As pessoas se perguntam como o
governo vai lidar com tantas crises pós-pandemia do coronavírus, em especial no
que se refere ao combate à fome, que vem progressivamente afetando a população brasileira
e tem sido causa de muita preocupação, mas nem tanto por parte dele, que não se
mobiliza em ações efetivas, com o fito de se antecipar ao caos que já aponta em
todo território nacional?
Há temor de que possam surgir implosões sociais se o governo não agir neste
instante, enquanto há espaço para se pensarem os melhores planejamentos para o
efetivo combate à fome dos brasileiros, que ficaram sem emprego e se somaram a
outros grupos da mesma situação de desafortunados, abrangidos pela notória
crise econômica da maior gravidade, que também não vem sendo cuidada com as necessárias
diligência e competência exigidas para o momento muito especial.
Há previsão de que possam existir dezenove milhões de brasileiros, quase
10% da população, que atualmente não têm emprego nem alimentação para o seu
sustento, ou seja, essa importante parcela de pessoas constitui pesado fardo
para o governo sustentar com alimentos, que nem seja o caso, porque é do seu primacial
dever constitucional dar assistência à população carente de recursos, em
especial de alimentos e outros serviços essenciais à vida.
Há dois anos, a carência de recursos nessa área já atingia mais de 10
milhões de pessoas, fazendo com que muitas famílias brasileiras se tornassem
pedintes e dependentes de migalhas, que são distribuídas nas ruas, com as
pessoas andando a esmo, à procura da ajuda de um e de outro ser humano de boa
vontade.
Ontem, foi mostrada imagem de muitas pessoas, em uma capital de estado
brasileiro, que foi digna de atenção e preocupação, onde um açougue fazia distribuição
de pedaços de ossos com retalhos de carne, em disputa que, em condições humanas,
tem o condão de mostrar o esforço despendido pela pobreza para a necessária
sobrevivência, em condições de precariedade, que poderia ser normalmente
evitadas, desde que houvesse interesse do governo em se dedicar com a destinação
de programas para cuidar da distribuição de alimentos em áreas de maior
carência.
A dona do aludido açougue disse que distribui os ossos há dez anos e que
isso acontecia antes apenas uma vez por semana e, agora, são três vezes, em
razão da demanda causada pela crise provocada pela pandemia do coronavírus, que
contribuiu para aumentar a fila de necessitados.
A mencionada empresária disse, em tom de emoção, que "Tem gente
que pega e já come cru, ali mesmo", fato este que toca no coração, em se
tratando de ser humano, que merece cuidados especiais por parte do governo, que
certamente nem tem consciência sobre tamanha calamidade que grassa no Brasil,
principalmente porque as suas atenções estão votadas para questões relacionadas
com urnas eletrônicas, que tem a ver com a reeleição presidencial, de suma “relevância”
para o pobre país, enquanto assuntos de reais importâncias são relegados a
planos secundários, a exemplo desse crise humanitária que diz com a sobrevivência
da população.
A verdade é que, desde o início da pandemia, os produtos básicos usados
pela população aumentaram de forma incontrolável, a exemplo do arroz, que ficou
56% mais caro e o preço do feijão preto, pasmem, aumentou 71%, em cadeia de
carestia que simplesmente acompanha a esteira da crise econômica, que não se
sabe onde deve parar, quando não se vislumbra a menor preocupação pelo governo,
nesse sentido.
Muitas famílias ainda encontram saída na compra de alimentos de qualidade
inferior, de segunda linha em diante, como o arroz fragmentado e o feijão
bandinha, que vêm quebrados e com mais impureza, mas é exatamente assim que
muitas famílias conseguem driblar a crise, com o aproveitamento do preço
compatível com as suas condições financeiras.
Todo
período de crise, como neste caso da pandemia, exige demanda de iniciativa e criatividade
por parte das autoridades públicas, em especial quando a população pobre tem sido
a mais afetada, com a imposição compulsória do isolamento e privações decorrentes,
cabendo ao governo liderar medidas tanto para a retomada da economia, o mais
urgente possível, como para manter a dignidade dessa população, com urgente distribuição
de alimentos e outros produtos vitais, de modo a se evitar que ela se movimente
e se mobilize na busca de medidas capazes de satisfazerem às suas necessidades,
em especial de alimentos.
Neste momento de notória dificuldade causada pela pandemia, o governo
precisa se movimentar como nunca, tendo a obrigação de se antecipar em todas as
áreas governamentais, com a disponibilização de medidas apropriadas, com
enfoque especial para os cuidados com a assistência social, que não pode mais ser
negligenciada, diante do enorme custo que isso resulta, em termos de responsabilização
por conta da inafastável incumbência constitucional do governo.
Convém que os brasileiros se conscientizem sobre a existência desse
grave problema resultante da falta de cuidados por parte do governo, diante da
gravidade de a possível implosão social refletir fortemente no seio da
sociedade em geral, principalmente tendo por consequência o crescimento da
violência e de outras precariedades públicas.
Essa forma de cobrança por parte da sociedade mais esclarecida é da
maior importância, porque cabe a ela o ônus de tudo que é patrocinado pelo
governo, por meio dos pesados tributos que exigidos dela e que precisam retornar
como bons benefícios, em especial em forma da prestação dos serviços públicos
de qualidade e que apenas cumpre ao governo ter as necessárias competência e eficiência
para administrá-los para o bem comum e a satisfação do interesse da população,
em especial a mais pobre e carente de assistência social.
Por fim, vale se afirmar, por questão de justiça social, que todo cuidado demandado com a questão social
ainda é pouco, quando a vida humana clama pela atenção das autoridades
públicas, à vista do envolvimento da sensibilidade humanitária, que precisa ser
urgentemente despertada pelo governo, porque ele ficou muito a desejar, à luz
dos fatos, com relação aos devidos cuidados com o combate às questões
relacionadas com a pandemia do novo coronavírus, conforme as críticas da
sociedade.
Brasília, em 26 de julho
de 2021
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