segunda-feira, 19 de julho de 2021

Apelo à consciência democrática!

 

Li com muita atenção texto da lavra de importante religioso e militante socialista brasileiro, que saiu em defesa do governo ditatorial cubano, depois dos protestos recentes promovidos por cubanos contra a falta de liberdade, alimentos e remédios, onde ele mostra todo o seu sentimento de amor às belezas (consideradas por ele) existentes naquele país, dando a entender que em Cuba se encontra o modelo da vida do homem.

Transcrevo, a seguir, alguns trechos da mensagem do religioso, para a confirmação da assertiva acima.

Poucos ignoram minha solidariedade à Revolução Cubana. Há 40 anos visito com frequência a Ilha, em função de compromissos de trabalho e convites a eventos...”. 

Conheço em detalhes o cotidiano cubano, inclusive as dificuldades enfrentadas pela população, os questionamentos à Revolução, as críticas de intelectuais e artistas do país...”. 

“Quando dizem a mim, um brasileiro, que em Cuba não há democracia, desço da abstração das palavras à realidade. Quantas fotos ou notícias foram ou são vistos sobre cubanos na miséria, mendigos espalhados nas calçadas, crianças abandonadas nas ruas, famílias debaixo de viadutos? Algo semelhante à cracolândia, às milícias, às longas filas de enfermos aguardando anos para serem atendidos num hospital?”. 

Advirto os amigos: se você é rico no Brasil e for viver em Cuba conhecerá o inferno. Ficará impossibilitado de trocar de carro todo ano, comprar roupas de grife, viajar com frequência para férias no exterior. E, sobretudo, não poderá explorar o trabalho alheio, manter seus empregados na ignorância, “orgulhar-se” da Maria, sua cozinheira há 20 anos, e a quem você nega acesso à casa própria, à escolaridade e ao plano de saúde.”.  

“Se você é classe média, prepare-se para conhecer o purgatório. Embora Cuba já não seja uma sociedade estatizada, a burocracia perdura, há que ter paciência nas filas dos mercados, muitos produtos disponíveis neste mês podem não ser encontrados no próximo devido às inconstâncias das importações.”.

Se você, porém, é assalariado, pobre, sem-teto ou sem-terra, prepare-se para conhecer o paraíso. A Revolução assegurará seus três direitos humanos fundamentais: alimentação, saúde e educação, além de moradia e trabalho. Pode ser que você tenha muito apetite por não comer o que gosta, mas jamais terá fome. Sua família terá escolaridade e assistência de saúde, incluindo cirurgias complexas, totalmente gratuitas, como dever do Estado e direito do cidadão.”.  

No final do artigo, o religioso transcreve texto referente a discurso do presidente-ditador cubano, onde ele acusa os Estados Unidos da América de sacrificar os cubanos com a manutenção dos embargos econômicos, o que até pode ser verdade, mas isso não faz a menor diferença, em termos de decisão de Estado soberano, em que, no caso, os EUA os adotarem em atendimento às suas conveniências de não aceitarem plenas relações diplomáticas com país que maltrata a sua população, em razão de negar-lhe o usufruto dos direitos humanos e isso é motivo gerador de conscientização sobre a defesa de foro íntimo de cada nação, em se tratando de  princípios que condizem com as suas  autonomia e a independência.

Vejam-se, a título de exemplo, que a própria Cuba se acha com a plena autonomia do direito de instituir e manter terrível, cruel, desgraçada e desumana ditadura contra o seu povo, que é fato que diz respeito exclusivamente aos interesses dela, que precisam assim ser entendidos e respeitados como a sua legitimidade de agir como bem quiser, mesmo que seja, de forma trágica, notório abuso da sua autoridade para impedir a dignidade da sua população, quanto às plenas liberdades individuais,

Com esse mesmo intuito de defesa interna corporis, o é o legitimo direito das demais nações, como é o caso dos EUA, de não concordarem com tamanha crueldade e desumanidade notoriamente existente em Cuba, inclusive aplicando as sanções da sua conveniência, para dizer claramente que tudo pode voltar ao normal quando os direitos humanos forem respeitados em Cuba, que é algo que jamais será possível, diante da mentalidade monstruosa dos revolucionários cubanos.

Fora de dúvida, o texto do religioso tem a pureza do seu sentimento humano de amor ao povo cubano, onde ele faz questão de enxergar e descrever a alma e a beleza intrínsecas da pobreza que impera como essência da revolução cubana, que se mantém fiel aos seus princípios comunistas de igualdade social, que somente dissemina brutal desumanidade.

Aplauda-se a atitude do nobre estudioso acerca desse povo, como ele se proclama por seu persistente trabalho missionário, que certamente poderia ser muito proveito se ele o fizesse aqui mesmo junto à pobreza brasileira, também muito carente.

A defesa que o religioso faz do povo cubano é impressionante, no sentido de mostrar que a população é privilegiada em merecer os melhores cuidados dos dirigentes da revolução, por meio da prestação dos serviços básicos, como educação, saúde e segurança, entre outros cuidados que são prestados de forma igualitária a todos, de modo a justificar o verdadeiro sentido da cruenta e desumana ditadura totalitária que perdura há mais de sessenta anos, naquela ilha.

O religioso elogia a democracia de Cuba, tendo por base que no país não se vê fotos ou notícias versando sobre “miséria, mendigos espalhados nas calçadas, crianças abandonadas nas ruas, famílias debaixo de viadutos? Algo semelhante à cracolândia, às milícias, às longas filas de enfermos aguardando anos para serem atendidos num hospital?”, como querendo justificar o regime comunista de ser, que é o retrato fiel da degeneração humana, à vista dos fatos que mostram a decadência generalizada das estruturas do Estado e da população, que se mostram em completas condições de farrapos, implorando por ajudas financeiras, como nesse caso dos embargos norte-americanos.

O religioso faz advertência, com bastante propriedade, sobre o verdadeiro inferno que é realmente o país chamado Cuba, onde as pessoas são completamente impedidas de viver com a dignidade própria do ser humano de puder usufruir do melhor dos instrumentos propiciados pelas conquistas do próprio homem, porque em Cuba o ser humano, pasmem, “Ficará impossibilitado de trocar de carro todo ano, comprar roupas de grife, viajar com frequência para férias no exterior. E, sobretudo, não poderá explorar o trabalho alheio, manter seus empregados na ignorância, ‘orgulhar-se’ da Maria, sua cozinheira há 20 anos, e a quem você nega acesso à casa própria, à escolaridade e ao plano de saúde.”.

É preciso se reconhecer que as proibições impostas em Cuba decorrem da monstruosidade dos ditadores, sendo que, para estes, inexistem tais proibições (o presidente apareceu em encontro com apoiadores vestindo roupa de grife), e não tem nada a ver com a vontade da população, de quem foram retirados também para o Estado o seu patrimônio, o que vale dizer que, mesmo que pudesse usufruir das maravilhas materiais, não teria condições, por não possuir nada, em termos de bens e valores.

Ao se referir ao purgatório em Cuba – “prepare-se para conhecer o purgatório” -, o religioso foi muito autêntico com afirmação feliz, ao dizer sobre as dificuldades de se encontrar produtos para se comprar no país, incluídos alimentos, porque lá não se produz absolutamente nada, o que é uma das trágicas características de país socialista, porque tudo fica sob os cuidados do Estado e este é absolutamente incompetente e, por isso, nada é realmente produzido no país, exatamente porque essa deficiência é da própria essência da administração do Estado, que obriga que tudo para a subsistência da população seja conseguido por meio das importações, que precisam de recursos e estes são escassos, em razão exatamente de nada produzir e também não ter de onde tirar.

Causa assombroso espanto (desculpem o pleonasmo), o religioso afirmar que Cuba é paraíso - “Se você, porém, é assalariado, pobre, sem-teto ou sem-terra, prepare-se para conhecer o paraíso.” -, para classificar os benefícios concedidos pela revolução aos pobres, em termos, pasmem, de “três direitos humanos fundamentais: alimentação, saúde e educação, além de moradia e trabalho.”, quando um dos motivos dos últimos protestos centrava exatamente na falta de alimentos, que são distribuídos à população sob rigoroso racionamento, por meio  de cadernetas, quanto mais agora que a crise econômica bateu no teto do orçamento estatal.

O religioso, como especialista em sentimentos humanos e principalmente acerca da vida dos cubanos, poderia também falar sobre as questões relacionadas com os direitos humanos e as liberdades individuais naquele país, que ele sequer tangenciou no seu texto, porque são sentimentos humanos da maior importância e têm muitíssimo a ver com o seu trabalho pastoral.

Não se pode ignorar que o ser humano pode ter tudo do bom e do melhor lá na ilha, como o religioso assegura que nada falta para os cubanos, em termos de alimentação, educação e saúde, mas a vida somente se completa, fazendo o devido sentido de ser, se as pessoas também puderem pensar, criar, se expressar, se manifestar, dizerem o que bem tem vontade, possuírem seus valores, seus bens, sua propriedade, puderem sair do país, enfim, serem donas da sua individualidade e viverem com dignidade, sendo donas do seu livre arbítrio, que são elementos da essencialidade inerente ao homem.

Enfim, que sentido faz o homem viver sob a eterna vigilância sobre a sua pessoa, que só dispõe da liberdade para respirar?

Infelizmente, essa forma de degradação humana impingida à população cubana o religioso parece que fica com enorme cerimônia para comentar nos seus textos em defesa de Cuba, porque a ele, que conhece como ninguém a alma e o sentimento do ser humano, em especial os dos cubanos, competiria a ele abordar, com bastante propriedade, para mostrar a dureza, a amargura e o sofrimento de se viver em verdadeiro inferno, preso em regime que é por ele considerado paraíso, mas nele não se dispõe de algo essencial, que é a mínima liberdade de cidadania.

O apelo que se faz ao religioso é no sentido de que ele explique melhor, sob a visão essencialmente do cristianismo, por qual motivo ele considera verdadeira beleza de vida em Cuba, à vista de defender com veemência as maravilhas da vida em pobreza dos cubanos, quando a eles são negados uma das essências da vida, que diz com os encantos da felicidade e da dignidade do homem, que se relacionam com os direitos às liberdades individuais.

À toda evidência, sem as liberdades individuais, totalmente inexistentes em Cuba, o homem se torna sem essência, sem vida plena, constituindo apenas instrumento sem a menor importância, que serve apenas de massa de manobra da tirania, que se satisfaz com a fragilização, em todos os sentidos, dos poderosos recursos que poderiam ser aproveitados da inteligência e da intelectualidade do seu povo.

Sob esse aspecto, os cubanos são mantidos à marginalidade da vida, sendo assistidos às custas e conta do Estado falido, por se encontrar na miséria econômica juntamente com o seu povo, em pleno estado de eterno subdesenvolvimento e de pobreza, sob o entendimento da intransigente importância de ainda se assegurar os princípios instituídos por vergonhosa e injustificável revolução desumana e cruel que fuzilou milhares de cubanos que se opuseram ao regime comunista.

A verdade é que os seus reais resultados são exatamente o que os fatos mostram: uma Cuba extremamente envelhecida, empobrecida, ultrapassada, atrasada e literalmente decadente e falida, com o seu povo vivendo, de forma igualitária, em plena angústia no império da desgraça, da miséria e da pobreza generalizadas, sem a menor perspectiva de reversão desse quadro de degeneração, porque o domínio da ditadura resiste à realidade ao mundo que evoluiu e se modernizou, justamente em benefício da humanidade.

Essa análise feita pelo religioso acaba na maior esparrela de inverdades, porque não é somente o rico no Brasil que conhecerá o inferno se for viver em Cuba, tendo em conta que quem já vive lá e todos que forem viver nesse “paraíso” inevitavelmente não conseguirá escapar do fogo do inferno protagonizado pela ditadura demoníaca.

Do mesmo modo há de acontecer com as brasas ardentes do purgatório não somente para a classe média, mas também para quem mais viver em Cuba, pelos mesmos motivos indicados acima.

Agora não passa de insanidade se dizer que assalariado, pobre, sem-teto ou sem-terra conhecem e vivem no paraíso morando em Cuba, porque isso só tem cabimento na cabeça de comunista, que acha que faz algum sentido viver em eterna escravidão que o religioso não se digna a morar lá como povo, mas sim com as mesmas regalias de tratamento da classe dominante.

Percebe-se que o religioso confirma literalmente como, regime comunista, a distribuição dos direitos da pobreza é realmente a mais igualitária possível, que o pobre tem que viver sempre da mesma forma, sem direito nem a menor condição para progredir, sendo obrigado a permanecer eternamente no inferno e no sofrimento, padecendo nas condições e no estado vegetativo da miserabilidade do purgatório

O religioso insinua que os pobres de Cuba vivem no paraíso, porém toda população, ressalvada a classe dominante, para a qual são realmente reservadas as benesses e as belezas próprias do paraíso, sairia de barco mais do que imediatamente, justamente para se livrar do fogo mais ardente do inferno que é incessante, cruel e desumano.

O religioso segue agradando com seus textos fantasiosos e mentirosos os admiradores da revolução castristas, diante da clara intenção de mostrar a incoerência do que realmente é o drástico e perverso regime revolucionário cubano, que ainda tem que o defenda e o pior na pessoa logo de religioso, que tem a obrigação de ser fiel a somente um Deus, o verdadeiro Jesus Cristo, que é autor do Evangelho radicalmente contrário ao regime comunista, ou seja, o religioso, sob o prisma dos princípios da honestidade e da dignidade cristãs, jamais poderia estar servindo a dois senhores ao mesmo tempo, mas ele o faz na maior simplicidade e naturalidade, esquisito, não?

Causa espécie o religioso se dignar a afirmar que “A resiliência do povo cubano, nutrida por exemplos como Martí, Che Guevara e Fidel, tem se demonstrado invencível. E a ela devemos, todos nós, que lutamos por um mundo mais justo, prestar solidariedade.”, quando ele invoca os exemplos de homens reconhecidos por seu legado horroroso e terrível de monstruosos e sanguinários fuziladores de cubanos, além de se referir à luta por mais justiça e solidariedade no mundo, tendo por base logo o desgraçado modelo de Cuba, que bem poderia para servir sim, mas de exemplo para jamais ser seguido, diante das práticas deletérias e degradantes da dignidade humana, com o completo desprezo aos direitos humanos e os princípios democráticos.

Embora se estranhando que religioso católico consiga fazer veemente defesa da ditadura cubana, ante o antagonismo que é próprio com os princípios do cristianismo, o texto em epígrafe é bastante esclarecedor e valioso para se compreender a realidade sobre o verdadeiro sentimento impregnado no regime comunista, que somente valoriza a mediocridade da pobreza como merecimento do homem, como ficou muito claro na exposição do religioso, a par de se mostrar que nada mais faz sentido, nem mesmo o que o regime democrático reconhece de maior nobreza ínsita do ser humano, que é a preservação da essência dos direitos humanos e dos conceitos de democracia plena, envolvendo a existência das liberdades individuais.

Ante todo o exposto, apelam-se aos verdadeiros brasileiros que se conscientizem cada vez mais sobre a necessidade da intensificação dos valores e princípios democráticos, onde as pessoas podem viver com dignidade e em plenas condições de valorização do ser humano, sob as valiosas garantias das liberdades individuais, amparadas pelos direitos humanos e as fortalezas democráticas, consolidadas pelo pleno exercício dos conceitos de cidadania e civilidade.       

Brasília, em 19 de junho de 2021

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