segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

O fundo do poço


Na Venezuela, há muitas dúvidas sobre o que sucumbirá, em primeiro lugar, ao completo colapso, se o governo destruidor da nação ou a economia que cada vez mais dá sinal de extrema agonia em direção à quebradeira generalizada.
O certo é que ambas as terríveis e trágicas situações são complementares e andam lado a lado, dando a entender que elas já estão nos estertores, tendo em vista que o desempenho do governo é sofrível e desastroso, conforme já atestado por nada menos que o Fundo Monetário Internacional, que fez seu desolador diagnóstico sobre a economia daquele país, tendo afirmado que, num ano, haverá recuo de 10% da economia, além da explosão da inflação, que poderá atingir 720% a.a., fatos que constituem alarmantes notícias para os mercados financeiros, diante da possibilidade do emprego da moratória pelo país que está à beira da falência.
O primeiro passo para a quebradeira daquele país teve início com mentor do bolivarianismo, que abriu os cofres para a gastança descontrolada e irresponsável, a começar pela fixação do preço da gasolina em US$ 0,02 e distribuição de moradias gratuitas, com o anúncio de governo populista e interessado exclusivamente na perenidade no poder, como forma de consolidação do famigerado socialismo, começando na obtenção da confiança da população para aderir aos seus propósitos de absoluta dominação da classe carente e de fácil sedução.
Os passos seguintes vieram com a terrível queda dos preços do petróleo, que contribuiu para agravar a situação financeira do país, que havia assumido muitos compromissos, obrigando-se a gastar além da arrecadação, pois a produção do petróleo bruto foi reduzida, tendo por consequência da má administração a obrigatoriedade da impressão de dinheiro além das reservas econômicas do Estado, que foram respaldadas de forma negativa com o atual preço baixíssimo do petróleo.
O mais preocupante para aquele país é que o seu presidente editou norma estabelecendo que a Assembleia Nacional, controlada pela oposição, não possa demitir o atual presidente do Banco Central, escolhido a dedo pelo tirano, por defender seus pensamentos econômicos, como o de, pasmem, nem acreditar que a inflação exista naquele país, além de exercer o cargo como verdadeiro czar da economia bolivariana fragilizada, que, teimosamente, continuará imprimindo dinheiro, em que pese o país não ter lastro econômico para tanto, ante o visível pífio desempenho da economia.
Na conclusão das análises, pode-se afirmar, com absoluta convicção, que o culpado por tudo de trágico que vem acontecendo na Venezuela é o povo daquele país, que teve a ingenuidade de dar total guarida e absoluto apoio ao mentor tirano do bolivarianismo para assumir o poder, deixando-se enganar por modelo populista de enganadoras e generosas benesses que, mais cedo ou mais tarde, cobra seu preço inevitavelmente altíssimo, por meio da terrível situação que se encontra aquela nação, totalmente destroçada econômica, política, social, ética, moral, democraticamente e tudo o mais que digam respeito aos princípios civilizatórios e humanitários.
          Nada se pode esperar de governo que, em harmonia com o troglodita regime socialista, controla tudo com mão de ferro, inclusive e principalmente a economia, que foi golpeada com o maldito e inconsequente controle de preços, fazendo com que o desabastecimento fosse generalizado e traumático, abrangendo desde gêneros de primeira necessidade até medicamentos, tendo como  grave consequência o terrível sofrimento da população, que tem passado seu tempo à procura de produtos nos supermercados, sempre insuficientes para satisfazer às necessidades da população.
Além da falta de produtos básicos, a população é penalizada com a galopante inflação, que, segundo o Fundo Monetário Internacional, pode ultrapassa, este ano, os 700%, mostrando que o governo perdeu o controle, por completo, da situação, a ponto de caracterizar o colapso tanto dele como da economia.
Em que pese o indiscutível infortúnio dos venezuelanos, o quadro de debacle instalado naquele país é altamente importante para os brasileiros, porque a caracterização do colapso serve de modelo para reflexão sobre o gigantesco malefício do sistema socialista/comunista implantado naquele país, sob às feições do bolivarianismo, onde inexistem respeito aos direitos humanos e aos princípios econômico, constitucional e democrático, mas, mesmo assim, ele tem a simpatia do governo tupiniquim e de seu partido, que estão sempre ao do governo ditatorial bolivariano e prestam incondicional apoio às medidas adotadas por ele, apesar da situação de calamidade humanitária.
          Convém que os brasileiros se despertem para a tragédia que abateu a Venezuela, em razão das desastradas políticas socialistas ali implantadas, que resultaram nos piores indicadores socioeconômicos, com extremos prejuízos para os interesses da população, justamente pela completa degeneração das estruturas do Estado, com destaque para o desabastecimento generalizado de produtos de primeira necessidade e o desprezo aos direitos humanos e princípios democráticos, fazendo com que o país esteja totalmente atolado em gigantescas dificuldades, que impedem a retomada do rumo do desenvolvimento social, ético, moral, político, econômico e democrático. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 15 de fevereiro de 2016

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