O
PT divulgou em seu site oficial quatro vídeos para ser veiculados em cadeia
nacional de rádio e televisão, tendo por finalidade pedir "união" aos brasileiros para o país
superar a crise, a par de falar em "ataques,
provocações e perseguições" ao petista-mor, ex-presidente da
República, em razão da divulgação, pelo Ministério Público de São Paulo, de
fatos inquinados de irregulares, principalmente sobre reformas em imóveis com
possíveis vínculos com ele.
Com
vista a preservar, neste momento conturbado, as imagens de lideranças históricas
do partido, nem o ex-presidente e muito menos a sua sucessora aparecem nos
vídeos.
Em
um dos vídeos, o presidente nacional da agremiação afirma que o "país inteiro" sabe o que o ex-presidente
fez "para melhorar a vida do povo
brasileiro" e isto, segundo ele, teria sido a causa dos "ataques, provocações e perseguições pelos
preconceituosos de sempre. Eles não
aceitam que o Lula continue morando no coração do nosso povo". O
presidente do PT não menciona nomes de quem estaria perseguindo o
ex-presidente.
Os
outros vídeos são intitulados: "O
povo sabe vencer a crise", "O
Brasil é maior que a crise", e "A hora é de reunir forças para fortalecer o Brasil", nos quais
o partido prega que o país una esforços para superar a crise.
Em
um dos vídeos, consta que "todo
mundo tem o direito de defender suas ideias", porém, às vezes, é
preciso "ser maior do que nós mesmos"
e "conversar". Em outro,
consta que "É isso que o Brasil está
pedindo de todos nós: grandeza. Grandeza para vencer os desafios e ampliar as
nossas conquistas. A hora não é de defender as bandeiras que nos separam. É de
reunir forças para fortalecer o Brasil".
Em
outra ocasião, o presidente do PT teria criticado o que ele classificou de “ataque odioso” à família do
ex-presidente, diante das investigações, buscas e apreensões de documentos, com
vistas à elucidação de fatos envolvendo o petista e os familiares dele.
O
presidente do PT disse que “É preciso
acabar com a ofensiva que se dirige ao governo, à presidenta, ao nosso partido
e à nossa liderança maior que é o presidente Lula. Há uma campanha coordenada
para nos fragilizar. […] E agora tem
esse ataque odioso à família do presidente Lula e, simultaneamente ao
companheiro Gilberto Carvalho”.
O PT precisa conscientizar-se de que as denúncias sobre
casos de corrupção, com suspeitas de dilapidação do patrimônio dos brasileiros
e da moralidade de homens públicos, com o envolvimento de quem quer que seja,
resultam fatalmente em verdadeira "desunião" que dificultam a
superação das crises, por representarem "ataques, provocações e
perseguições" aos brasileiros, por serem incompatíveis com o padrão de
civilidade ideal para o país, que vem tendo seu patrimônio posto à degeneração
por meio de inescrupulosos sistemas endêmicos de corrupção, a exemplo do
mensalão e petrolão, com seus tentáculos fincados no aparelhamento do governo,
que não tem a sensatez de assumir a culpa pela destruição do país.
O
caso específico e em investigação da Petrobras dá a verdadeira dimensão da
dilapidação patrimonial que envergonha os brasileiros, onde o governo e o PT,
que se encontram no olho do furacão, como principais envolvidos no escândalo de
corrupção, por serem responsáveis pela integridade patrimonial da estatal,
apenas pousam como lídimas vítimas, em total demonstração de não ter nada a justificar
aos brasileiros sobre a roubalheira estratosférica protagonizada por pessoas que
integram o PT ou faz parte da sua confiança, em termos de espúrias alianças, a
exemplo do PMDB e PP, em conluio com igualmente inescrupulosos e
desavergonhados empreiteiros.
O
presidente do PT tem o dever cívico de entender que grandeza, em se tratando de
atividades políticas, diz respeito, em especial, aos princípios da dignidade,
moralidade, legalidade e transparência, conquanto as denúncias de possíveis
irregularidades precisem ser imediatas e devidamente investigadas, mesmo que
possam abranger a pessoa tida por imaculada e endeusada do ex-presidente, que
já se considerou ter a alma mais pura e honesta do país, mas que, à luz do
princípio jurídico, não tem imunidade perante a igualdade de tratamento ínsita
do ordenamento constitucional, não havendo, em hipótese alguma, qualquer
sentido se insinuar a existência de ataques, insinuações e perseguições, quando
os fatos trazidos à lume ensejam as indispensáveis apurações e os devidos esclarecimentos,
com vistas à responsabilização, se for o caso, dos culpados, porque a
impunidade é um dos piores cânceres da sociedade.
Não
há dúvida de que passa de ridicularizante a reiteração das alegações de que o
ex-presidente tenha feito, no seu governo, alguma melhoria em benefício dos
brasileiros, como forma mágica a se justificar que ele não possa ser
investigado, porque o que teria sido feito faz parte do seu dever de mandatário
de país com gigantescas pencas de miseráveis, que precisam de ajuda financeira
do Estado e todo governo mediano certamente teria feito a mesma coisa, fato que
não o isenta, em absoluto, de responder por atos suspeitos de irregulares, cujos
fatos, em princípio o envolvendo como principal beneficiário, precisam ser
apurados em sintonia com o salutar conceito da absoluta transparência, sempre
muito prestigiado nos países com o mínimo de civilidade e desenvolvimento
democrático.
Os
brasileiros precisam repudiar, com veemência, as declarações e os
pronunciamentos de cunho extremamente demagógicos e destituídos de consistência,
tendo como finalidade tão somente desviar os holofotes da imprensa e da opinião
pública para o cerne das crises de moralidade e ilegalidade que dizem respeito às
seríssimas denúncias de corrupção contra o principal homem público do PT, que
se complica terrivelmente com o seu envolvimento no olho do furacão de
investigações em curso pela Policia Federal e pelo Ministério Público, em face
das acusações de ter se beneficiado de reformas realizadas em imóveis
possivelmente vinculados a ele, embora não estejam registrados em seu nome, mas
estariam eles sob seu usufruto, na atualidade ou no futuro. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 15 de fevereiro de 2016
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