Circula
nas redes sociais mensagem de famoso artista da música sertaneja, em apoio ao
presidente da República, afirmando precisamente que, verbis: “Em toda
minha vida nunca ouvi falar de um presidente sendo tão humilhado pela mídia.”.
De
fato, tem absoluta razão o nobre cantor sertanejo, porque realmente a sua assertiva
deve ser pura verdade, tanto quanto também é verdadeiro o inverso, quando o
presidente da República pode também ter sido o que mais conseguiu humilhar profissionais
da imprensa, porque os fatos mostram o quanto ele tem correspondido em extremas
críticas à mídia e a alguns profissionais dos meios de comunicação.
Nos
países com o mínimo de civilidade, em termos políticos e democráticos, os bons
exemplos partem exatamente dos homens públicos, que precisam primar pela
decência e pelo respeito à sociedade, para que ele possa merecer o melhor dos
tratamentos de carinho e admiração, pelo que ele bem merece, em razão da relevância
do cargo presidencial que ocupa.
Por
seu turno, mesmo que a mídia humilhe o presidente do país, ele tem ao seu
dispor mecanismos legais e jurídicos próprios para a tentativa da reparação de
possível dano moral da sua imagem, se for o caso, sem necessidade de se igualar
àqueles que procuram-no denegrir a sua pessoa de homem público, tendo em vista
que ele só perde em mostrar fragilidade nos casos dos revides em público, que
se tornaram frequentes, porque o estadista cônscio das suas reais funções
presidenciais não pode medir forças com ninguém, senão por meio dos canais
competentes, justamente para que a sua autoridade possa ser integralmente preservada.
A
verdade é que os seus destemperos em público têm contribuído para que a sua
popularidade desçam aos piores píncaros da autoridade presidencial, que vem
sendo desvalorizada justamente pelo desequilíbrio verborrágico demostrado em
doses exageradas, desmedidas e desnecessárias, em público, quando a prudência
aconselha que o mandatário da nação seja o melhor espelho para a sociedade, em
termos de atitudes e exemplos que possam servir de modelo de serenidade,
tolerância e compreensão e jamais de irreverência, intolerâncias e agressões,
como mostram os fatos do quotidiano, em completa dissonância com os princípios
norteadores da liturgia presidencial.
Não
é bom que o presidente do país seja humilhado com frequência por ninguém e
muito menos pela imprensa do país, mas é pior ainda quando ele aceita as regras
do jogo baixo pela mesma moeda, de aceitação pelo mais vil caminho, que é o
revide, com muito mais intensidade, sob as piores provas de ingenuidade e despreparo
nessa área.
É
de se imaginar que o presidente da República ache que tem poder e força autoritárias
para falar muito mais alto do que seus opositores, inclusive a imprensa, fato
que, nas circunstâncias, até pode ser verdade, mas o bom senso, a sensatez e a
razoabilidade recomendam para ele apenas atitudes salutares de moderação, prudência
e sensibilidade para, primeiro, escutar a opinião pública e, depois, decidir
agir com serenidade, inteligência e responsabilidade públicas, em termos da
melhor maneira que possa atender ao interesse público, a quem ele é apenas
eterno escravo, enquanto estiver no exercício do nobre cargo presidencial.
Brasília,
em 16 de julho de 2021
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