sexta-feira, 16 de outubro de 2020

O quase professor

Diante da crônica que escrevi alusiva às comemorações do Dia do Professor, a respeitável professora Socorro Fernandes redigiu mensagem de carinho à minha pessoa, tendo dito o seguinte: “Que maravilha amigo Antonio Adalmir! Vc é uma fonte inesgotável de belas palavras e textos esplêndidos! que mais uma vez nos impressiona com suas expressivas atribuições! Desta , feita, à homenagem à classe trabalhadora em EDUCAÇÃO! O magistério! por excelência! Exercido nesse Nosso País! tão pouco reconhecido! Porém, a nobreza da missão fortalece à força e à coragem de cada professor... que no compromisso da sua missão e no cumprimento dos seus deveres se doa da forma mais humanitária! Por que lida cotidianamente com a formação dos futuros cidadãos! crianças e jovens preparados, responsáveis, dignos e capazes de conduzir futuras gerações... Parabéns sábio literário! Suas palavras nos enriquecem de grandes conhecimentos e aprendizados! Obrigada! ORGULHOSAMENTE PROFESSORA! SEMPRE! Grande abraço.”.

Em resposta à generosa mensagem, eu disse à querida professora Socorro Fernandes que é pena que eu não consiga me expressar, em palavras, na mesma intensidade que sinto com relação à estima ao professor e, de certa forma, isso parece ser muito bom que assim seja, porque certamente as demais profissões iriam cair de pau, no bom sentido, em cima de mim.

Vou confessar agora uma pontinha de frustração que guardo comigo, como todo mundo sente algo parecido na vida.

Meu sonho era ser professor universitário e, para tanto, até me preparei da melhor maneira possível para o mister, a ponto de duas matérias, no curso superior, somente eu conseguir levar os problemas resolvidos para a aula e o professor, de uma delas, já apontava o dedo para a minha direção e eu me dirigia ao quadro, para mostrar como era possível se "virar nos trinta", ou seja, destrinchar o imbróglio.

O Resultado dessa história é que o mencionado professor queria que eu continuasse dando aula, depois de formado e até que ainda dei algumas aulas como profissional, mas por tempo mínimo, sem nem esquentar a cadeira de professor.

Houve dois importantes empecilhos para a minha desistência de me tornar talvez o pior professor de Brasília, quais sejam, eu exercia importante cargo em comissão no trabalho, já ganhando o suficiente para custear as despesas mensais, e o salário de professor universitário era irrisório, naquela época, no meado da década de setenta, não compensando o hercúleo sacrifício que eu precisaria fazer para conciliar as duas importantíssimas atividades, mesmo eu tendo absoluta certeza de que ser professor era a profissão dos meus sonhos, pelo tanto que eu a admirava e ainda a venero.

Acho que a minha missão, como patriota, foi cumprida a contento e de maneira satisfatória, mesmo não ministrando aula na sala, mas tenho certeza de que ela foi muito bem executada no controle do dinheiro público, que foi o que fiz com muita dedicação, por mais de trinta e anos.

          Muito obrigado, estimada professora Socorro Fernandes, pelo carinho sincero ao meu trabalho literário.

            Brasília, em 16 de outubro de 2020


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