quinta-feira, 8 de julho de 2021

O valor da liberdade de expressão

 

Diante de crônica que analisei a crítica que me foi feita em razão do que venho escrevendo sobre os fatos da vida, precisamente com relação à opinião que ouso assumir, tendo sobrelevado a necessidade do precioso respeito à individualidade do pensamento e o direito ao usufruto da liberdade de expressão, desde que a opinião não possa ferir a dignidade nem os direitos individuais, à vista do que se extrai dos princípios assentados no Estado Democrático de Direito, de onde a sociedade se espelha para se manifestar livremente em defesa de seus direitos político, social e humano.

À vista do meu pensamento, uma distinta e atenta prima teceu comentário bem expressivo, que foi vazado assim: “Texto perfeito, primo. Infelizmente as pessoas não sabem respeitar a opinião dos outros, não entendem que temos direito de termos nossos pontos de vista. Eu não sou de falar sobre politica, ate pq não entendo sobre o assunto, mas recentemente fiz uma postagem relacionada no MEU Facebook e logo recebi enxurradas de comentários. Quando os comentários estavam direcionados a figura do politico em si, eu não me dispus a debate, ate pq já no inicio do texto, deixei claro que ali não estaria pra ‘bater boca’ sobre politica e eu respeito muito o posicionamento de cada pessoa sobre o assunto. Mas passaram a ofender a figura do meu pai e ai eu não aguentei. Uma pessoa que nunca viu meu pai na vida, vir mexer na sua integridade. E fui grossa, pq minha educação eu só uso com quem merece. As pessoas não têm limites, não sabem o que significa essa palavra. Triste ver uma sociedade que não quer aceitar a democracia. É um direito nosso. A verdade tá escancarada para que todos vejam, mas temos livre árbitro e direito a expressão.”.

Em resposta ao ponderado comentário, eu disse que tinha ficado feliz e honrado com o apoio ao meu texto, que procura ser coerente com o meu pensamento de democrata convicto, no sentido de haver respeito à opinião das pessoas, em harmonia com o princípio da reciprocidade, porque cada ser humano sabe e se expressa perfeitamente sobre o que sente sobre os fatos da vida, embora seja normal a discordância em ambiente de harmonia civilizada, sem necessidade de agressão pessoal, porque aí já passa para o sentido da violência, que não condiz com os princípios da racionalidade e da civilidade, uma vez que estes são a base fundamental da convivência pacífica e inteligente, quando todos se respeitam.

O certo mesmo é que o sentimento da discordância é perfeitamente natural e cabível no contexto da discussão, que precisa ser conduzida no âmbito da inteligência e da racionalidade, onde as ideias possam ser expostas como forma de contribuir para a elevação do nível das conversas, que devem ser  proveitosas para os interlocutores, sem nenhuma necessidade da imposição de pontos de vista pessoais, quando a partir de então deixa de fazer sentido a conversa civilizada.

 Na verdade, o direito de manifestação pressupõe exatamente o respeito recíproco às ideias, sob a concepção de que ninguém precisa insistir ou agredir ninguém para que o seu pensamento possa prevalecer, porque, fora disso, deixa de ter sentido a interlocução sadia e proveitosa.

No meu caso específico, tenho como princípio o fato de que tudo que escrevo traduz o meu pensamento sobre os fatos da vida e todos têm todo direito de descrever os mesmos fatos sobre diferentes facetas e nem por isso tenho direito de sequer tentar contrariar o entendimento de ninguém, porque todos têm as suas verdades sobre todos os assuntos e fatos da vida.

Espero que todos sejam ricos e pródigos em ideias e digam as suas verdades, sem agredir a liberdade de expressão dos outros, exatamente porque é assim que contribuímos com o aperfeiçoamento das saudáveis e amadurecidas relações sociais.

Brasília, em 8 de julho de 2021

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