segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Ataque odioso conta a população


O PT divulgou em seu site oficial quatro vídeos para ser veiculados em cadeia nacional de rádio e televisão, tendo por finalidade pedir "união" aos brasileiros para o país superar a crise, a par de falar em "ataques, provocações e perseguições" ao petista-mor, ex-presidente da República, em razão da divulgação, pelo Ministério Público de São Paulo, de fatos inquinados de irregulares, principalmente sobre reformas em imóveis com possíveis vínculos com ele.
Com vista a preservar, neste momento conturbado, as imagens de lideranças históricas do partido, nem o ex-presidente e muito menos a sua sucessora aparecem nos vídeos.
Em um dos vídeos, o presidente nacional da agremiação afirma que o "país inteiro" sabe o que o ex-presidente fez "para melhorar a vida do povo brasileiro" e isto, segundo ele, teria sido a causa dos "ataques, provocações e perseguições pelos preconceituosos de sempre. Eles não aceitam que o Lula continue morando no coração do nosso povo". O presidente do PT não menciona nomes de quem estaria perseguindo o ex-presidente.
Os outros vídeos são intitulados: "O povo sabe vencer a crise", "O Brasil é maior que a crise", e "A hora é de reunir forças para fortalecer o Brasil", nos quais o partido prega que o país una esforços para superar a crise.
Em um dos vídeos, consta que "todo mundo tem o direito de defender suas ideias", porém, às vezes, é preciso "ser maior do que nós mesmos" e "conversar". Em outro, consta que "É isso que o Brasil está pedindo de todos nós: grandeza. Grandeza para vencer os desafios e ampliar as nossas conquistas. A hora não é de defender as bandeiras que nos separam. É de reunir forças para fortalecer o Brasil".
Em outra ocasião, o presidente do PT teria criticado o que ele classificou de “ataque odioso” à família do ex-presidente, diante das investigações, buscas e apreensões de documentos, com vistas à elucidação de fatos envolvendo o petista e os familiares dele.
O presidente do PT disse que “É preciso acabar com a ofensiva que se dirige ao governo, à presidenta, ao nosso partido e à nossa liderança maior que é o presidente Lula. Há uma campanha coordenada para nos fragilizar. […] E agora tem esse ataque odioso à família do presidente Lula e, simultaneamente ao companheiro Gilberto Carvalho”.
O PT precisa conscientizar-se de que as denúncias sobre casos de corrupção, com suspeitas de dilapidação do patrimônio dos brasileiros e da moralidade de homens públicos, com o envolvimento de quem quer que seja, resultam fatalmente em verdadeira "desunião" que dificultam a superação das crises, por representarem "ataques, provocações e perseguições" aos brasileiros, por serem incompatíveis com o padrão de civilidade ideal para o país, que vem tendo seu patrimônio posto à degeneração por meio de inescrupulosos sistemas endêmicos de corrupção, a exemplo do mensalão e petrolão, com seus tentáculos fincados no aparelhamento do governo, que não tem a sensatez de assumir a culpa pela destruição do país.
          O caso específico e em investigação da Petrobras dá a verdadeira dimensão da dilapidação patrimonial que envergonha os brasileiros, onde o governo e o PT, que se encontram no olho do furacão, como principais envolvidos no escândalo de corrupção, por serem responsáveis pela integridade patrimonial da estatal, apenas pousam como lídimas vítimas, em total demonstração de não ter nada a justificar aos brasileiros sobre a roubalheira estratosférica protagonizada por pessoas que integram o PT ou faz parte da sua confiança, em termos de espúrias alianças, a exemplo do PMDB e PP, em conluio com igualmente inescrupulosos e desavergonhados empreiteiros.
O presidente do PT tem o dever cívico de entender que grandeza, em se tratando de atividades políticas, diz respeito, em especial, aos princípios da dignidade, moralidade, legalidade e transparência, conquanto as denúncias de possíveis irregularidades precisem ser imediatas e devidamente investigadas, mesmo que possam abranger a pessoa tida por imaculada e endeusada do ex-presidente, que já se considerou ter a alma mais pura e honesta do país, mas que, à luz do princípio jurídico, não tem imunidade perante a igualdade de tratamento ínsita do ordenamento constitucional, não havendo, em hipótese alguma, qualquer sentido se insinuar a existência de ataques, insinuações e perseguições, quando os fatos trazidos à lume ensejam as indispensáveis apurações e os devidos esclarecimentos, com vistas à responsabilização, se for o caso, dos culpados, porque a impunidade é um dos piores cânceres da sociedade.
Não há dúvida de que passa de ridicularizante a reiteração das alegações de que o ex-presidente tenha feito, no seu governo, alguma melhoria em benefício dos brasileiros, como forma mágica a se justificar que ele não possa ser investigado, porque o que teria sido feito faz parte do seu dever de mandatário de país com gigantescas pencas de miseráveis, que precisam de ajuda financeira do Estado e todo governo mediano certamente teria feito a mesma coisa, fato que não o isenta, em absoluto, de responder por atos suspeitos de irregulares, cujos fatos, em princípio o envolvendo como principal beneficiário, precisam ser apurados em sintonia com o salutar conceito da absoluta transparência, sempre muito prestigiado nos países com o mínimo de civilidade e desenvolvimento democrático.
Os brasileiros precisam repudiar, com veemência, as declarações e os pronunciamentos de cunho extremamente demagógicos e destituídos de consistência, tendo como finalidade tão somente desviar os holofotes da imprensa e da opinião pública para o cerne das crises de moralidade e ilegalidade que dizem respeito às seríssimas denúncias de corrupção contra o principal homem público do PT, que se complica terrivelmente com o seu envolvimento no olho do furacão de investigações em curso pela Policia Federal e pelo Ministério Público, em face das acusações de ter se beneficiado de reformas realizadas em imóveis possivelmente vinculados a ele, embora não estejam registrados em seu nome, mas estariam eles sob seu usufruto, na atualidade ou no futuro. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 15 de fevereiro de 2016

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