sábado, 10 de outubro de 2020

A primazia dos brasileiros

 

Circula, nas redes sociais, post que mostra a solenidade de inauguração do Porto e Mariel, em Cuba, onde a então presidente da República brasileira discursa na ocasião, tendo dito, verbis: “É com grande alegria que venho a Cuba, pela segunda vez como presidenta do Brasil, lançar profundos (...) nossos países. O Brasil orgulha-se por associar-se neste que é o primeiro porto terminal de container do Caribe. Nós financiamos, por meio do BNDES, nesta primeira etapa, 802 milhões de dólares, em bens e serviços. Na segunda etapa, vamos financiar 290 milhões de dólares, para a implantação da zona especial do desenvolvimento de Mariel, que se tornou peça-chave na promoção do desenvolvimento econômico cubano. Muito obrigado a todos.”.     

À toda evidência, esse porto construído em Cuba, com recursos dos ingênuos brasileiros, é uma obra da menor ou nenhuma significância para os interesses dos brasileiros, exatamente porque aquela nação representa infimamente as relações comerciais com o Brasil, justamente por importar muito pouco e exportar poucos produtos, em razão das suas limitações econômicas e ainda por se produzir quase nada naquela ilha, salvo alguns produtos como o charuto, que é a sua especialização, mas nada a justificar empreendimento com tamanha envergadura, em termos de investimentos de bilhões de reais concedidos pelo Brasil, essencialmente a fundo perdido.

Isso só demonstra a insignificante estratégia dos governos brasileiros da época, de extrema falta de inteligente gerencial, porque, enquanto se patrocinava a construção de importante porto em país onde não tem absolutamente nada para carregar sequer navio de pequeno porte, os portos brasileiros continuavam padecendo do sucateamento, da inoperância e da falta de moderna infraestrutura necessária ao escoamento da exuberante produção brasileira, que se acumulava e se acumula nos estaleiros, quando eles conseguiam chegar lá, diante da precariedade das estradas, uma vez que o transporte das cargas é feito por caminhões, quando, nos países com um pouco de evolução, os produtos são transportados por trem, em notável eficiência e extraordinária redução de custos.

É bem possível que os brasileiros que amam de verdade a pátria se envergonham de ter tido governos sem o menor sentimento de brasilidade e amor às causas nacionais, à vista de a mandatária tupiniquim ter prazer de participar da inauguração, em país ditatorial, de forte regime comunista, de porto sem a menor finalidade, tanto para aquele país como para o Brasil, que certamente se tornará verdadeiro elefante branco, por não ter a menor utilidade à altura das suas estruturas avantajadas para país que não produz absolutamente nada a justificar extraordinário investimento.

Enquanto isso, no Brasil, os portos deixam de produzir mais, em termos de exportação e importação, justamente por falta de investimentos em aperfeiçoamento e modernização de suas estruturas, que certamente contribuiriam também de maneira expressiva para o aumento da produção de bens e serviços, em especial com a oportunidade de mais empregos.

Essa é mais uma triste lição deixada pelos governos esquerdistas que se empenharam em financiar obras no exterior, com recursos dos brasileiros, quando o país se ressente da realização das mesmas obras, que objetivavam à suplência de obras necessárias à satisfação do bem-comum do povo, além da criação de empregos e arrecadação de tributos.

Trata-se de importantes obras que teriam expressivos e substanciais resultados sociais, por todos os motivos que aconselhariam que os financiamentos fossem para a realização de obras exclusivamente no Brasil, ante a destinação institucional do BNDES, que tem por finalidade estatutária o fomento do desenvolvimento nacional, ou seja, do país, não constando que ele, estatutariamente pudesse financiar obras no exterior, o que constitui claro crime de lesa-pátria, ao destinar recursos dos brasileiros para a construção de obras em outros países.

Em princípio, as entradas e saídas de dinheiro para ou do Brasil, por motivo de empréstimo ou financiamento, precisam do aval do Congresso Nacional, sob a apresentação de justificativas plausíveis que possam comprovar o amparo da medida autorizada pelo governo brasileiro, em razão de ele ser obrigado a priorizar, necessariamente, os interesses dos brasileiros, mas, por incrível que possa parecer, nas gestões da esquerda brasileira nenhuma formalidade foi observada para se mandar bilhões de reais para obras suntuosas no exterior, em especial em países comandados por ditadores que desrespeitam os direitos humanos e os princípios democráticos.

Ou seja, os governos socialistas brasileiros mandavam dinheiro do contribuinte, normalmente a fundo perdido, i.e., sem retorno ao Brasil, para países comandados por ditadores, de maneira visivelmente irregular e irresponsável, diante das gritantes necessidades de nosso povo, e ninguém foi responsabilidade por nada e os defensores e idólatras desses gestores públicos consideram normais tais operações revestidas de múltiplos desvios de finalidade, em especial daquela que diz que o interesse dos brasileiros sempre tem primazia, em quaisquer circunstâncias.

Ou seja, talvez até seja possível o Brasil puder financiar obras suntuosas no exterior e ainda em países socialistas, mas muito remotamente quando não mais precisar da realização de obras para a serventia dos brasileiros, em termos de hospitais, metrôs, portos, estradas, infraestrutura e tudo o mais de importância que fosse possível se preocupar com as necessidades dos demais países, não somente os de regime socialista, como os eleitos pelos governos de então, de maneira completamente injustificável.

É importante que esses fatos degradantes e prejudiciais aos interesses nacionais sejam resgatados e mostrados para a sociedade, em especial aqueles para os brasileiros que ficam elogiando a atuação dos governos esquerdistas tupiniquins que não demonstraram não ter, nesse particular, o devido zelo para com o dinheiro do povo, diante da evidência do desperdiço, por meio de financiamentos destinados à execução de obras absolutamente injustificáveis, em claríssima demonstração do desvio da finalidade de recursos públicos, porquanto eles jamais poderiam ter saído do país tão carente das obras realizadas no exterior.     

É preciso que os brasileiros que não concordem com essa estranha, irregular, injustificável e inadmissível forma de financiamento de obras em países estrangeiros, com o emprego de dinheiro dos contribuintes, mostrem seu repúdio, de maneira veemente, se manifestando e exigindo claramente que somente sejam permitidos financiamentos de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social para a realização de obras exclusivamente no território nacional, para o beneficiamento dos brasileiros, como forma prioritária de satisfação do interesse da sociedade.

           Brasília, em 10 de outubro de 2020 

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