Diante de crônica que tenho procurado me manifestar sobre a pretensão do presidente da República sobre o chamado voto auditável, uma atenta e distinta seguidora de meus textos escreveu a seguinte mensagem: “O mundo hoje está na era digital, nunca ninguém reclamou e provou que houve fraude no voto na urna eletrônica, a urna eletrônica é segura, agora querer impor voto impresso, é um retrocesso é voltar na era dos dinossauros, é coisa de pessoa ultrapassada, o único sistema de votação que pode haver fraudes e erros é no voto impresso.”.
Em
resposta ao ponderado comentário, eu disse que não se pode ousar dizer que o
atual sistema eleitoral seja seguro ou não, porque não se tem elementos suficientes
e precisos para se afirmar que sim ou não.
Neste
momento de discussão tensa e acalorada, é muito importante que realmente se
prove por meios tecnicamente válidos e convincentes que existem furos no
sistema eleitoral, porque não basta só reclamar ou criticar, e que eles
oferecem grandes possibilidades de fraudes e mudanças de resultados da eleição,
à vista dos exemplos existentes, que devem ser mostrados à saciedade, um a um,
com minudentes detalhes sobre a sua ocorrência, por meio dos respectivos comprovantes
referentes aos casos conhecidos e colacionados.
Por
outro lado, em contraposição, convém que a Justiça eleitoral se digne a mostrar
e a comprovar, também por meios técnicos, em termos populares, indicando, por
exemplo, que se alguém tentar acessar o sistema, especificamente após o início
da votação, aquele aparelho simplesmente trava, e, dessa maneira, dizer todos
os casos em que as urnas somente funcionam se elas forem programadas exatamente
como deve ser o sistema para a votação religiosamente regular.
Ou
seja, a urna eletrônica somente funciona computando regularmente os votos com o
recebimento para os candidatos regularmente registrados no sistema oficial e
qualquer anomalia, em qualquer urna, o sistema tem condições de promover
automaticamente o expurgo dela, exatamente diante da incompatibilidade com o
programa principal.
O
modelo acima funcionaria no sentido de que, se alguma urna fosse programada
previamente para que, por exemplo, a partir de três votos para o candidato A, o
voto seguinte seria computado para o candidato B ou algo diferente do programa-mãe,
onde não se permitiria vício de nenhuma natureza ou interferência diferenciada
do programa principal.
Em
tudo o mais, qualquer outra simulação ou manipulação do sistema, como forma de
tentativa de fraude, simplesmente a máquina a abortaria e pararia de funcionar,
não permitindo a sua normal operação diante de alto estranho.
Dessa
forma, trata-se, de tudo que foi dito acima, de medidas racionais, inteligentes
e absolutamente normais, no âmbito do bom senso e da razoabilidade, que se pode
viabilizar em clima de entendimento, tolerância e conversação civilizada e sensatez,
como assim procedem as nações sérias e evoluídas, em termos políticos e
democráticos, na estrita compreensão de que tudo deve ser operado para o bem do
interesse público, sem nenhuma influência para beneficiar interesses pessoais
ou partidários.
A
bem da verdade, nesse caso do voto impresso, a impressão que se tem é a de que não
existe o menor interesse para a sua solução por meios racionais, pacíficos, práticos
e civilizados, porque, se isso realmente atendesse aos propósitos nesse
sentido, jamais a situação teria chegado ao extrema da ignorância, da
agressividade e da irracionalidade.
Bastaria
tão somente se colocar à mesa as situações expostas acima, se é que elas, em um
caso ou outro, existem e tudo seria formalizado, em termos de civilidade e
racionalidade, como recomendáveis à luz dos sentimentos presentes nas pessoas
sensatas, inteligentes e responsáveis, obviamente revestidas da consciência
pública sobre a real finalidade intrínseca da sua precípua necessidade de
apenas satisfazer o interesse público.
Diante
da premissa acima, muitos especialistas sugerem que o presidente do país direciona
o seu holofote para a questão do voto auditável, com forte investimento em críticas,
acusações e agressões as mais absurdas possíveis para mudar os rumos dos
assuntos levantados e discutidos pela Comissão Parlamentar de Inquérito da
Covid, que vem explorando temas explosivos que atingem a alma do governo, em
razão de possíveis irregularidades na compra de vacina e ele não estava
preparado para suportar tamanha pressão, diante do vazamento de suspeitas
perigosas vindas de tudo que é lado.
A
verdade é que, tanto no que diz respeito ao chamado voto auditável como no que
se refere à compra de vacinas, somente resta ao governo o emprego do salutar
princípio da transparência, tendo o cuidado de mostrar, em cada caso, apenas a
verdade, sem nervosismo, intolerância, agressão nem esculhambação, como forma
de mostrar a estrita observância aos princípios da competência, eficiência,
sensatez e responsabilidade, em harmonia com o dever constitucional de prestar
contas à sociedade.
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