terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Alarmante desaprovação


Desde o ano de 2003, início da era petista, os brasileiros jamais havia avaliado a situação do Brasil e concluído, em absoluta maioria, que o país se encontra na contramão da história, conquanto o recorde de 82% dos entrevistados entende que o país está no rumo errado, à vista de pesquisa inédita realizada pelo Ibope. Outros 14% acham que o Brasil segue a direção certa e 4% não souberam responder.
Mal comparando, mas é como se o país estivesse seguindo exatamente pelo acostamento da mão oposta, praticamente andando para trás, perdido e sem rumo.
Os jovens mostraram a maior contrariedade com o rumo nacional, com a representação de 88% dos entrevistados. Mesmo nos redutos governistas, no Nordeste e entre os mais pobres, também é muito alto o entendimento sobre o fora da curva do país, tendo registrado 77%.
Pela primeira vez, os brasileiros que leem e ouvem falar têm opinião coincidente sobre os rumos do país, representada por 82% versus 85%.
Já em julho de 2014, pequena maioria dos brasileiros, representada por 53%, entendia que o rumo da nação estava errado, mas isso não ajudou a mudar senão para pior o quadro de governança em rumo às precariedades, que se intensificaram de lá para cá, como mostram os indicadores econômicos.
Em abril de 2015, ainda no auge das manifestações de protestos de ruas, pelo impeachment da presidente do país, a opinião contra os rumos da nação chegou a 75% dos que não concordavam com a situação precária da governança dos brasileiros.
Os 14% de concordância com a péssima gestão do Brasil são quase insignificantes, em termos de sustentabilidade do governo, que não consegue contribuir com nada de substancial para mudar o perfil das deficiências que se intensificaram em todos os quadrantes da administração brasileira, que ainda foram potencializadas com a massacrante recessão econômica, com suas maléficas consequências aos objetivos idealizados de crescimento, que têm sido prejudicados e deixados para trás, ante a situação de horrores que não tem fim e cada vez mais vem contribuindo para agravar as condições de vida dos brasileiros, na forma de desemprego, inflação alta, custo de vida nas alturas, redução do crédito e do consumo, além da inexistência de investimentos público e privado.
Não tem como ter esperança com o país acéfalo, onde o desgoverno tem feito exatamente o contrário daquilo que devia, a exemplo da tentativa desesperada da recriação da CPMF, em que pese os brasileiros já serem onerados e sobrecarregados com exorbitante carga tributária, uma das maiores do mundo, pouco importando se o contribuinte já se encontra no nível bem acima do limite da sua capacidade contributiva.
O governo age como se não percebesse que a drástica redução da arrecadação é resultante do terrível custo Brasil, à vista da existência de políticas tributária, trabalhista e previdenciária altamente prejudiciais aos investimentos na produção, que não consegue se manter diante da inexistência de reformas capazes de equacionar os graves problemas do setor, que tem como consequência o alto índice de desemprego, altamente prejudicial aos interesses dos brasileiros.
          O mais grave de tudo isso é que só existe pacote para ajuste fiscal e econômico, apenas na tentativa alucinada e irresponsável de cobrir o rombo das contas públicas, no bojo do qual sobressai tão somente mais penalidade e sacrifício para os brasileiros, uma vez que nenhuma medida acena para o destravamento dos terríveis gargalos que impedem a retomada do crescimento socioeconômico.
A pesquisa extremamente pessimista quanto aos rumos impostos pelo desgoverno para o país, com a manifestação superior de oito pessoas em dez ouvidas, parece refletir um pouco sobre a realidade pela qual as precariedades imperam com muita desenvoltura na administração pública, que poderia até ser muito pior, porque pouquíssimos brasileiros são insensíveis à verdadeira tragédia que grassa no país governado sob o domínio da incapacidade, incompetência e ineficiência, em completa dissonância com a grandeza e as potencialidades do Brasil.
À toda evidência, o país não merece o rumo impingido pelo governo despreparado, perdido e composto por políticos pelegos, que têm por exclusivo objetivo a satisfação de seus interesses, por meio das benesses propiciadas pelo poder, consistentes na facilidade do tráfico de influência e no uso de cargos públicos, em clara demonstração de fidelização ao Palácio do Planalto, que emprega a máquina pública para a manutenção da excrescência do toma lá, dá cá, em ferimento aos saudáveis princípios da eficiência, competência, moralidade, legalidade e dignidade, que devem imperar na administração pública. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 02 de fevereiro de 2016

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