O
Financial Times publicou matéria com
o seguinte título: “Os Brics morreram.
Vida longa aos Ticks’, sentenciando que as economias até recentemente
consideradas promissoras dos Brics, constituídos por Brasil, Rússia, Índia e
China, que estão sendo substituídos agora por quarteto de emergentes de alta
tecnologia eletrônica, representados por Taiwan, Índia, China e Coreia do Sul,
deixando a nítida impressão de que o país tupiniquim e a Rússia estão sendo
levados pela enxurrada da incompetência administrativa, que desagua na maior
crise econômica dos últimos tempos.
O que
assombra a administração do Brasil é o descomunal rombo das contas públicas,
que faz companhia ao desalentador crescimento das dívidas públicas, que contabilizam
a contribuição da elevadíssima taxa de juros, que tem sido fator preponderante
para impedir que o governo economize recursos para cuidar dos investimentos tão
importantes para o desenvolvimento do país.
É mais do
que urgente a necessidade de mudança nas estruturas do Estado, que não tem
condições de recuperação em curto prazo e médio prazos, mas a mediocridade do
governo somente enxerga o bolso dos contribuintes, que já estão saturados com o
sacrifício da pesadíssima carga tributária, conquanto o desesperado
administrador do erário vem defendendo tresloucadamente a recriação da
famigerada CPMF, como única alternativa para minimizar os rombos nas contas
públicas.
Lamentavelmente,
o governo não consegue esboçar qualquer iniciativa ou estudo que leve ao
racionamento das despesas públicas, principalmente com a reestruturação da
máquina pública e do seu funcionamento, como forma capaz de contribuir para
aperfeiçoar e modernizar o seu funcionamento, de modo a economizar e imprimir a
tão ansiada modernidade dos serviços públicos, que insistem em prestar serviços
da pior qualidade, em que pese a arrecadação do Estado ter o aprimoramento dos
países desenvolvidos, em contraposição à miserabilidade imperante no
atendimento às necessidades essenciais da população.
A
situação do Brasil é realmente periclitante, em razão das precariedades
predominantes nas estruturas do Estado, que está falido e precisa, com
urgência, de reformulação, mas o governo padece de terrível fragilidade de
credibilidade que não consegue aprovar nem mesmo as medidas indispensáveis à
subsistência do Estado, em que pese ele ter loteado entre a sua base de
sustentação, de forma espúria e inescrupulosa, à vista da exigência de fidelização
ao Palácio do Planalto, ministérios e empresas estatais, como forma de se
garantir no poder.
É evidente
que o governo conta com o beneplácito do Parlamento, que também tem enorme
dificuldade para enxergar os verdadeiros interesses dos brasileiros, que
simplesmente anseiam por urgentes mudanças, em especial na gestão da coisa
pública, ou seja, na administração do país, que já demonstrou fatal de
vitalidade e total incapacidade para reverter o quadro caótico, exaurido diante
do estado de prostração onde ele se encontra, diante da acefalia gerencial que
se tornou crônica e prejudicial aos interesses nacionais.
As
mudanças precisam ser processadas com base nos princípios republicano e
democrático, em benefício dos brasileiros, em busca do fortalecimento das
instituições e do governo, que precisam ser revigorados e revestidos de muita
credibilidade, como forma de haver credenciamento à realização das mudanças
indispensáveis à retomada do desenvolvimento social, político, econômico e
administrativo, porque, na atualidade, nada ou quase nada funciona direito e
com eficiência nesse país, o que se exige inovação abrangente na política e na
administração, a começar pelo governo pelos seus arraigados trastes métodos,
que são prejudiciais aos interesses nacionais.
Com
absoluta certeza, o país se encontra em dramática situação muito pior que o
resto do mundo, mas o governo petista, com seus aprendizes de feiticeiros ultrapassados
e vencidos, conseguiu piorar ainda mais a situação, em grau inestimável, que é refletido
na desastrosa recessão da economia, que tem forte reflexo no desemprego, na
desindustrialização, na inflação alta, na taxa de juros elevadíssima, no
crescimento incontrolável das dívidas públicas, na redução da arrecadação, na
inexistência de investimentos em obras públicas, entre inumeráveis
precariedades que estão contribuindo para a superretração da economia e do
desenvolvimento, com graves consequências para as condições de vida dos
brasileiros.
Quando
o governo viu que tinha conseguido quebrar o país e resolveu criar pacotes
contendo ajustes nas áreas fiscal e econômica, para, pelo menos, estancar um
pouquinho a sangria do rombo nas contas públicas por ele provocado, prometeu
contribuir, pasmem, com ridículos R$ 200 milhões, enquanto a cruel e impiedosa
trombada no bolso dos contribuintes ascendia, somente com a abominável CPMF, à
cifra de R$ 32 bilhões.
Acontece
que o governo até poderia ter feito a parte dele logo após ao anúncio das
medidas de contenção de gastos, mas a sua obrigação não atingiu sequer 10% do
planejado, em demonstração do quanto ele não tem o mínimo de consciência
cívica, responsabilidade e muito menos compromisso em contribuir para
solucionar as graves dificuldades econômicas, em especial quanto à premência de
reformulação das estruturas do Estado, que estão contribuindo para travar a
retomada do crescimento econômico.
Veja-se
que somente a reformulação do custo Brasil já seria enorme contribuição para a
volta dos investimentos na produção, tendo como principais benefícios o emprego
e a competitividade dos produtos nacionais.
Ou
seja, ao invés de o governo ficar criando pacotes, mexendo em matérias fiscal e
econômica, para penalizar ainda mais os trabalhadores, no caso os contribuintes
com a recriação da famigerada CPMF, já bastante sacrificados com o ônus da
pesada carga tributária, deveria primeiramente pensar na recuperação das
empresas, das indústrias, que estão em processo falimentar, justamente por causa
dos elevados custos tributário, previdenciário e trabalhista, juros
elevadíssimos, entre outros componentes que tornam insuportáveis os sacrifícios
para se manter em funcionamento as indústrias já sucateadas e sacrificadas com
a impossibilidade de competitividade com a eficiente produção estrangeira.
Enquanto
a mentalidade do governo não resolver mudar as estruturas arcaicas e
ultrapassadas da administração e das demais estruturas do país, que não
oferecem a menor condição de competitividade, por padecer com a prevalência de
padrões gerenciais há muito tempo desprezados pelos países civilizados e
cônscios sobre a necessidade do acompanhamento da evolução da humanidade, que
cresceram com o aproveitamento dos avanços científico e tecnológico, o Brasil
continuará no limbo do terrível subdesenvolvimento social, político, econômico,
administrativo e democrático, tendo dificuldades para recuperar os prejuízos já
contabilizados pela incompetência, inércia e ineficiência administrativas. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 25 de fevereiro de 2016
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