Desde o ano de 2003, início da era petista, os brasileiros jamais havia avaliado a
situação do Brasil e concluído, em absoluta maioria, que o país se encontra na
contramão da história, conquanto o recorde de 82% dos entrevistados entende que
o país está no rumo errado, à vista de pesquisa inédita realizada pelo Ibope. Outros
14% acham que o Brasil segue a direção certa e 4% não souberam responder.
Mal
comparando, mas é como se o país estivesse seguindo exatamente pelo acostamento
da mão oposta, praticamente andando para trás, perdido e sem rumo.
Os
jovens mostraram a maior contrariedade com o rumo nacional, com a representação
de 88% dos entrevistados. Mesmo nos redutos governistas, no Nordeste e entre os
mais pobres, também é muito alto o entendimento sobre o fora da curva do país,
tendo registrado 77%.
Pela
primeira vez, os brasileiros que leem e ouvem falar têm opinião coincidente sobre
os rumos do país, representada por 82% versus 85%.
Já
em julho de 2014, pequena maioria dos brasileiros, representada por 53%,
entendia que o rumo da nação estava errado, mas isso não ajudou a mudar senão
para pior o quadro de governança em rumo às precariedades, que se
intensificaram de lá para cá, como mostram os indicadores econômicos.
Em
abril de 2015, ainda no auge das manifestações de protestos de ruas, pelo
impeachment da presidente do país, a opinião contra os rumos da nação chegou a
75% dos que não concordavam com a situação precária da governança dos
brasileiros.
Os
14% de concordância com a péssima gestão do Brasil são quase insignificantes,
em termos de sustentabilidade do governo, que não consegue contribuir com nada
de substancial para mudar o perfil das deficiências que se intensificaram em
todos os quadrantes da administração brasileira, que ainda foram
potencializadas com a massacrante recessão econômica, com suas maléficas
consequências aos objetivos idealizados de crescimento, que têm sido
prejudicados e deixados para trás, ante a situação de horrores que não tem fim
e cada vez mais vem contribuindo para agravar as condições de vida dos
brasileiros, na forma de desemprego, inflação alta, custo de vida nas alturas,
redução do crédito e do consumo, além da inexistência de investimentos público
e privado.
Não
tem como ter esperança com o país acéfalo, onde o desgoverno tem feito
exatamente o contrário daquilo que devia, a exemplo da tentativa desesperada da
recriação da CPMF, em que pese os brasileiros já serem onerados e
sobrecarregados com exorbitante carga tributária, uma das maiores do mundo, pouco
importando se o contribuinte já se encontra no nível bem acima do limite da sua
capacidade contributiva.
O
governo age como se não percebesse que a drástica redução da arrecadação é
resultante do terrível custo Brasil, à vista da existência de políticas
tributária, trabalhista e previdenciária altamente prejudiciais aos
investimentos na produção, que não consegue se manter diante da inexistência de
reformas capazes de equacionar os graves problemas do setor, que tem como
consequência o alto índice de desemprego, altamente prejudicial aos interesses
dos brasileiros.
O
mais grave de tudo isso é que só existe pacote para ajuste fiscal e econômico,
apenas na tentativa alucinada e irresponsável de cobrir o rombo das contas
públicas, no bojo do qual sobressai tão somente mais penalidade e sacrifício
para os brasileiros, uma vez que nenhuma medida acena para o destravamento dos
terríveis gargalos que impedem a retomada do crescimento socioeconômico.
A
pesquisa extremamente pessimista quanto aos rumos impostos pelo desgoverno para
o país, com a manifestação superior de oito pessoas em dez ouvidas, parece
refletir um pouco sobre a realidade pela qual as precariedades imperam com
muita desenvoltura na administração pública, que poderia até ser muito pior,
porque pouquíssimos brasileiros são insensíveis à verdadeira tragédia que
grassa no país governado sob o domínio da incapacidade, incompetência e
ineficiência, em completa dissonância com a grandeza e as potencialidades do
Brasil.
À
toda evidência, o país não merece o rumo impingido pelo governo despreparado,
perdido e composto por políticos pelegos, que têm por exclusivo objetivo a
satisfação de seus interesses, por meio das benesses propiciadas pelo poder, consistentes
na facilidade do tráfico de influência e no uso de cargos públicos, em clara
demonstração de fidelização ao Palácio do Planalto, que emprega a máquina
pública para a manutenção da excrescência do toma lá, dá cá, em ferimento aos
saudáveis princípios da eficiência, competência, moralidade, legalidade e
dignidade, que devem imperar na administração pública. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 02 de fevereiro de 2016
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