergência econômica”, que fora revogado posteriormente pelos novos deputados, mas restabelecido pelo Tribunal Supremo de Justiça, cujo objetivo é, basicamente, aumentar ainda mais o controle sobre a economia, que vem padecendo com o rigoroso e destruidor controle de preços, o que contribui para a paralisia da nação, que tem sido vítima de indecisões e conflitos da administração do país.
O custo do impasse é alto, que se reflexe nas brigas para a compra de alimentos, vindas a resultar em seguidas ondas localizadas de saques e de outras graves e violentas ocorrências sociais diárias.
Um importante político da oposição disse que “Estamos a um passo de uma situação que o governo não vai ter como controlar. É uma linha muito tênue”, diante da grave crise que o país se encontra, com a economia em frangalhos e o governo tendo enormes dificuldades para conduzi-lo à normalidade, que se torna ainda mais difícil à vista da falta de habilidade para contornar os conflitos que somente se potencializam, principalmente com a falta de recursos.
Diante do terrível quadro de institucionalidade estabelecido pela má gestão, há quem defenda acordo em busca de transição negociada, que seria a única hipótese heroica de se evitar que a situação descambe num conflito sangrento, de consequência trágica para a nação.
Não é despiciendo se imaginar que a continuidade do péssimo governo do PT na esfera do executivo federal, no ritmo galopante e desenfreado das precariedades e dos desastres da administração do país, à luz do paradigma do malsinado desgoverno predominante da Venezuela, com a condução daquele país celeremente ladeira abaixo, descendo incontrolavelmente em direção ao abismo, com as gôndolas dos supermercados bolivarianos vazias, absolutamente desabastecidas, graças à extrema irresponsabilidade da incompetência propiciada pelo retrógrado regime socialista/comunista, poderá transformar, logo em breve, o Brasil em idêntica República destroçada e desorganizada, sob o comando revolucionário em defesa da perpetuidade do poder, tal como já acontece no país tupiniquim.
Não há a menor dúvida de que a marcha para a implantação do bolivarianismo no país tupiniquim caminha em passos largos, com vistas à absoluta dominação dos bestas dos brasileiros que não percebem o iminente e tenebroso perigo que se aproxima, com as mesmas garras afiadas utilizadas pelo governo bolivariano, por meio da generosa concessão de bolsas ilimitadas, em nome da benevolente distribuição de renda, como forma de consolidação do verdadeiro populismo travestido do repugnável viés eleitoreiro, em que pese o país também encontrar-se em completo atoleiro, com a economia fragilizada e depauperada com a forte recessão que contribui para a crônica agonia da retração dos setores produtivos.
          É extremamente lamentável que a Venezuela esteja passando por situação de visível agonia, à vista do seu estado pré-terminal, sob a administração de governo que já demonstrou completa e comprovada incompetência, por ter conseguido levar o país com potencial petrolífero à ruína e à destruição, cujo povo está pagando por seu irresponsável apoio aos idealizadores do socialismo/comunismo, cujos resultados ético, social, político, econômico e administrativo são verdadeiras amostras de péssimos exemplos para os países civilizados e governados por estadistas responsáveis, que não podem nem imaginar em seguir a famigerada ideologia bolivariana, diante da situação de calamidade pela qual se encontra o povo daquele país, completamente atolado em verdadeira crise humanitária.
Convém se ressaltar que, de forma paradoxal, a dramática situação da Venezuela tem relevante importância para os brasileiros, que podem e devem se beneficiar com a reflexão sobre os trágicos resultados do país amigo, tendo em vista que o governo tupiniquim nutre enorme simpatia pelo destruidor e degenerativo regime socialista implantado ali, a exemplo do apoio às medidas adotadas pelo governo daquele país, que são baseadas, fundamentalmente, no desprezo aos direitos humanos, como a restrição à individualidade, livre iniciativa e democracia.
Os brasileiros precisam ficar atentos com relação aos homens públicos tupiniquins que são ostensivamente simpatizantes do retrógrado e ultrapassado regime socialista/comunista, diante da sua enorme contribuição ao extermínio das estruturas de uma nação que parecia possuir muito equilíbrio, à vista das potencialidades econômicas da Venezuela, que se mostrava firme com base na exploração de suas reservas de petróleo, mas o país foi sucumbido diante da má administração e da prepotência de seu desastrado governo, as quais não se harmonizam com os princípios civilizatórios inerentes à eficiência, à moralidade, à democracia e aos direitos individuais e de iniciativa. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 14 de fevereiro de 2016

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