A candidata da oposição ao cargo de prefeita de
Uiraúna, Paraíba, vem apresentando, por meio de vídeos, nas redes sociais, seus
projetos referentes às obras e aos serviços que pretende implementar na cidade,
caso seja vitoriosa.
Com a denominação da ”Praça dos Mototaxistas”, ela
disse que pretende “construir dois grandes quiosques no coração da cidade.
Com cobertura, arborização, iluminação e uma estrutura sustentável, a praça
será o ponto central de apoio aos nossos mototaxistas e espaço de encontro para
toda a população. A praça possuirá área para alimentação, banheiros públicos e
sinalização para otimizarmos o trânsito.”,
A referida praça, que como projeto importante, será
construída à frente do Monumento aos Pássaros, segundo exposição mostrada por
maquetes, sob a alegação de se tratar de “obra que incentivaremos os
trabalhadores da nossa terra, o desenvolvimento do comércio e a geração de
emprego e renda. É valorização do patrimônio público! É geração de emprego e
renda! É progresso! É mudança! É vitória!”.
Com
base nessa propaganda eleitoral, eu escrevi, como comentário, que não moro em
Uiraúna e muito menos voto lá, mas me orgulho de ter nascido nessa querida
cidade.
Por
esse motivo, penso que tenho direito de opinar sobre e inclusive o
embelezamento da cidade.
Se
bem entendi, a prezada candidata ao cargo de prefeita da cidade, a amiga
Leninha Romão, apresentou projeto de fixação de ponto de mototaxistas no local
à frente da Catedral dos Pássaros, com construção de lanchonetes e colocação de
banheiros químicos (acho esses banheiros antiestéticos, no centro da cidade, de
maneira permanente. É preferível algo de alvenaria, por ser elegante e
higiênico) etc.
Se
realmente for da maneira que entendi, peço a máxima vênia para dizer que a
beleza do monumento aos pássaros, que é a principal obra de arte da cidade,
poderá perder o encanto, diante das obras projetadas para a sua proximidade.
Com
todo respeito à importantíssima ideia, mas eu imaginaria que seja projetado
para aquele local outro tipo de embelezamento compatível com a importância
daquele monumento, para lhe dar vida e melhor visibilidade, ou seja, a realização
de obras de arte que possam harmonizarem-se com o monumento e torná-lo mais
vistoso e imponente.
Do
meu ponto de vista, com todo respeito à importante ideia, a belíssima obra de
arte perderá, certamente, o seu encanto e será, de certa forma, desvalorizada,
deixando de ter a sua presença marcante, caso as obras cogitadas venham a ser
implementadas, a depender ainda, evidentemente, da vitória da ilustre
candidata.
Faço
veemente apelo à ilustre candidata Leninha que, se possível, estude o
remanejamento desse projeto para outro local especial, de modo que aquele local
seja preservado e somente mereça obras de embelezamento que valorize ainda a mais
importante e bela expressão artística da cidade, que é símbolo de um povo.
Apresento
minhas escusas por minha interferência onde não sou chamado, mas confesso que
me sinto aliviado em dizer o que sinto e teria que ser exatamente agora, como
forma, segundo penso, de contribuição ao processo democrático, já que estamos
em pleno processo da campanha eleitoral.
Uma respeitável conterrânea se manifestou, por
meio de mensagem, declarando os seguintes termos, com relação ao meu texto: “Caro
amigo respeito o seu comentário. Mas o povo dessa Cidade é quem precisa de nome
não os pássaros... A cidade precisa recuperar sua vida seus sonhos...
Reconstruir uma nova história. Temos que recuperar valores humanos sim, os
mototaxistas merecem serem bem visto sim, não monumento. Acho feio esse
monumento. Essa parede tomou a visão de mts coisas. Era pra ser fora da cidade.
Horrível...”.
Em
resposta, eu afirmei que tinha ficado feliz em saber a opinião sincera dela
sobre assunto que considero da maior importância, em termos artístico-culturais
da cidade, em se tratando de obra que muitas pessoas entendem ser expressiva
para o sentimento de um povo, à vista de o Monumento aos Pássaros simbolizar a
origem da cidade.
É
evidente que o povo da cidade precisa realmente se posicionar sobre o que ele significa
quanto ao seu valor simbólico perante os seus interesses essencialmente culturais.
Já
que o monumento em apreço existe, bom ou ruim para a estética da cidade de
Uiraúna, parece que seja possível se respeitar também a opinião daqueles que sabem
verdadeiramente valorizar as obras de arte, de modo que se possa preservar a
única construção realmente considerada de expressão artístico-cultural da
cidade.
É
normal que a senhora se posicione com a concepção divergente de quem gosta da
obra em causa, mas parece importante se lembrar sobre a necessidade do respeito
àqueles que pensam no sentido contrário, tendo em vista exatamente o significado
dos princípios democráticos, onde, de forma civilizada e evoluída, sempre
prevalece a opinião da maioria, evidentemente levando-se em conta o sentimento da
minoria.
Enfim,
acredita-se que, em caso de divergência, se é que venha a acontecer, porque só
conheço a minha modesta opinião, pela preservação da livre visão da catedral
dos pássaros, é possível se encontrar o ponto ideal da convergência, por meio
da tolerância e da boa vontade, que o interesse dos mototaxistas seja
satisfatoriamente atendido, sem necessidade de prejudicar a mais importante
obra de arte da cidade.
Sob a minha modesta avaliação, a Catedral dos
Pássaros precisa ser valorizada por todos, mesmo por quem não goste dela, uma
vez que, queira ou não, trata-se obra artística da maior expressão idealizada e
concebida por dois geniais filhos de Uiraúna, de expressão nacional, Ciro Fernandes
e Eudim de Amâncio, que se dedicaram com muito amor para a sua construção e que
não seja somente por isso, mas por tudo que eles representam para a cidade, o
caso merece todo sacrifício de tolerância e compreensão para que esse importante
legado perpetue no tempo como algo da maior expressão cultural para os filhos
de Uiraúna.
Enfim,
em síntese, espero piamente que o povo de Uiraúna decida, de forma inteligente
e soberana, o que realmente seja o melhor para os seus interesses, de modo a
satisfazer plenamente às suas necessidades e ao seu bem comum,
independentemente da exigência de estética, arte ou do que mais for nesse sentido,
porque o mais importante mesmo é a objetivação do seu desenvolvimento socioeconômico,
que precisa ser perseguido por todos meios e formas e, se possível, permanentemente,
obviamente com embargo de outras ideias como a que apresentei, que apenas podem
satisfazer o sentido de beleza, sem acrescentar absolutamente nada mais.
Brasília,
em 11 de outubro de 2020
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